Durante a quinta-feira passada inteira, a Shonda Rhimes divulgou o episódio duplo no Twitter como se daquilo dependesse a vida dela. Ela nos encheu de expectativas, os atores twittaram como doidos também… e, para mim, ficou uma sensação estranhíssima. Como anunciaram exaustivamente que seria um episódio duplo, eu pensei que teriam uma relação entre si e seria um episódio mais longo, como costuma ser. Mas não foi; foram dois episódios independentes passando em sequência.
E, por isso, eles ganham reviews separados. Foram dois episódios bons (mantendo a qualidade que Private vem apresentando nesta temporada) e me fizeram ter muitas esperanças de ver a Addison voltando a ser a ruiva de Grey’s. Ou talvez seja hora de me desapegar completamente daquela personagem e assumir que a Addison mudou muito e não foi para melhor.
Começaremos falando da Addison, que foi a única história que teve uma continuidade no “episódio duplo”. Como prevíamos, a chegada do Capitão abalou as estruturas da cirurgiã, nem tanto pela razão pela qual ele foi até a Califórnia, mas porque ele transou com a Violet. O fato trouxe à tona todas as lembranças da Addison e fez com que o Capitão buscasse reforços em New York.
Ele foi extremamente gentil com a Violet e a ajudou a superar alguns medos que ficaram desde a gravidez interrompida. Compreendo a raiva da Addison e o porquê de ela ir tirar satisfações com a Violet, mas o que a ruiva não conseguiu ver era que a transa do Capitão e da Violet tinha mais a ver com a mãe do Lucas do que com o pai infiel. A Violet precisava voltar a se sentir desejada.
Foi ótimo ver a Violet conseguindo ir para frente aos poucos e tendo uma consulta dupla com a Charlotte, mostrando como a medicina não tem só uma resposta para cada problema. As duas trabalhando juntas ou mesmo conversando rende ótimas frases e cenas, mesmo que o Cooper fique no meio da relação.
O caso que o trio estava cuidando é bem comum em séries médicas e foi uma boa história, com boas atuações dos atores, mas eu não consegui sentir empatia por eles. O outro caso, do homem mais novo namorando uma mulher mais velha e que está grávida, teve uma história muito mais envolvente e deu aquela saudade de quando a Addison corria pelos corredores de Seattle sendo hardcores nas cirurgias.
A Naomi estava hilária tentando não matar a filha (que trocou de atriz de novo), que começa a namorar e querer coisas a mais. A reação dela para com a Maya sempre foi a de mãe super protetora (e ela pega pesado algumas vezes) e como o Sam sempre foi o pai liberal, é interessante ver esse choque na educação da menina e como os dois precisam ceder um pouco. A Maya começou fazendo coisas normais de adolescentes, se arrumar um pouco mais para ir a escola e esconder dos pais um ficante, e nisso a Naomi reagiu violentamente, mas a garota exagerou ao dar a festa sem a permissão do pai.
E como prova de que a Shonda não sabe escrever duas séries ao mesmo tempo, repararam no momento “Callie” que o Pete teve com o Capitão, na galeria? Para os que assistem Private Practice e não assistem Grey’s Anatomy, eu explico: a Callie pegou uma mania de começar a falar de sua vida pessoal para qualquer um, mesmo que o assunto não tenha nada a ver com ela, e em momentos nada oportunos.
Além desse detalhe Pete-Callie, temos o elevador-confessionário e alguns casos que acontecem em Private já foram vistos em Grey’s com uma riqueza muito maior…
