Uma coisa que me acontece bastante é assistir o piloto de um seriado, amar, achar que vou viciar instantaneamente e, nos seguintes episódios, odiar o mesmo para todo o sempre. Better With You é um exemplo. E, como Love Bites também tem como tema histórias de amor em situações corriqueiras, tinha medo que fosse o mesmo caso. Mas, depois de ter assistido os três primeiros episódios, tenho (nunca diga nunca, né?) 90% de certeza que vou continuar assistindo por muito tempo. Eu gostei muito do formato anunciado como “antológico”, que nos traz histórias e personagens novos a cada semana. São, ao meu ver, “micro-comédias-românticas“, sempre inteligadas por um detalhe ou personagem secundário. Me fisgou completamente.
How To… começa com Banana Bread, que eu achei fantástico. A forma como a amiga de Annie, interpretada por Michelle Trachtenberg, resolveu o problema de medo de compromisso do rapaz com quem estava saindo foi absolutamente genial. Me incomodou um pouco o fato de, pelo segundo episódio seguido, Annie estar apenas fazendo o papel de amiga da personagem que vive a história de verdade. Ficou bastante na cara que Becki Newton está sendo “cozinhada” até o fim da gravidez para só então aparecer de verdade no seriado.
Depois veio Decent Proposal, a história de como uma mãe pode se esforçar ao máximo pelo filho mas sempre, sempre, vai ter algum tipo de “síndrome do ninho vazio” e de como um pai pode ter todos os preconceitos do mundo mas, no momento em que percebe que seu filho está verdadeiramente feliz, vai colocá-los de lado. E de como não devemos generalizar arquétipos, pois nem sempre o fato de um homem ser gay e morar na Califórnia quer dizer que ele não pode ser “à moda antiga” e pedir a mão do namorado em casamento ao seu sogro.
Eyegasms, uma história sobre fantasias sexuais, não me chamou tanto a atenção como comédia em si. Achei engraçadinha e bonitinha, mas nada mais do que isso. Na verdade essa história teve um grande momento valoroso e não foi a história em si. Às vezes não nos damos conta de como homens pensam diferente de mulheres e aqui isso ficou bem explícito. Mulheres fantasiam sim, mas se sua fantasia tem um nome e um rosto de alguém conhecido, isso é horrível! Claro que homens vão achar que não tem diferença nenhuma entre fantasiar com um bombeiro aleatório e fantasiar com Jennie, a garçonete. Mas para as mulheres tem, a sensação é de estar sendo trocada. Ainda bem que Judd e Coleen são o casal mais bem resolvido da face da Terra.
A stripper Sapphire com seus tutoriais sobre eletricidade e cozinha e a ligação que ela faz na história toda? Sensacional.
Goodbye Boob, a primeira história de Keep on Truckin‘, me incomodou um pouco com aquela festa. Não consigo entender isso de estar prestes a passar por algo muito triste e resolver “comemorar”. Algo como “vou fingir que estou feliz pra esquecer que estou triste”. Não entendo porque eu não funciono assim. Mas, voltando à história, sempre acho lindo ver algum cara “vazio” – ou qualquer outro adjetivo que traga consigo o rótulo de “não-namorável” – apaixonado. É sempre muito meigo, eles fazem coisas ingênuas e fofas, pois é pela primeira vez. É realmente especial. Ele pintou margaridas e cortou o rabo-de-cavalo ridículo! Fofíssimo!
E então, no primeiro plano de Ninja Vanish, eu arregalei os olhos e pensei “OMG, Scrubs!”. Donald Faison veio a Love Bites ensinar a muitos homens por aí como ser um pouco mais Barney (How I Met Your Mother) na vida. Bom, meninas, já sabem: quando saírem com um cara, muito cuidado com a senha do seu celular! Ou, melhor: nenhum cuidado, porque se o número dele sumir, ele era idiota mesmo. O melhor foi ele provar do próprio veneno. Clichê, eu sei. Logo depois que ele terminou de contar seu “truque” eu já sabia que isso ia acontecer. Mas gostei mesmo assim.
Cutlets fez com que eu mordesse minha língua por achar que, enquanto Becki Newton estivesse grávida, não teria história pra ela. A história não foi maravilhosa, mas o tipo bizarro tarado por grávidas e os peitos falsos escapando pra fora da roupa me fizeram rir bastante. Não entendi a aparição de Michelle Trachtenberg, pois achei que somente Newton, Greg Grunberg e Constance Zimer apareceriam em mais de um episódio, mas gostei de vê-la participando da história. Eu vinha mesmo pensando como seria isso de, a cada episódio, Annie ter mais uma amiga. Ninguém tem 738693547 amigas.
Só espero que, nos próximos episódios, o elemento que liga as histórias seja melhor do que o deste, pois sinceramente, depois de Sapphire, não fiquei nada satisfeita com o caminhoneiro tatuado, que ou só apareceu em duas das histórias ou eu que não o encontrei na segunda história.
