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Homeland – 2×01 The Smile

Por: em 2 de outubro de 2012

Homeland – 2×01 The Smile

Por: em

Em 2011 Homeland estreou na televisão Americana e foi aclamada pela crítica. Baseada em uma série israelense e com um proposta bem diferente de tudo que vimos após o 11 de setembro, não existem elogios suficientes para descrever sua primeira temporada. O fato é que aqueles 12 episódios inicias foram consistentes e com atuações magnificas, fazendo com que fosse impossível tirar os olhos da tela. Muitas perguntas ficaram em aberto após a season finale, e muitos questionaram se existia fôlego suficiente  para manter uma trama que já estava revelada – pelo menos aos olhos dos público. Só posso dizer, que quando uma série é capaz de te arrancar arrepios com um simples previously on, ainda existe um longo caminho a ser percorrido. 

Como se tivéssemos sendo introduzidos a uma nova história – e realmente acredito nisso-, esse primeiro episódio da 2ª temporada foi tratado com uma certa delicadeza e calma. Conhecemos novos personagens e nos demos conta que alguns dos antigos estão em processo de mudança ou adaptação. Isso é muito interessante a longo prazo. Algum tempo se passou – não foi nos descrito o quanto -, e a vida de todos os envolvidos está diferente. E por mais que seja incontestável o peso que Carrie e Brody tenham na trama, alguns coadjuvantes começaram a revelar que essa história pode percorrer vários caminhos.

Existe uma linha tênue que separa o bom do mau e o certo do errado.Quando a premissa da série foi apresentada, era fácil imaginar que o tal prisioneiro de guerra que havia se convertido era alguém ruim.Ser torturado fisicamente e psicologicamente  e ainda sim, se virar contra seu país é um conceito forte, que muitos não comprariam. Os roteiristas sempre quiseram deixar bem claro que o julgamento do Sargento Brody partirá do próprio publico que o acompanha. Se Abu Nazir é ruim, o Presidente dos Estados Unidos também não é? O mais incrível dá história é exatamente isso! Levantar essa questões morais, que podem levar séculos para serem discutidas, sem que ninguém chegue a um acordo.

Esse retorno já nos mostra que Brody está dentro da politica Americana e alcançando lugares cada vez melhores. Ao ser nomeado como um possível candidato a vice-presidência do país, todos os planos para um possível ato terrorista, seja ele da forma que for, está bem encaminhado. Quando somos apresentados a Roya Hammad(Zuleikha Robinson de Lost) uma jornalista aliada ao líder Al-Qaeda, fica claro que seria impossível que ele trabalhasse sozinho nessa guerra. Com a missão de provar para Abu Nazir que ainda se lembra dos propósitos que o levaram até ali, invadir o cofre de David Estes na sede da CIA deveria ser mamão-com-açúcar. Porém, diferente daquele cara firme que estava pronto para explodir uma sala cheia de gente, vemos agora Brody cheio de conflitos. Até que ponto ele está realmente disposto a ir na vingança de Issa ou o quanto o poder vai influencia-lo, são pontos que certamente serão discutidos ao longo da temporada.

Algo que havia me deixado com uma pulga atrás da orelha, era imaginar como Carrie seria inserida novamente na grande trama. Ao vê-la se recuperando do tratamento contra a doença, cuidando da horta e tentando ser uma professora normal de inglês para estrangeiros, me bateu uma dor no coração. É impossível não sofrer com ela! Primeiro por que apesar de sempre estar no caminho certo, a bipolaridade sempre a deixou com um pé atrás consigo mesma, e com a atuação perfeita de Claire Danes a história conseguiu ultrapassar o nível da ficção, nós tornando torcedores da personagem.

Mesmo sendo instável, vê-la sendo requisitada para voltar a campo, me fez comemorar. E acho que aquele sorriso ao conseguir despistar um informante é a prova de que a Carrie vive pra isso. A tensão, os disfarces, o medo, tudo isso está inserido no mundo que ela conhece – e gosta -, e poder ajudar seu país sempre foi um ponto muito importante. Lembrem-se que a história começou com uma informação, algo que ameaçava os Estados Unidos, e agora tudo começa a se repetir. Começo a achar que leva-la para Beirute no Líbano não é apenas um pedido sem maiores fundamentos. Mesmo tendo Saul ao seu lado, Estes não a readmitiu, e muito menos reconheceu todo seu esforço. Com a informação em mãos, um pedido de desculpas seria o mínimo a ser feito. 

Jéssica podia passar desapercebida pela história, assim como Dana e tenho certeza que muitos concordarão comigo. Só que nesses 50 minutos de estreia da temporada vi duas personagens engrandecerem. A primeira demonstrou todo o lado deslumbrado da mulher de um futuro vice-presidente dos Estados Unidos. As novas amizades, a influência, o poder, isso chama a atenção e pode elevar o ego de muitos. Uma das cenas mais fortes da noite foi vê-la jogando o alcorão no chão, com todo o preconceito e ignorância que muitas pessoas teriam. Muitos associam os muçulmanos a terroristas, e isso é algo que ela, como mulher do candidato não pode permitir. Religião é um dos temas mais polêmicos a serem discutidos, mas adoro ver que a série não se intimida nessa questão. Mesmo que Brody tenha se convertido ao aceitar ficar contra seu país – se podemos dizer dessa forma-, a mudança de religião nunca foi a influência. Naquele momento difícil, após 8 anos de cativeiro, ele se apegou a fé e encontrou conforto, e questiona-lo sobre isso seria um absurdo. De qualquer forma, tenho certeza que isso virá a tona durante a campanha. Divertido não?

A questão da religião também me leva a Dana. Personagens adolescentes acabam gerando normalmente uma antipatia do publico, pois estão naquela fase difícil, e muitas vezes estão lá apenas para nos torrar a paciência. Quando o último episódio da temporada foi ao ar, vimos Dana carregar o peso de salvar o país – mesmo que ela não saiba disso -, e a atuação Morgan Saylor foi espetacular. Adorei vê-la novamente fazendo parte de uma história significativa. Sinceramente, em uma escola daquelas eu não duraria um dia. Um lugar onde se permite discussão, desde que essa não afete ou agrida a politica do local, merece ter um estudante rebelde. E é isso que eu quero que aconteça. Que ela seja capaz de enxergar toda a hipocrisia do mundo e tenha voz ativa. Alias, um bate-boca entre mãe e filha é bem vindo, já que a Jéssica está precisando ouvir umas poucas e boas.

Foi um ótimo retorno, e minhas expectativas estão nas alturas. Já me livrei de qualquer medo de decepção, e estou pronta para apreciar essa trama com tudo que vier. E vocês?

Opiniões, críticas e comentários são todos bem-vindos.

Até semana que vem!


Priscilla Evans

Campinas / SP

Série Favorita: Friends

Não assiste de jeito nenhum: Supernatural

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