“Sorria Ted, nossa série voltou com tudo! Menos um Emmy…”
Conheci How I Met Your Motherem 2008. Numa madrugada sem sono, entre um canal e outro, lá estavam Ted, Marshall, Lilly, Barney e Robin… Minha lista de séries favoritas ganhava mais um nome. Em menos de um mês vi todos os episódios. Me emocionei, me diverti, ri de bobabgens, ri de piadas inteligentes, ri de flashbacks, aguardei ansiosamente a chegada da entidade, quase cósmica, “a mãe”.
How I Met Your Mother é uma das séries mais responsáveis pela existência deste blog. Meu desejo de escrever as reviews da melhor e mais subestimada comédia da atualidade sempre foi maior do que o de escrever sobre séries que verdadeiramente trazem a um blog audiência e comentários. Deu tudo certo, o Apaixonados por Séries tomou forma, e meses depois, cá estou eu, escrevendo a minha primeira review de HIMYM… E não poderia ter começado melhor!
Embora eu seja uma fã confessa da série, sou do grupo que viu na quarta temporada uma grande queda de qualidade. Claro, as duas atrizes do elenco estarem grávidas ao mesmo tempo decididamente não ajudou… Mas, verdade seja dita, até a metade da temporada passada faltou inspiração aos roteiristas. Poucos episódios se destacaram, e a tão famosa e esperada história da cabra acabou decepcionando muita gente.
Foram episódios como Intervention, The Naked Man, Three Days of Snow, The Possimpible e The Front Porch que fizeram a quarta temporada valer a pena. E, mesmo tendo que aturar novamente a insípida da Stella na reta final, foi bom ver a vida de Ted finalmente sair do lugar. E lá se foi a quarta temporada… De herança, uma dúvida e uma certeza. A certeza? O quanto pode ser uma furada ter tamanha coincidência de gestações num elenco. A dúvida? Barney e Robin enfim ficarão juntos?
Depois de três longos meses sem episódios, posso dizer, sem medo de errar, que How I Met Your Mother retornou na sua melhor forma! E como começar podendo dizer isso!
Por um segundo apenas, cheguei a pensar que a série fosse enveredar pelo caminho do lenga-lenga entre Barney e Robin. Não mereceríamos, a essa altura do campeonato, mais de um episódio sequer com os dois tentando resolver se estariam juntos ou não. E foi Lily quem veio nos salvar, enfiando os dois naquele quarto (alguém mais lembrou de Friends?) e não os deixando sair até que resolvessem, ou melhor, assumissem, o que, a olhos vistos, já parecia mais do que decidido.
E se teve um personagem que saiu prejudicado com a onda de progesterona no set, foi Lily. A licença maternidade de Alyson Hannigan fez com que ficássemos sem a sua espirituosa e espevitada Lily por intermináveis quatro episódios. E o que sobra de Marshall sem a sua Lilypad? Apenas uma sombra do que é o verdadeiro Marshall Ericksen. Afinal, mais do que sua mulher, Lily é sua parceira no crime, sua pequena escada-rolante de piadas… E, juntos, os dois são a garantia de que, enquanto Ted não encontrar a mãe dos seus filhos, eles continuarão sendo a base do grupo, a cola que mantém essas figuras tão distintas unidas. Ou você consegue imaginar Ted, Robin e Barney como amigos saindo sempre juntos? No way.
Então nada melhor do que várias cenas de Lilypad e Marshmallow para que pudéssemos matar as saudades do casal mais fofo de todos os tempos! E tenho certeza que eu não fui a única ‘moça comprometida’ a se reconhecer em Lily, querendo desesperadamente que o casal de amigos fique junto para que, enfim, os quatro possam fazer programas típicos de casal!
E é incrível como uma série carismática como HIMYM pode pegar uma grande bobagem e transformar numa grande e inspirada diversão. Sejamos honestos, o chapéu e o chicote de Indiana Jones são sim, uma bobagem… Mas uma bobagem no melhor e mais divertido sentido da palavra! E, embora eu não seja a maior das fãs do talento cômico de Josh Radnor (que, embora teoricamente protagonista, acaba sempre escondido no meio de tanta gente tão boa) chega a ser engraçado como ele consegue brilhar quando está sozinho em cena. E até quando simplesmente não está em cena, já que alguns dos grandes momentos de Ted Mosby ocorrem na sua narração da série, como no momento em que ele conta o que Robin supostamente teria dito para Barney quando estavam trancados no quarto.
Mas o grande plot do episódio foi mesmo a história sem fim entre esses dois. E mais uma vez HIMYM nos trouxe algo que sempre me faz admirar a série ainda mais: eles não duvidam da nossa inteligência. Acreditar que Ted, Marshall e Lily teriam engolido aquela conversa de que, em tão pouco tempo, Barney e Robin teriam engolido o orgulho e aceitado assumir seu relacionamento, seria duvidar completamente da nossa inteligência. Conhecemos esses personagens a quase cinco anos! Eles jamais seriam tão inocentes a ponto de cair nesse conto do vigário… Inocentes são mesmo os reais envolvidos na história, os que acreditam estar mentindo para os outros, quando na verdade apenas enganam a si mesmos para esconder seu amor. Me lembrou Shakespeare… Não o Shakespeare mortal de Romeu e Julieta, e sim o humor leve e irreverente de Sonho de uma Noite de Verão.
E foi com esse clima que o episódio chegou ao fim.. Meio bucólico, numa tarde ensolarada, numa rua qualquer onde dois amantes figem que são amantes e transformam o fingimento na real encenação.
Momento mais engraçado do episódio: Ted no quadro na dúvida de como se soleta “professor”, esperando alguma reação dos alunos pra saber se estava certo ou errado.
E pra você, qual foi o momento que você mais riu?
E tem mais alguém decepcionado com o Emmy por aí?
——————————————————————–
A partir da semana que vem as melhores comédias da CBS, The Big Bang Theory e How I Met Your Mother, se juntam também aqui nas nossas reviews!
