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Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Parenthood 2×06 – Orange alert

Por: em 26 de outubro de 2010

Parenthood 2×06 – Orange alert

Por: em

Se quiser ler essa review com a música tema da série ao fundo,
basta ir ao final desse post e dar o play em Forever Young, de Bob Dylan.

Há meses atrás, quando decidi acrescentar Parenthood a minha lista de séries, um nome fora decisivo: Lauren Graham. Hoje eu só posso dizer que estou feliz que a eterna Lorelai tenha decidido se juntar ao elenco da série da NBC após a saída de Maura Tierney. Se não fosse por isso, talvez eu nunca tivesse dado uma chance àquela que viria a se tornar uma das minhas séries favoritas. E o mais engraçado? Lauren, e sua personagem Sarah, talvez sejam o que há de menos especial, pra mim, em Parenthood.

E se ainda não ficou claro na introdução, um aviso: as reviews de Parenthood mudaram de dono mais uma vez. Então, pra você  que já esteve aqui antes, que fique claro, essa autora que vos fala não tem dupla personalidade, nem tinha o autor que aqui antes esteve. Então não estranhe se, daqui por diante, a opinião sobre a série, histórias e personagens forem completamente diferentes… Ou não.

E que bela maneira de começar, com um episódio de Halloween! Um prato cheio de problemas para Adam, Kristina e Max. A Síndrome de Asperger é mesmo uma doença fascinante, diria House, e eu sou obrigada a concordar com ele. Não me entenda mal, não tenho a intenção de tratar de modo sarcástico algo tão sério… Mas os aspectos práticos da síndrome não são facilmente compreensíveis por qualquer um que se disponha a assistir um simples episódio de 40 minutos, e é isso que há de tão fascinante não só no problema, como na forma com a qual ele é tratado pela série.

Se nunca tivéssemos ouvido falar desse transtorno, nem jamais tivéssemos visto um episódio sequer da série, seria praticamente impossível entender porque Max não consegue compreender a noção de “fingimento“. Treinar em plena luz do dia, sem doces, e com sua irmã se passando por uma vizinha, é algo inconcebível para uma criança como Max, com tantas dificuldades de interação e que não consegue entender a “simples” noção de faz de conta, ou figuras de linguagem.  Mas eu não sou médica, e acredito que a grande maioria do público de Parenthood também não… Então o que nos resta é perceber toda essa dificuldade do pequeno Max e o nervoso sempre crescente dos seus pais diante das situações que colocam seu equilíbrio em perigo. E, claro, respirar tão  aliviados quanto Kristina ao perceber que, ao menos dessa vez, tudo correu bem.

E é esse o grande charme da série. A sua capacidade de fazer com que nos importemos com acontecimentos aparentemente tão banais quanto uma peregrinação a casa dos vizinhos em busca de doces.


E quem poderia imaginar que o patrão aparentemente canalha de Sarah e Adam se transformaria naquele salvador da pátria?  Já era de se esperar que sua reação pós-beijo no trabalho fosse mais ou menos aquela. Com aquela cara de bon vivant, não dava pra se esperar muita coisa de Gordon Flint. Ou talvez seja o meu preconceito com os Baldwin falando mais alto… Acho todos completos canastrões. Inclusive Alec, que conseguiu a façanha de arranjar um personagem na medida, do qual, se for esperto, jamais largará. Claro, Stephen é de longe o pior, mas William, que infelizmente é quem nos interessa, com certeza não fica muito atrás. Quem assiste Gossip Girl há de concordar comigo.

Mas, pelo menos por hoje, ele fez sua parte. Foi, salvou o dia, e como bem diz o ditado, “quem meus filhos beija, minha minha boca adoça”. Conseguiu a garota de volta com um único gesto  supostamente heróico de pular na piscina e resgatar uma adolescente bêbada. Se ele vai se comportar tão bem assim daqui pra frente? Aposto que não, e aposto também que as chances de sobrar pro Adam são grandes.

Mas nem Amber fantasiada de banana conseguiu chamar mais atenção do que a evolução de Crosby. Lembram do primeiro episódio, quando falar de casamento praticamente lhe dava brotoejas? Sempre me lembro de um comentário feito pelo Ausiello há meses atrás no Twitter… O sábio colunista norte-americano, então, se perguntou: “Quem poderia imaginar que Dax Shepard seria tão fofo? Kristen Bell!”. Ele se referia ao fato de Kristen (Veronica Mars) e Dax serem noivos. Até Parenthood, Dax era conhecido sobretudo por filmes como Idiocracy e Zathura que, independente da qualidade, dificultavam qualquer intenção do público em se encantar pelo ator.


Com Crosby, o o jogo mudou completamente… É difícil não se deixar encantar pelo solteirão encantado pela nova família. É mais ou menos o mesmo papel vivido por Hugh Grant em Um grande garoto, em que ele começava o filme sustentando que “todo homem é uma ilha” e, aos poucos, se deixava convencer que não era bem assim… Eram necessárias várias ilhas para se fazer um homem verdadeiramente feliz. E o arquipélago de Crosby tem dois nomes: Jasmine e Jabar.

O que ninguém podia esperar era que o tão aguardado pedido viesse acompanhado do aparente silêncio de Jasmine. Fica a dúvida se o suspense gerado pelo fim abrupto do episódio foi somente para nos deixar com a pulga atrás da orelha, ou se Jasmine vai realmente hesitar antes de embarcar nessa história da casamento com Crosby. De qualquer forma, muita coisa ainda deve acontecer antes desses dois efetivamente juntarem os seus trapinhos. Acompanhamos juntos?

P.S.: Julia, compartilho sua dor! Morro de medo de ter uma filha patricinha, e posso imaginar o quão doloroso deve ser ver sua filha travestida de mini-miss.


Cristal Bittencourt

Soteropolitana, blogueira, social media, advogada, apaixonada por séries, cinéfila, geek, nerd e feminista com muito orgulho. Fundadora do Apaixonados por Séries.

Salvador / BA

Série Favorita: Anos Incríveis

Não assiste de jeito nenhum: Procedurais

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