Enquanto o episódio 100 de Gossip Girl foi um dos melhores da temporada (arrisco a dizer que foi um dos melhores da série), o seu antecessor poderia ter sido facilmente descartado. Tivemos basicamente dois assuntos: a festa de despedida de solteira da Blair e o Nate tentando descobrir quem armou para ele na noite do acidente de Blair e Chuck.
O Nate anda tão descartável e sua importância na série caiu tanto que eu não consegui sentir nenhuma vontade de saber se foi o Max, o avô ou o Tripp quem o sabotou. Foi uma investigação bonitinha, com a Serena brincando de agente duplo, o Tripp sendo de novo o culpado, a família ficando contra ele e ele tentando se justificar dizendo que tem ciúme do primo… ah, não, chega. Essa não é uma boa forma de reciclar os personagens ou as tramas.
Tão interessante quanto o Tripp é a ideia da Serena de “derrubar” a Gossip Girl. Fiquei com pena da cara de tacho dela na frente do táxi e a página dela fora do ar, porque acho comovente essa vontade dela de sempre querer fazer o que é certo da forma mais ingênua possível (alguém que cresceu com a GG observando-a a todo momento e nesse mundinho cheio de sabotagens devia saber melhor).
Nem a despedida de solteira da Blair serviu para animar a trama. A Beatrice armando com o Cavalia para que o casamento não aconteça foi algo que elevou as minhas expectativas, mas a partir do momento que ela começou a abortar o plano porque começou a se identificar com a futura cunhada, a história perdeu o charme. A Beatrice podia ser uma boa pedra no sapato de cristal da Blair, somente com os seus próprios motivos. Se unindo com o padre e transformando essa relação somente em uma disputa de poder dentro da igreja e em um relacionamento amoroso, a princesa era fator descartável – como aconteceu de fato.
Eu entendo que a Blair quis se libertar pelo menos por uma noite antes de começar a viver uma vida de privações por conta das obrigações reais, mas não faz muitos episódios que a própria disse que não iria encher a cara porque é super controladora e não gosta de ficar fora de si. Como ela sempre planejou tudo com cuidado, achei estranho que ela quase tenha chutado o pau da barraca bem quando está sob todos os olhares da mídia e da família real. Mas não será a primeira ou a última vez que algum roteirista muda a personalidade de algum personagem só para encaixar na história.
Em compensação, o centésimo episódio foi uma ótima montanha russa de emoções. Nunca pensei que a sempre ausente Eleanor fosse uma das que melhor traduziria o que todo mundo sentia na hora: na Blair não tinha que casar com o Louis, que a ansiedade dela era por estar fazendo a coisa errada e o Chuck era o único que podia impedir um desastre.
Como muitos spoilers já tinham adiantado, a Georgina deu o ar da graça neste episódio tão especial e não deixou de marcar presença. Essa vez foi uma das poucas que eu queria que o plano dela desse certo não para agitar a história morna, mas porque estava realmente torcendo para que ela saísse por cima e o casamento não acontecesse.
Cheguei a ficar feliz pelo casório por breves dois segundos quando vi a felicidade do Louis, só para morrer de raiva dele por ter aceitado casar com a Blair e manter uma relação de aparências. Não consigo entender como alguém nos tempos de hoje, com toda a informação do mundo, com a melhor formação que o dinheiro podia pagar aceitou estragar a própria vida (e a de outra pessoa) por conta esse orgulho besta. Para mim, é muito mais humilhante ficar com alguém só para fazer bonito para os outros ou por vingança do que ser largado no altar.
Depois de tantas crises com a Blair por causa do Chuck, não era melhor sair de cabeça erguida e deixá-la livre para ficar com o ex-namorado ou qualquer outro homem? Para mim, já faz um tempo que ele não ama a Blair de verdade, não entende como o amor e as escolhas funcionam e só quer provar que ele, o príncipe, não pode perder para um plebeu (por mais rico que o plebeu seja). Não consigo deixar de comparar a maturidade emocional do Chuck – deixar a mulher que ama ser feliz, mesmo que seja com outro homem e respeitar a escolha dela em ficar com o outro – com essas atitudes possessivas do Louis.
E a Blair fugindo com o Dan no final do episódio? Gente, quanto amor! Continuo adorando esses momentos Dair, mesmo sabendo que eles nunca darão certo como um casal.
Também tivemos a revelação da Georgina ser a Gossip Girl. Revendo o episódio, tiveram várias dicas de que ela poderia ser a fofoqueira, mas achei todas forçadas. Continuo achando que é uma trollagem do roteiro e que ela hackeou a verdadeira GG (ou algum equivalente), assumindo o blog para prejudicar a Blair, já que estava espumando de raiva da popularidade da Queen B. Fora as dicas deste episódio, não lembro de ter pensado em momento algum depois da última aparição da Georgina que a GG estaria tentando, de alguma forma, fazer algo de ruim para a Blair. Ela acabava sendo o alvo da maioria das fofocas porque não é todo dia que alguém conhecido se casa com um príncipe, é interesse público.
De qualquer forma, a verdadeira identidade da fofoqueira deixou de ter relevância na primeira temporada.
XOXO
P.S.1: Gostei do musical de abertura pelas referências à Marilyn Monroe e Audrey Hepburn, mas achei meio breguinha.
P.S.2: Coisa mais linda o Cyrus entrar na igreja com a Blair. Muito merecido.
