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Grey’s Anatomy – 8×24 Flight (Season Finale)

Por: em 18 de maio de 2012

Grey’s Anatomy – 8×24 Flight (Season Finale)

Por: em

Flight funcionou bem melhor comigo uma segunda vez.

Não sei dizer exatamente o motivo, mas quando assisti ao season finale online, minha reação foi amarga. Classifiquei como fraco, forçado, anti clímax e estranho. Passei um tempo refletindo e quanto mais eu pensava, mais eu me decepcionava com o que tinha visto. Ou era reflexo do meu estado nervoso (eu passei o dia INTEIRO pensado no episódio, juro) ou então do streaming travando. Logo na madrugada, horas depois, revi com calma e minha opinião mudou quase que completamente, embora, sim, eu ainda tenha alguns problemas e ache que o potencial que existia ali era maior e poderia ser mais desenvolvido.

Não foi ruim, bem longe disso. Foi um ótimo season finale, bem escrito, bem estruturado, bem interpretado, mas que pecou em alguns aspectos. Eu nem vou entrar no campo das expectativas, porque isso é pessoal, mas não dá pra não dizer que eu esperava um pouco mais. Acho que um dos maiores problemas foi o tempo. Episódios-tragédia funcionam melhor quando são duplos, pois há mais tempo para desenvolver toda a situação. Em 42 minutos, acabou ficando tudo solto, jogado.

“I love you. I do. I love you. I’ve always been in love with you. I will always be in love with you. Which is why you have to stay alive. We can get married. And you’re going to become an amazing surgeon. And we’re going to have 2 or 3 kids. Yeah, a sister and two brothers. We’re going to be happy, Lex. You and me, we’re going to have the best lives, Lexie, you and me. We’re going to be so happy. So you can’t die, okay? You can’t die. Because we’re supposed to end up together. We’re meant to be. I love you. I love you. I love you. I love you. I love you.” (Mark Sloan)

Acho que é impossível começar essa review sem debater o principal acontecimento do episódio: A morte da Lexie. Se especulou muito sobre quem seria a vítima e eu já desconfiava de que seria mesmo o fim da Little Grey. Poucas horas depois da exibição, Shonda Rhimes relevou em seu twitter que foi uma decisão que ela e a Chyler (atriz) tomaram em conjunto. Não ficou exatamente claro se a atriz queria sair da série ou se foi uma decisão estritamente narrativa, mas a questão é que a morte terminou sendo rápida e ficou sem propósito.

Sim, sem propósito (e esse é o principal problema do episódio, ao menos olhando a curto prazo – futuramente, pode fazer todo sentido) porque se a Chyler queria sair da série, bastava que a Lexie tirasse umas férias, fosse trabalhar em outro lugar ou qualquer coisa do tipo. Morte é uma saída radical porque não há volta (a não ser que seja como fantasma e isso eu não quero). Quando se coloca em perspectiva que a Lexie era uma das personagens favoritas do público e que o casal formado com o Mark também era um dos mais amados, a impressão que fica é que foi realmente uma decisão tomada pra chocar.

Independente de qualquer coisa, há que se fazer justiça: Isso nos rendeu a melhor cena da temporada e uma das melhores de toda Grey’s Anatomy. Se rasgar em elogios à Chyler Leigh é natural, mas é preciso dizer que o Eric Dane também arrasou na sequência. Texto carregado (tive que colocar acima o que o Mark disse), de deixar qualquer fã destruído. Ver o Mark, logo antes dela morrer, falando da vida que eles compartilhariam, dos filhos que eles teriam e afirmando que eles eram meant to be foi destruidor, no pior sentido da palavra. Os dois atores estavam em uma sintonia perfeita e quando o Mark chorou, segurando a mão dela e fechando seus olhos, eu chorei junto com ele.

O cenário que se abre para a próxima temporada é promissor no que diz respeito ao personagem. O Mark nunca teve uma trama própria, sempre acabou ligado a outros, mas agora existe uma história interessante. Ele viu o amor da vida dele morrendo diante dos seus olhos sem que ele pudesse fazer nada. Quando a gente pensa o estado em que a história deles estava, é ainda pior. Tô muito curioso pra ver como a Shonda vai lidar com isso no 9º ano da série.

