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Glee – 4×12 Naked

Por: em 5 de fevereiro de 2013

Glee – 4×12 Naked

Por: em

Não sou machista nem nada, pelo contrário, sou defensor da igualdade dos sexos e geralmente sou um entusiasta do feminismo, contudo, preciso dizer que esse episódio foi dos homens. A ala masculina de Glee assumiu as rédeas das tramas nesses 45 minutos e não fez feio. E quando digo isso não me refiro aos músculos e mais músculos exibidos, mas que todos eles foram bem caracterizados e trouxeram bons momentos.

A amizade entre Ryan e Jake é das coisas mais interessantes da temporada. Dois amigos apaixonados pela mesma garota é super clichê, e geralmente não é exatamente a parte mais interessante de uma série, livro, filme, ou qualquer coisa que seja. Awkward é talvez o exemplo mais positivo do mundo das séries que tem esse tipo de triângulo amoroso. Glee ainda não chegou a esse patamar, mas está dando passos para a frente nesse quesito. No início, não me importava com Jake e muito menos com Ryder. Depois, passei a torcer pelo shipper Jake/Marley; e hoje já me empolgo com as cenas entre os dois amigos. Deve ser difícil para Ryder, sem dúvida, ver a menina que gosta com outro garoto, e mais difícil ainda não conseguir odiar – ou ao menos “não gostar” – do cara. Afinal, parece ser sincero o sentimento de amizade entre eles, e é isso que me empolga com essa trama. Jake é o típico anti-herói, bad boy, xeróx do irmão mais velho, e, portanto, mais cedo ou mais tarde, se seguir a tendência, vai acabar magoando Marley. Tenho praticamente certeza de que isso vai acontecer, e aí será a vez de Ryder passar por um grande dilema: escolher entre o amigo e a paixão.

Outro que está dando show nessa temporada é Sam. O personagem sempre foi um tanto avulso nas tramas e nunca me despertou grande interesse. Foi só a partir de quando descobrimos que a família dele estava morando num motel e que ele estava trabalhando como stripper para sustentá-los, que eu me rendi ao personagem e passei a esperar por mais espaço para ele na série. Então, em Naked, o foco não poderia ser de outro. Ele é o integrante do Glee Club que tem o corpo mais definido e mais se preocupa com questões de malhação, e nada mais óbvio que ele ser o maior incentivador do calendário.

Tudo isso é óbvio, e poderia parecer realmente cansativo, se não estivéssemos falando de Glee. Tive medo, confesso, considerando o passado não tão distante da série, mas, lembrando o passado – esse sim distante – e também o atual bom momento, soube desde o início que Sam surpreenderia. Ele não é inteligente, mas tem um dos maiores corações e não pensaria, como de fato não pensou, duas vezes antes de ser solidário com Artie. Toda essa storyline foi positiva porque além da interação com Artie, trouxe excelentes momentos com Blaine.

Se eu fosse Kurt também não sei se o perdoaria, mas Blaine é tão cativamente que sinto pena dele toda vez que lembro dos ocorridos. Claro que sinto ainda mais pena de Kurt, mas o romance dos dois merece uma segunda chance. Porém, nesse episódio, cheguei a me entusiasmar com a possibilidade, mesmo que super remota, de ver um affair entre Blaine e Sam brotar. Não tinha imaginado os dois juntos ainda e a primeira impressão que tive foi bastante boa. Espero que essa paixonite do Blaine volte a ser levantada nos próximos episódios.

Mas agora chega de falar de homem! Parece até mentira, mas a personagem feminina que teve mais destaque nesse episódio foi Tina. Não engoli muito essa fantasia dela com Blaine. Sim, fantasia, pois ela, eu e todo mundo sabemos que ele é gay. Esse plot foi tão Mercedes/Kurt lá na primeira temporada que quase me deu sono. Só não dormi porque os dois funcionaram juntos, não como um casal amoroso, mas como amigos, que é o que eles sempre foram e deveriam permanecer. O legal é que, mesmo numa trama um tanto non sense, Tina apareceu.

Nossa rainha Rachel também deu o ar da graça e brilhou, como não poderia deixar de ser. Naked foi sim sobre nudismo e exposição do corpo, mas também foi de “estar nu emocionalmente“, como bem disse Ryder. E quando Rachel cantou Torn pudemos ver a personagem mais nua e exposta do que ela jamais esteve e jamais estará, mesmo que opte um dia por atuar sem roupa. Eu entendi perfeitamente todo o dilema de Rachel. Ela ainda é muito jovem e desconhecida e ao mesmo tempo em que uma cena dessa pode alavancar sua carreira, pode também ser um pesado passado negro. Fiz coro à Santana e Quinn e torci para que ela recusasse o papel, não por ser contra a nudez profissional, pelo contrário, admiro aqueles que tem coragem de fazer, mas não imagino que seja o momento certo ainda.

Todavia, ao mesmo tempo que admirei Rachel pelo seu bom senso, me surpreendi com uma atitude que considerei impulsiva e nada positiva.  Gosto de vê-la com Brody, mas convidá-lo para morar com ela me parece um erro, principalmente sem antes consultar Kurt. A relação do casal ainda não está sólida o suficiente para dar esse importante passo, e enxerguei essa atitude muito mais como trauma pós-Finn que vontade de morar com Brody.

Por fim e mais importante, Glee apresentou mais um ótimo episódio, e, se antes ainda estava meio cauteloso para falar, agora já afirmo com toda certeza: a quarta temporada é a melhor de toda a série!

Outras observações:

Fondue for two voltou com grande estilo. Por muito tempo, as entrevistas de Brittany foram o melhor dos episódios.

– Adorei Artie satirizando a emissora CW, conhecida por ter elencos recheados de rostinhos e corpos bonitos.

– Jake falando eu te amo em forma de canção (Let me love you)  foi das coisas mais lindas da temporada.

– Quero Quinn aparecendo novamente e Santana permanecendo no elenco fixo. Aliás, não duvido que isso aconteça, considerando o que ela disse sobre NY.

– O final com a música This is the new year foi empolgante! e mostrou exatamente o que essa temporada significa para série. Saí cantando e dançando após o episódio.

 


Micael Auler

Gaúcho que ama chimarrão e churrasco (tchê!) quase tanto quanto ama séries, filmes e livros. Para acompanhar, seja lá o que for, bebe: se não o chimarrão, café; ou então algo com um pouquinho de álcool.

Lajeado / RS

Série Favorita: The Good Wife

Não assiste de jeito nenhum: Supernatural

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