“Pergunte a um cirurgião por que ele escolheu esta carreira e todos dirão a mesma coisa: foi pela sensação, pela agitação, pela adrenalina de abrir alguém e salvar a sua vida. Comigo foi diferente, talvez porque cresci em uma casa com quatro irmãs. Não, definitivamente foi porque eu cresci em uma casa com quatro irmãs. Foi a tranquilidade que me levou para a cirurgia.”
Com estas palavras, Derek abriu um ótimo episódio (quiçá o melhor da temporada) e resumiu muito do que acontece no Seattle Grace agora. Temos uma animosidade, uma excitação barulhenta e não necessariamente boa acontecendo. E está mais do que na hora de o hospital ter alguns momentos de paz.
O Derek foi o narrador do episódio e ele agiu como o representante dos telespectadores, fazendo algumas perguntas que a gente gostaria muito. Como, por exemplo, “o que aconteceu com o Chief?”. A cena com a Bailey dizendo que o tumor do Isaac foi o motivo de ela ter se tornado uma médica e, logo em seguida, Derek discutindo com o Chief porque este diz que o tumor é inoperável mostrou exatamente a diferença de nível entre o Richard e seus médicos. O Seattle Grace é ousado e isso que os ajudou a conquistar o posto de segundo melhor hospital – perdendo, ironicamente, para o Mercy West. A atitude do Chief é a de um número 12 mesmo.
Ele era uma pessoa boa e a gente gostava dele… mas só vem mostrando ser um chato de galochas. O hospital está em crise (e agora ele tem dois para cuidar), mas isso não é motivo para atitudes tresloucadas como tentar demitir um dos melhores neurocirurgiões do país – sim, ele desafiou a autoridade do Chefe, mas quem não anda fazendo? Em tempos de crise você não pode liberar a sua elite para que venha outro e roube a equipe toda!
Ainda não tivemos a aparição de atendentes do Mercy West, mas os nossos deram um show! Adorei ver todos eles cobrindo a cirurgia do Derek. E Callie e Arizona roubaram a cena de novo! Amo essas duas! Callie, como sempre, soltando segredos sem querer e Arizona encarando o Chief e depois desabando em choro foi tão fofo. Hunt não ficou atrás, querendo ajudar Cristina a ter uma boa cirurgia em mãos de novo.
Aliás, que dó da Cristina. Quando ela errou no teste do Derek, a primeira coisa que eu pensei foi “ela está há tanto tempo fora da sala de cirurgias que está enferrujando”. Mas depois me veio um “ela não é neurocirurgiã, não precisa ter tanta precisão assim, então é natural que ela não seja tão boa”. Shonda, dê logo o CardioGod para a Cristina aproveitar todo o talento dela, por favor? Porque o NeuroGod não funcionou.
Outra parte ótima foi o discurso de Cristina para Lexie e, depois, de Lexie para Avery sobre a fralda hardcore. O Avery levou um belo tapa na cara ao ter caimbras por desidratação (e eu ri muito da cara dele). De todos os Mercy Westers, esse vai ser duro de afeiçoar. E onde foi parar o “aquele que eu não lembro o nome”?
Alex interagindo com a Reed foi interessante. Mesmo ela sendo “a inimiga”, não tem como não compadecer do drama do Alex. Só espero que eles não caiam na ladainha de terem um romance…
E por último, mas não menos importante, Meredith e Derek. O medo do neurocirurgião em cometer algum erro era tão grande que ele passou dez horas olhando o tumor. E ele precisava do apoio da esposa para ter confiança no que ia fazer. Mas ele é como Deus, não? Até a Addison disse isso quando precisava que o ex-marido salvasse seu irmão. Derek pode fazer as cirurgias mais impossíveis porque ele fica inspirado e não com medo de falhas.
O desenho de Derek não ficou lindo na parede do quarto, combinando com o post-it em cima da cama?
Ah, aos que notaram a “ausência” da Bailey: sua intérprete, a maravilhosa Chandra Wilson foi a diretora do episódio. Ótima estreia!