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Grey’s Anatomy – 8×08 Heart-Shaped Box

Por: em 5 de novembro de 2011

Grey’s Anatomy – 8×08 Heart-Shaped Box

Por: em

Sentiram o velho espírito rondando pelos corredores? Sentiram o cheiro da velha Grey’s Anatomy? Mais do que nunca, a série está se esforçando para que isso seja cada vez mais presente. Com esse episódio, eu digo que a temporada atingiu seu ápice.

Desde o season premiere, nos é entregue um roteiro trabalhado com cuidado, especialmente no que diz respeito a nostagia e o que Heart-Shaped Box fez foi elevar isso e trabalhar ao máximo as emoções humanas de cada um daqueles personagens. O que fez com que ele se tornasse pra mim o melhor dessa temporada (e também o que mais mexeu comigo em algum tempo) foi o modo como as histórias foram construídas com cautela e paciência nos 30 minutos iniciais, para chegar até os 10 finais e atingir em cheio, como um soco no estômago que me deixou em lágrimas.

George O’Malley foi uma parte importante de Grey’s. Acredito que mesmo quem não gostava do personagem, não pode negar isso. Um pedaço da série se foi com ele. Ele tinha o dom de deixar qualquer cena leve, qualquer momento descontraído, podia nos levar do riso ao choro com uma facilidade sem igual. Nunca me esqueço do 007 escrito na mão naquele fatídico season finale da 5ª temporada, que fez com que eu chorasse como se fosse alguém da minha família que estivesse ali. Eu não entendi muito bem qual a lógica da Shonda em nos trazer um episódio LOTADO de referências ao personagem a essa altura da série, mas eu confesso que me emocionei com cada uma delas e lembrei com carinho dos tempos em que ele caminhava pelos corredores do hospital.

Foi interessante ver como o retorno da Mrs. O’Malley causou as mais diferentes reações. O medo na Callie, o espanto na Meredith, o misto na Bailey... Cada personagem reagiu ao seu modo e acho que essa coexistência pacífico-conflituosa de temperamentos é uma das grandes qualidades da série. Gostei bastante de ver a Mer e a Bailey começando a se entender, mesmo que ainda exista uma grande relutância da parte da segunda, que eu espero que suma logo, antes que atrapalhe o bom andamento dos episódios. A surpresa da Callie,a princípio, foi engraçado. Fiquei rindo feito bobo aqui com a Arizona chamando-a de Dr. Torres. Mas a cena perto do fim, onde ela conta que se casou com uma mulher e que tem uma filha, foi certamente um dos momentos mais emocionantes do episódios, de longe. Dispensável dizer que a Sara Ramirez deu um show e soube passar a exata emoção que o texto pedia.

A mesma coisa vale pra Chandra Wilson na cena da cirurgia. Ver o desabafo dela sobre o George me tocou, de verdade. Era como se ela tivesse uma necessidade de falar tudo aquilo que não falou enquanto ele ainda tava vivo.

O Alex… Bem, ele foi o Alex, né? Eu não duvidei em nenhum momento que ele iria, a princípio, fazer algum tipo de piadinha sobre o George. Idem a Cristina. Mas eu dou um desconto pra ambos, já que cada um tava mergulhado em seus problemas. Adorei toda a história da Cristina com o coração na caixa! Foi o alívio cômico do episódio (junto com aquela sequência engraçadíssima do Mark, Derek e Hunt sobre o Avery), se contrapondo muito bem com os dramas da mãe do George e da escritora – que eu vou falar adiante. Quando a Arizona comentou sobre a nova doutora que estava tentando uma vaga na pediatria e o Alex fez aquela cara de cão-sem-dono ou qualquer variante disto, eu comprei tudo o que ele estava sentindo. Até mesmo comecei a me perguntar se o roteiro não iria jogá-lo em alguma situação desconfortável ou precipitada, levando-se em conta a “ameaça” que ele enfrentava. Mas o fato dele ter esperado tudo calado foi uma prova de como ele aprendeu com os erros do passado e não quer cometê-los de novo. Adorei a cara dele quando ouviu a doutora falando que só comentavam sobre o cara da África. A cena final dele, com a Mer e a Cristina comentando sobre o George também é digna de nota.

– Ele é engraçado. Gentil. E muito honesto. É a Kate. Ela não o ama.

– Pois deveria. Não é justo.

– Eu sei.

Não sei se eu estava lerdo enquanto assistia o episódio, mas eu só consegui me dar conta de que a história que a paciente escrevia era uma metáfora pro caso Lexie-Mark-Jackson nessa cena. Eu me envolvi com a história desde cedo pelo fator escrita (eu sou apaixonado por isso e tenho vários começos de livros aqui perdidos no notebook), mas quando a Lexie desabou na sala, eu desabei junto com ela. Ela era a Kate, Jackson o Nathan e Mark o Alexander. Não importa o quanto ela se esforce, o quão romântico e bom o Jackson seja, o amor da vida dela (mesmo que isso seja brega!) é o Mark. Eles tão com coisas mal resolvidas, que agora serão retomadas. E agora ela já percebeu isso. O choro descontrolado mostra isso. Todo o envolvimento dela com a história do livro serviu pra mostrar que, por mais que ela se sinta bem com o Avery, no fim das contas é pro Mark que ela vai voltar.

Tenho que louvar o trabalho que os roteiristas fizeram com esse trio. Não colocava fé nessa história da Lexie com o Jackson, mas admito que foi interessante ver cada passo disso se desenvolvendo, especialmente esse relacionamento entre o Jackson e o Mark, coisa totalmente inesperada pra mim. Vai ser interessante ver como isso vai se desenrolar de agora em diante.

E, por fim, o final, com o Henry piorando subitamente. Se essa mesma cena tivesse sido rodada na temporada passada, talvez ela não tivesse funcionado. O que nós tínhamos ali era um casal que surgiu do nada e uma versão 2010/2011 de Denny Duquete. Hoje, o Henry já conseguiu construir sua própria identidade e todo o drama dele com a doença já soa muito mais crível. A cena dele e da Teddy discutindo sobre o futuro acadêmico dele foi muito boa e me emocionou. O fato é que já é possível se importar com ele. E é por isso que eu peço:

Quinta feira, chega logo!

PS. Alex citando Izzie! Quem gostou?

PS².A promo do 8×09 tá de matar. Confira por sua conta em risco!


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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