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Hawaii Five-0: Reta final da temporada

Por: em 29 de maio de 2011

Hawaii Five-0: Reta final da temporada

Por: em

**Esse texto funciona como review da sequência de episódios que vai do 1×20 ao 1×24.

Quem leu meus reviews por aqui sabe o quanto eu gostei da temporada de Hawaii Five-0. Desde quando eu bati os olhos na sinopse e nos vídeos promocionais dela, na mid season do ano passado, eu imaginei que sairia coisa boa. Não nego que, sim, eu esperava menos episódios fillers e mais desenvolvimento de uma história retilínea, mas isso era uma expectativa pessoal minha e não sou capaz de tecer alguma crítica feroz a qualidade da temporada por causa disso, já que desde o início ficou claro que Hawaii Five-0 seria uma série procedural. E sabendo que isso não mudaria, deixei de lado a minha espera por uma trama contínua e mergulhei fundo naqueles divertidos e bem construídos casos do dia.

De modo geral, tivemos uma excelente temporada de estréia, que manteve uma regularidade impressionante, apresentando episódios que oscilaram do bom até o ótimo – nada ruim, nada abaixo da média. Tenho apenas uma pequena ressalva quanto ao pouco aproveitamento da Kono. A personagem acabou, na maioria das vezes, como figurante de luxo e o mais frustrante é saber que ela tem potencial para algo maior. O mesmo vale para Chin, embora ele tenha ainda um pouco mais de destaque do que sua prima graças ao plot do roubo do dinheiro. Em contraposto, não posso fazer um balanço da temporada e deixar de elogiar Scott Caan e a excelente construção que ele fez do Danny, tornando-o não só o melhor personagem da série, mas também um dos melhores que surgiu na nova safra de shows. Alex O’Loughin também fez bonito e conseguiu fazer Steve brilhar quando o roteiro pedia isso. Roteiro esse que, na maioria absoluta dos casos, foi bem amarrado e sem falhas. Dito isso, vamos aos episódios finais da temporada.

O nível se manteve alto e em nada deveu aos dezenove episódios anteriores. Os casos foram bem construídos (e alguns até imprevisíveis) e os roteiristas finalmente optaram por acrescentar, entre as investigações semanais, pedaços das duas histórias centrais da temporada: O roubo do dinheiro que tirou Chin da polícia e a investigação da morte dos pais de Steve. Que o Chin era inocente, já era óbvio. Mas eu fiquei surpreso quando a trama foi destrinchada: Jamais passou pela minha cabeça que ele levou a culpa deliberadamente, para proteger a família. Foi uma boa virada de roteiro e que ainda casou muito bem com o caso do episódio em questão, o 1×20, que envolvia dois pais dispostos a tudo (um até mesmo cometeu assassinato) para proteger seus filhos. Linha que também foi abordada no episódio 1×21, sobre o agente do FBI que teve a mulher assassinada e decidiu mover mundos e fundos para proteger o filho dos mesmos bandidos.

Gostei de como a trama dos envelopes que o Steve recebeu foi inserida gradualmente entre os episódios. No começo, achei que não daria em muita coisa, mas a medida que a história ia crescendo, eu imaginei que iria resultar em coisa boa e não estava errado, já que essa foi uma das peças que convergiu no explosivo season finale. Mas antes de falar sobre ele, preciso dizer que fiquei muito feliz com o retorno da Kaye para os dois episódios finais. No começo, até desconfiei de que ela tinha algo a ver com o material da caixa desaparecida que o Steve estava recebendo, mas ela provou ser leal a 5-0, salvando até mesmo a vida do Danny, no caso da toxina no episódio 1×23. Situação que, aliás, foi bem interessante de se ver. Fiquei com medo do episódio não funcionar muito bem com o Danny afastado das investigações, mas a série soube lidar com isso e ainda aproveitou a situação para juntá-lo novamente com a Rachel. E outra participação também bacana nesses episódios foi a do Kamekona, que foi um ótimo alivio cômico entre toda a tensão que os casos geravam.

