Geralmente quando Glee coloca Rachel como centro das atenções, acerta. Não foi diferente dessa vez. A estrela da série mais uma vez brilhou e mostrou que Glee ainda depende – e provavelmente sempre dependerá – dela. Rachel sempre foi muito bem caracterizada, como aquela típica menina criada com o sonho de fazer sucesso. Muitas vezes esse sonho na verdade é do pai ou da mãe da criança, mas, nesse caso, é nítido que desejo mais profundo de Rachel é de fato atingir o estrelato.
Não há como não torcer para ela, principalmente quando vemos a versão menina dela, já sonhando em interpretar a protagonista do musical Funny Girl, eternizada por Barbra Streisand. Entendo perfeitamente que Barbra é o grande referencial de Rachel, mas gostei particularmente do fato de ela ter optado seguir o conselho de Finn e não cantar uma música da cantora que tanto idolatra. Claro que essa minha opinião é muito influenciada pela razão de eu ter simplesmente amado a nova versão de Don’t Stop Believin (mas sobre ela o Alê comentará logo abaixo).
Quem acompanha com regularidade nossas reviews sabe que não gosto nem um pouco de Finchel, e quando vi que Rachel ligou para ele imediatamente fiquei frustrado. Já está na hora de superar isso. Esse casal não funciona, não foi feito um para outro, não tem química, não nasceu para ficar junto e todo os outros clichês românticos que justificam um casal começar o piloto junto e viver a série inteira num vai e volta. Finchel em algumas raras vezes consegue ser tolerável, mas já estou saturado desse casal e espero que a próxima temporada traga um desfecho definitivo para eles.
Não nego que o conselho de Finn foi bom, como já comentei acima, mas não passou disso. Aliás, Finn vida loka na faculdade foi estranho de ver, mais estranho ainda encontrar Puck, do nada, no mesmo lugar. As séries, filmes e tudo mais, americanas sempre abordaram exaustivamente a questão do quão difícil é entrar numa faculdade. Legal que em Glee isso é fácil. Se não conseguir vaga numa universidade, pessoal, façam teste para o cast de Glee que é super fácil entrar numa faculdade, com o bônus de encontrar, por pura coincidência, um grande amigo lá.
Mas enfim, não adianta ficar se atendo a esses detalhes, coisa que tem em quase a toda a série. Mas, convenhamos, quando fica exagerado, mesmo para os padrões de Glee, perturba um pouco. O fato é que o episódio teve um saldo extremamente positivo, pelo foco em Rachel e pela sublime interpretação da música tema da série, que nos levou de volta ao episódio piloto e com certeza emocionou muita gente.
Outras observações:
– Harlem Shake até em Glee. Acho que foi muito mais uma crítica de titio Murphy que qualquer outra coisa.
– Quando fiquei sabendo que Shelby voltaria à Glee, fiquei muito feliz. Ela é ótima. Essa personagem não me agradou quando apareceu, mas, agora, toda vez que participa da série fico feliz com sua presença. Gostaria de vê-la interagindo mais com Rachel que, querendo ou não, é sua filha também.
– Quem vocês preferem, Sue ou Roz? Nem lembrava mais de Roz, e, sinceramente, se é para ter uma treinadora igual a Sue, que tenhamos a original.
– Me recuso a comentar sobre as cenas entre Finn e Will. Se os dois separados já são chatos, juntos são ainda pior. Me digam, por que Finn tinha que desculpar Will? Também vou sair por aí beijando noivas e querendo que os noivos se desculpem comigo.
– Já estava imaginando que o episódio não focaria muito em Becky. Agora que Blaine está desconfiado, aposto que a verdade virá à tona na series finale.
Musicalmente, Sweet Dreams não teve tanta força como seus antecessores, mas ainda assim foi redondinho e satisfatório.
“Next to Me” (Emeli Sandé) não entregou 100% o que se espera de um dueto entre Lea Michelle e Idina Menzel, mas ainda assim, passou longe de ser ruim. Gosto da voz das duas e, quando combinadas, é ainda mais gostoso de se ouvir, especialmente quando é uma balada mais lenta e inspiradora, como esta.
“You Have More Friends That You Know” (Mervyn Warren, apresentada no episódio como uma canção original escrita por Marley) foi uma das apresentações mais bonitas, mais pelo contexto em que foi inserida do que por mérito próprio da canção – que, como a própria Marley disse, sim, é bem brega.
“(You Gotta) Fight for Your Right (To Party)“ (The Beastie Boys) foi a mais divertida. Se encaixou perfeitamente na trama de Finn e Puck no episódio e, especialmente no que diz respeito ao senhor Hudson, foi uma saída bacana de sua zona de conforto habitual, o que é sempre bom de se ver.
A releitura de “Don’t Stop Believin” (Journey) ganha disparadamente não apenas como a melhor apresentação da temporada, mas eu ousaria dizer que, ao menos pra mim, é a melhor da série. Não me lembro de outra que tenha me emocionado tanto. Tudo na construção da cena funcionou. Lea Michelle estava em um dos seus melhores momentos e a inserção do Glee Club original deu todo o tom de nostalgia e saudosismo que o momento pedia. Incrível.
Não gosto dessa história de música original porque acredito que um dos grandes pontos fortes de Glee é exatamente a capacidade dar novas roupagens a músicas conhecidas, mas “Outcast” não é ruim, especialmente quando sua comparação são as da segunda temporada. A única coisa que não gostei mesmo foi a performance em si. Ficou estranho todo mundo correndo e se batendo. Foi do bonito, ao bizarro ao bonito de novo com eles abraçados ao fim.
Essa noite tem novo episódio, que se chamará Lights Out. A promo você pode conferir abaixo:
