Eu sou um fã recente de Parenthood. Chega a ser vergonha admitir, mas há 4 semanas, eu sequer sabia o nome de algum membro da família Braverman. Graças a insistência de amigos, fiz uma mega maratona e detonei as 3 temporadas em menos de 2 semanas. O resultado? Eu me pergunto como eu não assisti Parenthood antes.
E exatamente por ter uma experiência recente, pra mim é estranho ver o quanto esses personagens cresceram – tanto como pessoas como no sentido literal. Olha o Max, o menino está gigante e ficando com a voz grossa já! E a Haddie e a Amber então… Eu ainda me lembro de quando elas brigavam pelo Steve. Mas isso é história de outros tempos…
Sarah Ramos fez de sua Haddie uma das minhas personagens favoritas. Por mais que eu goste de todo mundo na série, sempre tive uma preferência maior pela filha de Adam e Kristina. Assistir sua evolução como amiga, como irmã, como mulher… Foi uma trajetória que valeu muito, muito a pena. E talvez por isso mesmo tenha sido tão difícil vê-la partir. É claro que não foi uma partida definitiva. A personagem ainda estará na série, mas não como regular. Até tiraram a atriz da abertura e substituíram pelo Xolo Mariduena, o Victor (Eu me surpreendi não pela saída da Haddie, mas pela inserção tão recente do garoto).
A partida da Haddie foi um dos pilares de sustentação desse excelente início de temporada. Mesmo que de modo inconsciente, ela sempre esteve meio à sombra do Max e seu Asperger – e isso não é culpa de ninguém, apenas uma consequência do rumo que as coisas tomaram. Cenas pequenas, como a da lanchonete e o surto antes da festa de despedida mostram isso. Só o olhar da Sarah Ramos conseguia passar tudo que a Haddie sentia, especialmente no momento em que ela vê a ‘linha do tempo’ que sua família lhe preparou.
A pequena conversa sincera com o Max e o momento da partida mesmo nos minutos finais foram de encher os olhos. E, como os pais exemplares que são, era óbvio que Adam e Kristina não iriam conseguir aceitar tão fácil que sua menina “cresceu” e iria começar a voar com as próprias asas. Peter Krause e Monica Potter são dois atores esplêndidos e conseguiram, em cada cena, mesmo nas minúsculas, demonstrar o quanto tudo aquilo estava custando. E só mesmo uma série tão real como Parenthood pra fazer com que a situação pareça até… palpável.
A ligação de Kristina pra Julia sobre Victor e o lagarto e o surto de Adam com Nick por causa da Amber refletem bem todo o caráter protetor que os dois passam. Não é todo pai (ou tio, no caso do Nick) que faria algo assim. Como fã de American Idol, gostei de ver o Paul McDonald interpretando o novo contratado do Luncheonette. Não sou capaz de dizer que cheguei a torcer por ele, mas simpatizava com o que o cara cantava. Só não sei até onde essa história com a Amber vai dar. Foi linda e sincera a conversa dela com o Adam, mas acho que vai ser complicado pra ele separar as coisas e tratá-la apenas como funcionária. De qualquer forma, vai ser uma maneira legal de aproximar mais a Amber dos tios.
Os problemas para Julia e Joel começaram cedo. Eu imaginava que ao menos no começo da temporada, eles ainda estariam vivendo a fase do ‘mar de rosas’ com a chegada do Victor. Mas como houve um salto de 5 meses entre o final da temporada passada e esse inicio, se faz natural a existência dos dramas. Era óbvio que problemas iriam surgir. Eles procuravam adotar um bebê de colo e de repente, são apresentados a uma criança de 9 anos, com uma mentalidade já formada por completo. Sabia que seria difícil pra Sidney aceitar a presença de uma criança mais velha do que ela dentro de casa, mas não achei que o Joel também se mostraria relutante.
Na verdade, ambos. O que acontece é a que a Julia tentou mascarar a todo custo, mas era esperado que uma hora isso iria explodir. A conversa dela com o marido no final do episódio foi sincera e emocionante e parece claro que o plot dos dois nessa temporada será exatamente a aproximação com o novo membro da família (já que, se até rosto na abertura o menino ganhou, deve ter chegado mesmo para ficar). Não vai ser fácil e o Victor vai ter que ajudar, o que ele não aparenta estar fazendo até o momento. A ideia que ele me passou nessa premiere foi de conformismo… Como se estivesse ali porque era a única opção. Roubar o lagarto do Max foi radical, especialmente porque eu acredito que ele já deva saber que o primo tem Asperger. Mas eu também entendo que não deve ter sido fácil pro Victor ouvir “você é adotado, não faz parte dessa família ainda“. Max sempre com seu jeito direto, né?
Outra relação que voltou estranha foi a de Drew e Amy. Ok, é natural um estranhamento inicial depois da primeira transa, mas 5 meses depois? Não sei, acho que tem mais coisa nessa história e eu sou capaz de apostar que o Drew vai sair bem machucado desse relacionamento.
Diferente de Crosby e Jasmine, que se mostraram mais unidos do que nunca. Confesso que me surpreendi com a atitude da moça com relação a toda a questão religiosa. Eu achei que, assim como a Renéé, ela entraria em algum tipo de conflito com o marido quanto ao que falar ao menino sobre esse tipo de coisa. Gostei muito de ver os dois tentando resolver o problema juntos, sem que um tentasse impor nada ao outro, procurando a melhor solução. Gosto do casal desde a 1ª temporada e fico mais aliviado em ver que esse casamento vai mesmo funcionar. E quem não se comoveu com o Crosby olhando as estrelas com o filho e fazendo todo aquele discurso sobre o que ele acredita? E a reação do Jabbar foi a coisa mais natural do mundo. Por essas e outras que ele é minha criança favorita no mundo das séries atualmente.
A entrada do Ray Romano como o fotógrafo Hank foi um dos destaques do episódio. Gostei do personagem, de como ele foi introduzido e achei interessante a saída que arrumaram para que a Sarah finalmente tivesse um emprego que ela gostasse, mas tenho medo de como isso vai influenciar na relação dela com o Mark. No fundo, eu torço pra que o Hank seja apenas um amigo, mas sinto que não é bem isso que vai acontecer.
O que é uma pena, porque depois de ver a luta do Mark para conseguir um lugar no retrato da família, eu tive ainda mais certeza de que ele é o cara certo para a Sarah. A relação que eles construíram é muito bonita e por mais que ele sempre tenha lutado um pouco mais, não consigo deixar de torcer pra que eles realmente subam ao altar. Não deve ter sido fácil para o cara criar coragem de ir enfrentar Zeek e Camille para quebrar uma tradição de anos e aparecer no bendito retrato. Ao mesmo tempo em que eu tenho medo pelo Hank, o fato do Mr Cyr ter conseguido realmente sair na foto junto com o restante dos Braverman, faz com que eu me pergunte se isso não é uma pista de que, sim, a relação dele com a Sarah vai funcionar. Assim eu espero.
Abaixo, você pode conferir a promo do 4×02. E que venham os próximos 14!
PS. Era realmente necessário 50% do elenco mudar o cabelo?! Não que tenha ficado ruim… Pelo contrário. O Crosby mesmo ficou bem melhor.