Quanto a Danny e Rachel, não sei vocês, mas isso já era algo que eu esperava. Desde que a ex-mulher dele deu as caras no seriado, ficou claro que ainda existia alguma coisa não resolvida entre os dois e o casamento dela com o tal do Stan nunca me convenceu de verdade. O Danny sempre deu umas dicas aqui e ali sobre o que ainda sentia por ela. A única coisa que me surpreendeu nesse plot foi a gravidez dela. Não esperava mesmo e quero ver como isso vai ser trabalhado na segunda temporada, embora o destino da relação tenha ficado aberto no finale. E mesmo que tenha sido óbvio que o Danny não embarcaria naquele avião com ela e a filha – pelo menos não no meio de toda aquela bagunça que se instaurou – foi triste ver a cara das duas indo embora sozinhas.

Aliás, essa foi mesmo a única coisa óbvia que o season finale trouxe. De resto, ele foi surpreendente, alucinante e corajoso. Deu um giro muito bacana na série e eu tô bastante curioso pra ver como tudo vai ser resolvido na próxima temporada. Quando citaram o dinheiro roubado por eles para ajudar o Chin, meu sensor de alerta foi ligado e eu fiquei esperando o episódio inteiro pra ver onde tudo isso ia dar. E fiquei bem chocado quando vi a Kono ser acusada e perdendo a arma e o distintivo. Não esperava que a série retomasse mais esse plot, já tinha o dado como encerrado, então foi uma grata surpresa vê-lo sendo usado aqui. Mas o mais assustador é perceber que a acusação contra a Kono foi a surpresa mais “leve” do episódio que fechou a temporada.

O envolvimento da governadora com o Wo Fat foi uma ótima jogada e mostrou que a série não pretende poupar ninguém. Qualquer um pode estar envolvido nessa teia de armações e, até que se prove o contrário, todos podem ser culpados. Eu relutei em acreditar que ela estivesse mesmo envolvida, mas ao vê-la confessando a sangue frio que havia ordenado a morte da funcionária por ela estar enviando os envelopes ao Steve, perdi qualquer dúvida. Não podia imaginar que ela era quem estava sendo investigada pelo McGarret Pai. Toda a sequência do confronto dos dois foi bem feita e conseguiu passar toda a tensão que exigia. Acho que foi a melhor atuação do Alex O’Loughin na série durante esses 24 episódios. O momento em que o Wo Fat o desacorda, entra na sala e atira na governadora foi o ponto alto do finale.

Agora, ficamos com um cenário totalmente desconstruído. Hawaii Five-0 mexeu com tudo o que podia e eu não consigo formular nenhuma teoria de como eles vão conseguir consertar o que foi feito. Com a 5-0 extinta, a governadora morta, Steve preso e acusado injustamente, mas com provas concretas, de dois assassinatos, Kono investigada pelo roubo do dinheiro e Chin – agora com seu nome limpo – voltando àqueles que outrora o acusaram e assumindo o posto de tenente, o que vai acontecer a seguir é totalmente incerto. Danny está desesperado para provar a inocência de Steve e Kaye deve ajudá-lo de alguma forma. Aliás, eu faço votos para que a personagem apareça mais durante a próxima temporada, quem sabe sendo até mesmo parte do elenco fixo.

Somando a isso tudo a gravidez de Rachel e ao Wo Fat livre, as peças estão dispostas e o potencial está nas alturas – junto com as expectativas e ansiedade. Acredito que Hawaii Five-0 tem tudo para fazer uma segunda temporada ainda mais eletrizante que essa primeira.

Muito obrigado a todo mundo que acompanhou os reviews aqui comigo e espero que vocês tenham gostado deles e da temporada tanto quanto eu.

PS: Tô com problemas com internet e não consegui comentar os episódios quando eles foram ao ar. Espero que tenham gostado desse texto. 🙂

PS²: Cena mais canalha da temporada: Danny apontado pro Steve e fazendo um coração com as mãos. Eu meio que chorava de rir daquilo.

 


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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