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Pan Am – 1×04 Eastern Exposure

Por: em 18 de outubro de 2011

Pan Am – 1×04 Eastern Exposure

Por: em

A pergunta que não quer calar: por quanto tempo Pan Am ficará no ar?

Eastern Exposure registrou mais uma queda na audiência, ficando com 5.89 milhões de telespectadores. Isso foi menos do que o necessário para a ABC cancelar Charlie’s Angels, que foi vista por 5.91 milhões no último episódio exibido. Claro, se considerarmos os outros números importantíssimos, rating e share, Pan Am ainda se dá melhor. 1.8% do público alvo assistiu Eastern Exposure, uma queda pequena do 1.9% registrado no episódio anterior. O share fica em 4%. Charlie’s Angels foi cancelada com 1.3% de rating e 3% de share. Caso Pan Am decline mais um pouco no próximo episódio, infelizmente, deverá ser o fim das aventuras dos pilotos e aeromoças que me cativaram rapidamente, transformando a série na estreia da fall season que mais me apeguei. Culpem o povo americano e os outros dois competidores da série no horário: CSI: Miami e o campeonato de futebol americano. No próximo domingo estreia Once Upon a Time, porém, não ajudará Pan Am, visto que a série será exibida antes de Desperate Housewives, que é o programa lead in de Pan Am. Quando Lone Star foi cancelada ano passado, publiquei esse texto que serve para o provável cancelamento de Pan Am, mesmo que não seja possível comparar a qualidade dos roteiros.

O problema é que Eastern Exposure não foi de grande ajuda. Claro, teve a abordagem escapista com Maggie e Laura, mas ainda não encontrou um caminho. Será somente escapista sem grandes aprofundamentos, ou então tentará dramas mais pesados como fez com Colette semana passada, e agora com Ted? Aliás, lembram que em Lost quando um personagem era centrado em um episódio, ele aparecia quase nada no seguinte? Isso aconteceu com Colette, que foi totalmente coadjuvante em Eastern Exposure, tendo menos de 10 falas. Porém, a série precisa decidir. Pushing Daisies tinha um esquema escapista, e apesar de abordar a história dos personagens, o fazia da mesma forma. Pan Am não está balanceando isso tão bem. Em um momento temos Maggie e Laura dançando e fugindo de cobras e lagartos; no próximo temos Ted e uma história sólida que é para ser levada a sério. Ou seja, existe um contraste de como as coisas estão sendo feitas na série, e isso não deve estar ajudando o público a permanecer na TV.

Além disso, é preciso desenvolvimento nas vidas de Maggie, Laura e Dean. Claro, estamos apenas no quarto episódio, mas eles querem mesmo desperdiçar Christina Ricci em plots inúteis o tempo todo? Maggie não faz nada!! Claro, eu fico encantado cada vez que Ricci aparece em cena, mas se antes ela ainda tinha algum plot a parte, em Eastern Exposure ela serviu de escada para Laura. O que eu disse semana passada sobre estar esperando a interessante storyarc da independência feminina com Maggie, agora parece acontecer com Laura. Ela tem os motivos para querer independência, para crescer e aparecer. A motivação pode elevar a personagem e transformar Laura em algo descente, e vimos, notavelmente, a admiração da loira pela morena. Mas e Maggie? É triste achar que contrataram Christina Ricci apenas para atrair o público com um nome famoso. Ela pode muito mais, então dêem espaço para seu astro principal.

“Mas cada episódio focará em um personagem, então Maggie logo será desenvolvida”…não gosto dessa ideia. São seis personagens apenas, não 14 como tinha Lost, dando espaço suficiente para desenvolver a trama sem nos sobrecarregar com a história de apenas um personagem. Pelas sinopses, parece que a partir do próximo episódio, conhecermos personagens secundários e elementos importantes que ficarão na série por mais tempo, ou seja, criando storylines paralelas com importância, envolvendo todos esses personagens, sem focar em apenas um deles, além da história de espionagem que não dá em nada. Porém, será que não é tarde demais?

