Achei esse episódio um tanto frustrante, foi, na minha opinião, a pior season finale que Glee já apresentou. Minhas expectativas já não estavam muito altas, considerando os episódios bem medianos que precederam esse, além de também não estar muito empolgado com as tramas que estavam em aberto. O pior de tudo é que duas delas nem foram resolvidas. Me refiro ao suposto pedido de casamento de Blaine para Kurt e a audição de Rachel. Outra trama que eu também estava ansioso foi resolvida de forma que não me agradou tanto quanto esperava (será que só eu não gostei muito de Unique ser Katie?). É uma pena, sinceramente, porque gosto muito dessa temporada, principalmente do seu início, e vê-la terminando assim me preocupa um pouco.
Antes de falar mais detalhadamente sobre essas tramas principais, quero abrir um espaço para falar sobre Brittany. Muito se especula que a personagem não aparecerá na próxima temporada, ou fará pequenas participações apenas, tanto pelo fato de Brittany estar se formando este ano, quanto pela gravidez da atriz Heather Morris. Os rumos de Brittany nesse episódio só se serviram para aumentar ainda mais essa especulação. Não gostei muito de vê-la entrando na MIT, mas relevo porque Glee e tantas outras séries de comédia tem dessas coisas mesmo. Até porque foi bastante engraçada a cena inicial, quase tão engraçada quanto foi emocionante o discurso de desculpas e despedida de Brittany aos colegas de Glee Club. Merece elogio o roteiro e a atriz também, que desde o início da série se destaca na comédia e no drama. Já estou com saudades de Brittany.
Se o surto de estrelismo de Brittany já não fosse suficiente, Ryder não ficou para trás. Claro que entendo o personagem, mas de certa forma não gostei muito da forma com que ele se portou na frente dos outros, exigindo que a pessoa por trás de Katie se revelasse. Quando Marley confessa, logo percebi que ela estava acobertando Unique por causa do olhar que eles trocaram. Tudo bem que é uma situação extremamente constrangedora se abrir com alguém e depois saber que essa pessoa faz parte de seu círculo de amizade. Mas Ryder não deveria ter pensado nisso antes? Além do mais, em tempos como o de hoje é muito fácil reconhecer um perfil fake. Enfim, acho que ele se deixou levar pelo momento pelo qual estava passando, a desilusão amorosa por Marley, e não percebeu ou não quis perceber que aquela pessoa não era de verdade Katie.
Dentre todas as hipóteses de quem poderia ser Katie, Unique era meu principal palpite. Estava torcendo para que não fosse, mas sabia que não restavam muitas outras opções. Agora, nos resta torcer para que esse relacionamento seja bem trabalhado. Ryder é heterossexual, mas não acredito que isso tenha motivado a raiva dele. Ele cortou relação com Unique, e com o Glee Club (após as Regionais), porque sentiu-se usado, enganado, como se Unique estivesse se divertindo com ele. O que ele não entendeu ainda é que, assim como ele, Unique também estava passando por um momento difícil. Vocês acham que é possível que Ryder perdoe Unique? Eu acho que sim, provavelmente ele voltará ao Glee Club muito antes, mas, mais cedo ou mais tarde, ele irá perdoá-lo. Mesmo assim, não vejo a possibilidade de um romance entre os dois como possível.
Eu gosto de Klaine, sempre gostei. Sou fã de carteirinha de Kurt e gosto imensamente de Blaine, apesar de ter me decepcionado muito com ele quando traiu Kurt. Mesmo assim sempre torci e continuo torcendo para uma reconciliação. Este episódio provou tudo aquilo que já sabíamos: eles ainda se amam e Kurt ainda não perdoou completamente Blaine. Por um lado fiquei receoso pelo momento do pedido, pois achava que Kurt recusaria, mas fiquei ainda mais frustrado pelo dito pedido não ter acontecido. Muito se prometeu e nada aconteceu. Claro que essa trama voltará a ser trabalhada na próxima temporada, mas não gostei dessa postergação. Pelo menos foi muito bonito de ver aquele casal de senhoras.
Eu adorei o casamento de Will e Emma, mais porque estava morrendo de saudade da personagem do que por gostar do casal. Emma iluminou a cena quando apareceu e esse casamento é exatamente a forma como deveria ser. Simples, sem pressão, mas muito emocionante. Fique feliz com a forma que encerraram esse plot, mas principalmente por terem finalmente casado Will e Emma, coisa que estava na promessa faz muito tempo. Na minha opinião, foi o grande acontecimento desse morno episódio. Digo isso porque as Regionais, que sempre tem ótimos momentos, em geral os musicais, também decepcionaram. Pra ser sincero, acho que o outro coral foi melhor que Glee Club, e, portanto, deveria ter sido o vencedor.
Se tudo isso não fosse suficiente, ainda tivemos Rachel, ou a ausência de Rachel. Tá certo que ela teve seu momento musical e, como sempre, não decepcionou, mas esperava que ficaríamos sabendo se ela ganharia o papel ou não. Aqui também teremos que esperar pela próxima temporada. Imaginei que ela apareceria mais e estive durante todo o episódio esperando o momento em que ela seria aceita, ou, até mesmo não escolhida, coisa que até acho bem possível de acontecer.
A temporada se encerra de forma bem abaixo do que começou, é bem verdade, mas continuo satisfeito com essa quarta temporada, tanto é que considero ela a melhor da série, não em números musicais, ou mesmo em momentos emocionantes, mas sim em questão de regularidade de episódios. Apesar de ter apresentado alguns episódios mornos, essa temporada não teve nenhum grande deslize, terminando de forma frustrante, mas também mostrando que Glee ainda tem potencial de fazer mais do que vinha fazendo e ainda merece meu tempo. O jeito agora é esperar pela quinta e sexta temporada, ambas já cofirmadas, e que eu acredito que serão as últimas da série, considerando a queda constante de audiência e credibilidade por parte da crítica.
A grande ironia da vida é que eu não achei esse season finale ruim como muita gente, mas acho que a parte musical dele deixou a desejar muito. Para um episódio de competição (e também pro final da temporada), eu espero grandes músicas, canções impactantes ou coisas do tipo, o que não aconteceu. Tudo foi bem ‘ok’.
“To Love You More” foi emocionante, o problema é que já vimos Rachel cantar músicas assim uma centena de vezes e pra audição de Funny Girl, eu, particularmente, esperava algo diferente, que a tirasse de sua zona de conforto (mesmo que o papel peça que ele fique) e mostrasse a Rachel de Don’t Stop Believin’.
“Clarity” e “Wings” foram ótimas (e aqui fala alguém que não torceu por Jessica Sanchez no American Idol) e eu acho, inclusive, que em termos técnicos (vocais, apresentações) e força, era a apresentação que deveria ter ganho as regionais. Não que “Hall of Fame” e “I love it” tenham sido ruins, pelo contrário, também foram boas, mas todos sabemos que o New Directions pode mais. A primeira foi melhor que a segunda, mas nada de surpreendente. O que salvou a apresentação deles mesmo foi “All or Nothing“, que, interpretada por Marley e Blaine, as vozes masculinas e femininas mais fortes do atual ND, deram a Ohio mais uma estatueta de Regionais.
Que venham as próximas duas temporadas.
