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Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Parenthood – 2×14 A House Divided e 2×15 Just Go Home

Por: em 18 de fevereiro de 2011

Parenthood – 2×14 A House Divided e 2×15 Just Go Home

Por: em

Se quiser ler essa review com a música tema da série ao fundo,
basta ir ao final desse post e dar o play em Forever Young, de Bob Dylan.

A parte complicada de se escrever, semanalmente, reviews sobre uma série que a gente adora, é a dificuldade inacreditável de se encontrar defeitos. Claro, tem muita gente que adora ler e escrever textos que, de cabo à rabo, não passam de babação de ovo. Eu decididamente não sou uma dessas pessoas. Acho muito mais interessante ter algo a criticar e questionar (como não me faltava nas reviews de HIMYM), do que passar semanas intermináveis elogiando uma série. Pois bem, com Parenthood eu sou obrigada a fazê-lo. Tem como falar mal dessa série?


Pra quem gosta, com certeza não. Mas sabe aquele tipo de gente que se entitula como “ame ou odeie”? Pois é, Parenthood é assim. E essa sua qualidade se reflete no sempre baixo número de pageviews e comentários. A série dos Braverman é, infelizmente, uma das menos procuradas aqui no blog. E quando eu recomendo a série em algum outro post sempre aparecem dois tipos de leitores. O primeiro é aquele que, como eu, adora os Braverman e acha a série perfeita. Ou quase isso. Já o segundo se detém basicamente ao mesmo argumento… “Parenthood? Que série chata, monótona, não consegui passar do segundo episódio.”

E quem é que está certo nessa história? Nenhum dos dois, claro! Gosto é gosto, e existem aqueles que, como eu, adoram Parenthood e aqueles que não entendem como alguém pode se empolgar tanto com uma série em que nada acontece. É difícil discordar desse argumento, até porque não o acho inválido. É verdade, nada (ou quase nada) acontece em Parenthood. E é justamente essa a grande graça da série. Passar por episódios sem que mortes, separações, casamentos e grandes reviravoltas aconteçam… Não é assim a vida real? A gente briga com nossos pais, maridos, esposas, filhos, muda de emprego, faz novos amigos, descobre novas idéias e, no final, tudo continua mais ou menos igual. A não ser que você mude de continente, as mudanças na sua vida tendem sempre a serem pequenas. Claro, a gente sai do colégio e tudo muda. Se forma e tudo muda novamente… Mas são mudanças esporádicas e regidas pelo tempo, não pelas intempéries do mundo.

E é essa a grande graça de Parenthood. Ter personagens tão carismáticos, atores tão excepcionais que, independente de pouca coisa efetivamente acontecer no caminho, a graça é aproveitar a viagem. E se essa viagem vier acompanhada de comestíveis, melhor ainda!


Mas isso aqui deveria ser uma review… Então voltemos aos episódios. Em A House Divided, quão engraçado foi ver Adam totalmente chapado com aquele pirulito de maconha? Nem Modern Family me fez rir tanto essa semana! [apologia as drogas] Pensando bem, nunca ri tanto em uma série dramática e torço pra que Adam se reúna com seu chefe mais vezes [/apologia as drogas].

A verdade é que Peter Krause arrasa em todo e qualquer tipo de cena que seu personagem protagonize. Adam talvez seja o personagem mais crível da série, humano e falível como tantos pais de família cuja “casca grossa” não passa mesmo disso, uma casca. Não deve ser fácil ter que se sujeitar a esse chefe 2.0, à la Mark zuckerberg. E se, normalmente, sua mulher costuma ser seu alicerce, dessa vez não vai dar. Kristina anda tão fragilizada com a ausência da filha, que está cada dia mais difícil pra ela fazer qualquer coisa além de cuidar de Max.


Bom, mas pra isso até que ela andou ganhando uma folga… Quem apostaria que Max conseguiria passar uma noite toda no meio do mato? Ok, não foi tão simples e foi necessária a interferência de um chapado Adam, mas entre mortos e feridos salvaram-se todos e Max pôde voltar do acampamento cheio de insetos e fazendo seu avô feliz. E Zeek, seu machista, leve as meninas também! Quer dizer, dá pra imaginar aquele protótipo de patricinha chamado Sydney no meio do mato?  Mas Amber e Haddie decididamente mereciam esse “bonding moment” com seu avô.