Entretanto, é de se concordar que Michael Mosley fez um trabalho excelente como Ted. Era preciso algo que nos fizesse simpatizar com o personagem, e os flashbacks conseguiram isso. Ele não é só um co-piloto mulherengo que fica fazendo piada aqui e ali. Ted tinha sonhos de ir para o espaço e seu emprego na marinha estava quase possibilitando isso. Quem estava certo? Ted realmente errou ou sua aeronave estava com problemas? Acredito que a 2ª opção. A série ainda deu um pouco mais do famoso daddy issues, e o pai de Ted não quis arranjar problemas com a marinha pois precisava dos contratos renovados. Pan Am foi o que sobrou para Ted. Não era seu sonho ou sua liberdade, como é para Maggie e Laura. Para piorar, ele ainda precisa ser co-piloto de alguém que não tinha créditos o suficiente no esquema que a Pan Am funcionava na época. Dean encontrou Juan Trippe – fundador da empresa – e, buscando inovação, ganhou o emprego de piloto.

Foi legal terem explicado como Dean chegou a ser piloto, algo que todos estavam chocados, ou com inveja, no caso de Ted. Ele só quer ser útil e ter chances, mas acaba passando por cima dos outros, como fez com Dean. Pensei que a discussão e briga dos dois levaria mais episódios, mas tudo foi resolvido. Foi bom não terem esquecido de Ted e Laura. Ela mesma está mais interessada nele, após a cena com a antena, em Jacarta. Ali ela pôde ver que um Ted com sentimentos, sonhos e com olhos brilhando ao ver uma espaçonave decolar. Todo o esquema da decolagem em Hong Kong valeu a pena, pois Dean poderia usar o conhecimento de Ted e não colocar a vida dos passageiros em risco.

Aliás, não vistamos apenas um país nesse episódio. Além da decolagem em Hong Kong, estivemos em Jacarta e Yangon – chamada de Rangoon, antiga capital de Burma, que é chamado de Myanmar ou Birmânia aqui no Brasil. Só tivemos isso para provar que a CIA não só trabalha com aeromoças, mas também muda os destinos dos voos da Pan Am. Em Yangon não vimos nada demais. Só serviu realmente para Kate pegar a câmera e incitar a raiva de Ted sobre a marinha. Já na Indonésia, foi onde aconteceu a maior parte do episódio, com as farras de Laura e Maggie. Foi divertido acompanhar as duas jogando dominó, vendo brigas de galo, fugindo de cobras e dançando em cima das mesas no calor dos trópicos, mas entra em contraste com o resto. Porém, vai ser bom essa mudança de Laura ir morar com Maggie. Quem sabe não seja o incentivo que Maggie precise para desenvolver sua personagem, ou vice-e-versa.

O plot de espionagem foi morno, novamente. Porém, dessa vez Kate sentiu medo, e esteve disposta a fazer tudo como combinado, sem pular nenhuma regra. Mas se eles querem fazer uma história de espionagem com todo o contexto da Guerra Fria, precisam mostrar mais, pois Kate não faz nada de perigoso, realmente. A discussão das irmãs foi ótima, e tanto Kelli Garner como Margot Robbie estiveram ótimas em cena. Tudo isso serviu de pano de fundo para o fim da relação das duas irmãs. As indiretas de Maggie para Kate fizeram perceber que ela está “cortando as asinhas” da irmã. Mas foi tarde demais, pois Laura saiu de casa.

Pois bem, semana que vem é que – aparentemente – histórias importantes começarão acontecer quando o Clipper Majestic aterrizar em Monte Carlo, Mônaco. Será o último episódio da série? Espero sinceramente que não, pois gosto muito de Pan Am. E lembram que questionei sobre o Brasil? Pois então, no sexto episódio, o grupo desembarca no Rio de Janeiro!! #SavePanAm


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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