Então é isso. Na semana passada, como presente de páscoa, tivemos o final de mais uma linda temporada de Parenthood. Afinal, o que não é lindo nessa série, não é mesmo? Tudo bem que a NBC não nos entregou uma temporada que se sobressaiu, como aconteceu com a primeira e a quarta, mas sim que soube arriscar no momento certo e ser segura no momento certo. Para a nossa alegria (ou tristeza, caso a série seja cancelada) vários plots foram deixados em aberto, dando aquela esperança para uma renovação para a 6ª temporada, que daria tempo mais do que suficiente para terminarem todos os enredos e para que a série não fique cansativa. “The Pontiac” foi um episódio tenro, que não focou em encerrar as histórias que vimos durante estes 22 episódios, mas sim nas pequenas felicidades que a vida nos presenteia, diariamente.
Começo falando do resgate do soldado Ryan e tudo que se desenvolveu no plot de Amber até aqui. Foi muito interessante a chegada do personagem de Matt Lauria, e como a relação dele com Amber foi importante para o fortalecimento da Braverman como um dos pilares da série. Não faria sentido terminar a temporada sem uma consequência do retorno de Ryan para a guerra, e sem que Amber sofresse com isto. O que não me agradou tanto no encerramento desta história (que, na verdade, ficou bem aberta) foi a possível gravidez da personagem, concebida no leito de um hospital: não gente, isto não acontece, tem muita enfermeira no local. Esquecendo esta situação inverossímil, a gestação de Amber pode ser um excelente plot para a 6ª temporada, já que vai envolver muito mais do que simplesmente o drama de um bebê não planejado, mas a relação Sarah-Amber-Ryan-Mãe do Ryan, que vai ficar ainda mais quente.
A rainha dos bons plots, Haddie, voltou mais uma vez para chamar toda a atenção para si. A filha de Adam sempre foi a que encabeçou os mais complexos e delicados enredos da série, passando do primeiro namorado, pelo namorado negro e ex-condenado, a primeira vez, para agora levar a namorada para a casa nas férias da faculdade. A evolução de Haddie, e a maneira como ela enfrenta todas as barreiras impostas pelos pais, nitidamente, retrógrados permitem que Parenthood tenha liberdade para discutir temas tão delicados, especialmente na TV aberta americana, e por isto é sempre tão bom quando ela volta. Adam e Kristina são uma boa dupla, mas se completam na presença da filha, e foi bom vê-los aceitar que Haddie está tomando suas próprias decisões e que se sente mais feliz por isto. Espero ver mais dela e da namorada na próxima temporada.
Joel e Julia parecem estar encontrando seu caminho de volta para a felicidade, mas espero que a não-conclusão do retorno do casal seja mais um plot a ser trabalhado em uma próxima temporada. Eles passaram por tantos baixos neste ano (o que acabou levando Julia para os braços de outro homem) que não faria sentido solucionar uma separação de uma maneira tão simples. A falta que Joel sente de sua família é uma porta que está aberta para a retomada do casamento, mas ainda não é tudo que eles precisam, e ainda acredito que a história do Mr. Knight não se encerrou por completo. De qualquer maneira, ver Victor ganhar o prêmio de melhor redação do ano em sua escola foi uma pequena vitória, em tempos tão complicados para a família Graham.“The Pontiac” mostrou que o casal pode até não se entender, mas que há momentos tenros e eternos a ser compartilhados como a dupla de sucesso que foram por muito tempo.
Sarah e Hank nunca me agradaram, e quem acompanha minhas reviews sabe que nunca fui fã do casal, por isto não me emocionei ao ver Sarah beijá-lo na loja de fotografia – até porque isto já estava se tornando muito previsível. Espero que, em uma próxima temporada, a personagem de Lauren Graham tenha que realmente lidar com as dificuldades de se relacionar com alguém como Hank – como dito antes o Asperger não tem cura, e o tratamento psiquiátrico leva tempo para trazer bons resultados. Não estou dizendo aqui que este tipo de doença impede alguém de ter uma vida e relacionamentos normais, mas a evolução de Hank foi muito rápida, especialmente para alguém que havia sido recém diagnosticado.
Em plots secundários acompanhamos mais pequenas cenas de ternura do que de conclusões: é uma delícia ver a afinidade de Zeek e Camille na delicada dança na sala vazia e o reencontro de Drew e Natalie após alguns dias separados – Parenthood sabe ser agressiva e suave, nas quantidades corretas. Mais uma vez Crosby não encabeçou nenhum enredo importante, sendo o protagonista mais deixado de lado nesta temporada. Fica a torcida para maior destaque num provável 6º ano da série.
Nos minutos finais, o mix de cenas da família Braverman ao som de “The Times, They Are A Changin” fechou com chave de ouro mais uma temporada estável da série. O tema não seria mais adequado já que as crianças crescem, as pessoas mudam, as opiniões divergem, mas a família continua lá – é que os tempos estão mudando para a família Braverman, mas o amor também se adapta a isso, e não muda nunca.
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Até, quem sabe, uma sexta temporada? Um abraço caloroso a quem me acompanhou até aqui!