O destaque “sem noção” do episódio fica pra Julia e seus jogos de festa. Essa vibe Monica (Friends) está cada vez mais aguçada na advogada, que parece estar mesmo virando uma personagem maníaca por organização. Ainda não sei até que ponto isso é válido… Mas talvez seja só o meu amor por Friends falando mais alto.

E se foi no 2×14 que Haddie se estabeleceu na casa dos avós, foi em Just Go Home, o 2×15, que as coisas efetivamente esquentaram. Confesso que não esperava ver Haddie tão cedo de volta a casa dos pais, mas gostei muito da forma como as coisas se resolveram. O conselho de Camille foi providencial e Haddie foi mais madura do que muitos de nós jamais teríamos sido aos dezesseis anos. “Just go home” ou, em bom português, “apenas volte pra casa”. Não importa quem ganhou ou perdeu… Não existe ganhar ou perder numa situação como essas. Adam e Kristina perdem um pouco da filha a cada dia, e Haddie perde a pouca convivência diária que ainda lhe resta com seus pais… Afinal, os americanos não saem invariavelmente de casa quando vão pra faculdade? A saída do ninho está muito próxima para Haddie, e ela não pode se dar ao luxo de perder esse valoroso tempo que lhe resta. E pelo visto ela sabe disso.


Mas a maior surpresa do episódio pairou nas mãos de outro Braverman: Crosby. Quem podia imaginar que o caçula de Zeek e Camille teria uma explosão daquela às vésperas do casamento? Jasmine com certeza não, e sua expressão boquiaberta deixou isso bastante claro. E olha, por mais que eu dê certa razão a Crosby, sua reação descabida lhe tirou todo e qualquer crédito. Jasmine estava certíssima ao questionar o porquê dele não se impor… Que moral ele tem pra questionar o fato dela decidir tudo quando ele parecia nunca ter achado isso um problema até então? Ora Crosby, quer espaço? Conquiste. Reclame e questione a casa decisão, cada empasse. Não acumule tudo e exploda pra cima da mãe do se filho. Apostas para os próximos episódios? Não sei se boto mais fé nesse enlace. Ou talvez seja um conflito normal pré-casório… Vai saber.

E por mais que eu tenha ficado um pouco frustrada com o personagem, não dá pra esquecer dele… John Corbett. Torci desesperadamente por Aidan em Sex and the City (série e filme), e confesso que até assisti alguns episódios de United States of Tara apenas para tornar a vê-lo na telinha (não que a série não seja ótima, só não faz meu tipo). Desde que Corbett foi escalado como ex-marido de Sarah, pai os seus filhos, não pude evitar a alta expectativa… Apenas para vê-lo surgir como esse roqueiro decadente de meia idade. Mas, deixando os hormônios de lado, faz todo o sentido do mundo ver Seth representando tão bem o estereótipo do looser. Tem mesmo que ser muito otário pra deixar uma família como aquela pra trás. E não é todo homem que pode se dar ao luxo de ouvir uma mulher como Lauren Graham lhe nomeando como o amor da sua vida. No presente, como Zeek fez questão que Sarah percebesse.


E alguém tem alguma dúvida que, mais cedo ou mais tarde, Seth com certeza vai fazer algum estrago? Tenho pena de Drew que já baixou toda a sua guarda pro pai e deve ser o mais devastado com qualquer coisa que seu eterno adolescente pai venha a aprontar. Mas o fato de Amber ter aceitado ir ao show, ainda que aparentemente apenas para proteger o irmão, leva a crer que a baixinha também não deve ser poupada. E Sarah que se cuide! Se não arranjar um namorado novo, ela também deve acabar se machucando, mais uma vez, com a presença momentânea de Seth. Quer dizer… Isso supondo que ele esteja nos próximos episódios.

Nos próximos episódios, as reviews de Parenthood mudam um pouquinho. O Guilherme se juntará a mim nessa difícil tarefa de criticar os Braverman. Mas não vamos alternar as reviews não, as escreveremos em dupla, num método já testado e aprovado nas reviews da falecida Friday Night Lights.


Cristal Bittencourt

Soteropolitana, blogueira, social media, advogada, apaixonada por séries, cinéfila, geek, nerd e feminista com muito orgulho. Fundadora do Apaixonados por Séries.

Salvador / BA

Série Favorita: Anos Incríveis

Não assiste de jeito nenhum: Procedurais

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