Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Grey’s Anatomy – 10×01 Seal Our Fate e 10×02 I Want You With Me

Por: em 27 de setembro de 2013

Grey’s Anatomy – 10×01 Seal Our Fate e 10×02 I Want You With Me

Por: em

“What if the storm ends and I don’t see you as you are now ever again?”

E se a tempestade acabar e eu nunca mais te ver como você é agora?

Os versos acima, cantados pela fantástica banda que é o Snow Patrol, foram a primeira coisa que veio a minha cabeça quando terminei de assistir às 1h26min que deram a largada na 10ª temporada de Grey’s Anatomy

Dez. Décima. Uma década de alegrias, raivas, sorrisos, lágrimas, personagens amáveis, odiáveis e de uma série que mudou, mudou e mudou, mas que lá no fundo, ainda conserva muito do que um dia foi. A referência a música é porque acho que este trecho canta perfeitamente o atual momento da série. Depois da tempestade do season finale passado, ninguém é mais o mesmo. E aqueles que ainda não mudaram, sofrem por ver as pessoas ao seu lado se transfigurando.

Callie Torres

Callie é uma das mais afetadas. Há mais de um ano, ela não tem sossego.

Desde o acidente de avião, especificamente. E se sua vida já tinha virado de cabeça pra baixo com a esposa sem uma perna e tudo que a morte do Mark trouxe, descobrir que foi traída debaixo de seu nariz não ajudou em nada. A reação dela é a mais natural e coerente possível. Não há justificativa alguma para o que Arizona fez. Callie é saco de pancada dela e de quase todo mundo no hospital há algum tempo e estava tão frágil quanto a esposa, no momento em que esta resolve dormir com outra mulher. O que mais irrita em tudo isso é Arizona ainda tentar se justificar, como quando ela, em um surto de estupidez, diz a Alex que a traição irá aproximá-las, porque é preciso “quebrar um osso antes de repará-lo”. Boa tentativa, Robbins. Passa de novo na semana que vem.

Claro que a Callie foi um pouco emocional ao não querer operar com a Arizona, porque ali elas estavam em um ambiente de trabalho, mas  não dá pra culpá-la totalmente. Sair de casa foi o passo mais esperado e levar a Sofia é compreensível. Essa história da guarda provavelmente ainda vai dar algum pano pra manga. Mesmo a Callie tendo estabelecido dois dias para a Arizona ficar com a menina, o momento no final onde ela chega na casa de Meredith e Derek e pede pra vê-la é uma pista de que uma possível disputa judicial pode estar a caminho. Não entendo de leis, então não sei quais os direitos que a Arizona tem sobre a Sofia (não lembro se ela está colocada como guardiã legal… alguém com memória melhor?), mas é bem provável que ela peça a guarda da menina em um futuro breve – porque eu não vejo formas do relacionamento das duas se consertar por agora.

Cristina e Owen

Outro relacionamento encerrado, esse eu acredito que definitivamente, é o de Owen e Cristina. Depois do rompimento no fim da temporada passada, era esperado que os dois tivessem uma recaída aqui, já que uma conversa definitiva ainda não tinha acontecido. E é devastador ver a sempre forte e independente Cristina chorando e dizendo : “Just because i’m the one who said it was time, doesnt mean this is easy for me. This is not easy for me.” (Só porque fui eu que decidi que já estava na hora, não quer dizer que é fácil pra mim. Não é fácil pra mim). Com a iminente saída de Sandra Oh ao final dessa temporada, parece seguro dizer que este pode ter sido facilmente o final do casal. Agridoce. Triste. Mas real. A afirmação de Cristina de que eles não podem ser amigos, porque uma recaída sempre aconteceria, deve ditar o tom do relacionamento dos dois de agora em diante, tentando conviver no ambiente de trabalho sem se render a uma atração e um sentimento que ainda existe. Pra Owen, não vai ser fácil. Já fica claro pela conversa dele com Kepner durante o tratamento de um paciente onde ele diz que “odeia ter que desistir.” Ali, a referência não é apenas ao caso que eles cuidam, mas também ao seu relacionamento com Cristina.

Kepner e Jackson também cruzaram a linha. Praticamente os novos Mark e Lexie, são dois teimosos que só vão perceber que querem ficar um com o outro quando for tarde demais. Os argumentos do Jackson para rejeitar o pedido da April são válidos. É aquela velha frase, “Eu estava aqui o tempo todo, só você não viu.” Contudo, gostando dela do jeito que ele gosta, não vai demorar pra que ele se arrependa de tê-la feito correr de novo pros braços do Matthew e, numa atitude idiota e impulsiva, aceitar o pedido de casamento. Faltou amor próprio – aos dois. Matthew sabe que o sentimento de April por Jackson não vai sumir da noite pro dia e ela também sabe disso. Mesmo assim, os dois decidem entrar numa espiral de autoengano e levar esse noivado adiante. Triste.

Alex e Jo, que mal entraram em um relacionamento (entraram?), podem enfrentar problemas em breve também, graças a inesperada morte de Brooks.

internos-greys

Ao mesmo em que a morte daquela que seria a interna mais promissora é questionável por se tratar de um recurso já desgastado no seriado, ela abre um arco interessante para Ross. A partir de agora, o interno vai precisar aprender a viver com a culpa de ter mentido sobre as ordens de Derek e mandado Brooks para o lugar onde ela encontraria sua morte. Vários “se’s” entram na questão. Se Ross teria sido o eletrocutado caso tivesse ido no lugar de Brooks, se ele teria percebido o fio e a água e não seguido em frente, ou se, caso fosse atingido, ele resistisse… Enfim. Várias questões, que não cabem agora, diante do fato: Brooks está morta e Ross tem um fantasma sobre seus ombros.

Diferente de Richard, que conseguiu sobreviver, mesmo que aos trancos e barrancos e graças as decisões tomadas por Meredith e Bailey. Todo o questionamento aberto no episódio quando foi descoberto que Meredith era a responsável por decidir o que fazer com Richard é interessante, especialmente o momento pequeno onde ela, Cristina e Alex conversam sobre como gostariam de ser tratados numa situação parecida. Dá até medo imaginar o que se passa na cabeça da Shonda quando escreve cenas assim. Todo o drama com relação ao ex-chief deu a Bailey a chance de voltar a brilhar em cenas dramáticas (coisa que já vem acontecendo desde o fim da temporada passada), como o belíssimo momento dela e de Cristina durante o procedimento que poderia romper a artéria de Webber. A presença de Catherine adicionou um dilema a mais a todo o plot e a cena final, com ele finalmente abrindo os olhos enquanto Meredith e a mãe de Jackson discutem sobre como tratá-lo, é linda.

Outros momentos interessantes e dignos de nota que a premiere dupla trouxe:

– Meredith forçando Alex a segurar o pequeno Bailey no colo

– Os casos do jovem casal que não quis esperar sair do hospital pra oficializarem a união e da mulher que salvou a vida de vários com uma caneta permanente

– Mer falando com os internos sobre a morte de George

– Alex se referindo a Izzie com amargura. Tamo junto, bro.

Uma boa temporada pra todos nós! 


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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