Meredith também deu um show e a Ellen estava no tom perfeito. O drama para ela era dobrado, já que além de perder a irmã, ela não sabia onde o marido estava. Era uma situação ainda mais extremática e isso rendeu cenas maravilhosas, como a que ela desaba diante da Cristina e diz que ela ainda é “sua pessoa”. Me impressionou ela conseguir manter o sangue frio quando encontrou o Derek. Médica e humana pareciam lutar ali, para ver quem explodiria primeiro. Quanto a ele, o ferimento na mão parece grave e eu aposto que é aí que reside o motivo deles não viajarem.

A Cristina foi, novamente, a pessoa mais centrada da situação. Para alguns pode até parecer frieza, mas ela também estava sofrendo, tanto quanto qualquer um ali, só procurava não demonstrar isso e tentava a todo custo achar uma maneira de se manter viva. Quem pode culpá-la? Foi graças a ela que não tivemos uma história de Romeu e Julieta – e aqui eu confesso que tive muito medo do Mark morrer também.

Embora, como ele disse, talvez fosse melhor para ele. Como eu falei acima, vai ser barra para ele conviver com a dor de perder a Lexie. A cena dele com a Arizona também foi linda. Eu não estava preocupado com ela, até vê-la vomitando sangue. Espero que nada de grave aconteça.

Revelar a morte da Lexie logo nos 15 primeiros minutos acabou deixando o restante do episódio – no que diz respeito ao núcleo na floresta – perdido. Parecia que eles apenas andavam, esperando por um resgate que nunca chegou. Esse foi um dos meus problemas com o episódio. Acho que o final seria melhor se um helicóptero aparecesse ali para resgatá-los. Deixar o clima de incerteza foi desnecessário e eu espero que a premiere da 9ª não perca muito tempo com isso.

Queria também ter visto a reação do pessoal do hospital ao acidente e a morte da Lexie. Seria bom para dar uma agitada, já que tirando a história da Teddy e do Owen, nada ali foi interessante e as cenas quebraram totalmente o clima de tensão que o resto estava tentando impor. Não gostei muito da edição do episódio, unindo alguns momentos da floresta com do hospital. Acabou que não funcionou direito em nenhum e nem outro, era melhor deixar cada núcleo seguir isoladamente.

Teddy não morreu, mas também disse adeus. Honestamente, não é uma personagem que vai me fazer exatamente falta. Já não estava mais aguentando esse drama com o Owen e fiquei feliz que tudo se resolveu. E, inclusive, gostei muito de como encerraram a trama dela na série. Tive medo de, após a demissão, ela sair brigada com o Owen, mas foi bom vê-los se entender antes da Teddy seguir a vida dela. E não dá pra culpar o Owen pela decisão que ele tomou, já que vai ser melhor para o futuro da Teddy o novo emprego.

Teoricamente, Alex e Jackson também deveriam partir, mas provavelmente isso não irá acontecer e uma das minhas curiosidades é entender o motivo, já que, aqui, eles pareceram decididos a seguir em frente. Alex deve ter alguma relação com o acidente (A cena dele deixando a mensagem pra Arizona e dizendo que deve tudo a ela foi linda) e Jackson, possivelmente, com a April. Gosto desse casal recém formado e foi bonita a cena em que ela confessa que gosta do tipo de relacionamento que estabeleceu com ele.

O drama de Bailey e Ben, honestamente, foi o que menos me chamou a atenção. Não sei até que ponto essa história de casamento vai chegar, mas também não estou curioso.

No saldo final, tivemos uma excelente temporada com um ótimo season finale, mesmo com os pequenos problemas que eu falei acima. Os caminhos estão abertos, as possibilidades são interessantes e, agora, tudo o que resta é esperar até setembro.

Muito, muito obrigado a todo mundo que me acompanhou por mais esse ano nos reviews da série. Vocês são ótimos!

Até a 9ª temporada ou outras reviews por aí!


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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