Com um episódio duplo, Private Practice encerra a exibição de seus episódios em 2011 (mas está de volta nos primeiros dias de janeiro, no dia 5). E encerra com uma ótima trama, embora não tenha me deixado super ansiosa para saber o que vai acontecer daqui para frente.
Como disse na review do 5×07, achei que a ordem dos episódios ficou um pouco prejudicada com este duplo. Teria sido muito melhor se o arco da Amelia com as drogas tivesse se encerrado na fall finale, com a intervenção, e deixasse a história da recuperação para o ano que vem, com um desenvolvimento talvez um pouco mais longo ou aprofundado. Ou se tivessemos uma ruptura mais sutil de um episódio para o outro. Em Who We Are, tivemos um clima tenso, pesado, que foi subitamente quebrado pelo início de The Breaking Point, quase feliz, quase como se nada tivesse acontecido com a Amelia e afetado a todos na clínica. Claro que aceleraram as coisas para que ela pudesse estar de volta no Thanksgiving.
Who We Are foi um dos melhores episódios de PP, sem dúvidas. A tensão, o descontrole, o desespero de todo mundo em tentar controlar a Amelia e ajudá-la. Os diálogos também estavam excelentes: a língua afiada da Amelia expondo os erros dos amigos, a Addison querendo salvar a “irmãzinha” sendo a traficante dela, o Sheldon se confessando e sendo rejeitado. A Caterina Scorsone esteve ótima, segurando bem a missão de protagonizar estes episódios tão marcantes.
A Violet sendo enganada pela Amelia fingindo estar sóbria foi o que faltava para eu soltar um: o que você está fazendo nesse emprego? Não precisava ser um viciado para perceber que a Amelia estava falando o que eles queriam ouvir. O Sheldon ainda tem a desculpa de estar apaixonado pela médica e estar feliz só de vê-la viva.
Gostei de ver que os médicos chamaram uma “especialista em intervenções”, a Lenny (Amy Morton), para conduzir a reunião. Sozinhos eles falhariam miseravelmente. O único que conseguiu algum progresso foi o Jake, mas ele saiu da clínica para lidar com os próprios fantasmas. A Lenny ia contra tudo o que a Violet dizia, então não sei se os roteiristas queriam passar a mensagem que nem sempre os psicólogos conseguem analisar o que é certo e o que é errado (e tão falhos como qualquer ser humano) ou nos fazer duvidar da capacidade profissional da personagem.
Dentre todos da clínica, eu pensava que a Violet e a Charlotte seriam as mais preparadas para lidar com a Amelia. Mas eu não esperava que a psiquiatra levasse as provocações da Amelia para o lado pessoal (duvido que ela seja a única paciente que tenha feito isso, principalmente depois do livro). E esperava que a Char tivesse um papel mais ativo, exatamente por também ter sido viciada e saber de todos os truques.
Somente para fechar o assunto do 5 x 08, não engoli o noivado e todo o papo sobre estar apaixonada pelo Ryan. Tudo bem que foi tudo pelas circunstâncias, já que o Ryan era o único que dava apoio, ela estava chapada, sem pensar direito e era só para aumentar o drama quando ele morreu (o que aconteceria mais cedo ou mais tarde, porque só a morte faria a Amelia cair na real). Embora eu pense que alguém morrer ao seu lado de overdose de algo que ambos estavam tomando já era o suficiente.
Em The Breaking Point, a amizade da Amelia com a Haley (Debby Ryan) foi a coisa mais linda, mas mesmo sendo o grande drama e bem desenvolvida, não foi o que mais me tocou. Como as duas estavam em processo de recuperação, o drama da não-gravidez da Addie foi o lado triste do episódio. Por outro lado, ia ser ótimo se agora mostrassem como é o processo de adoção nos Estados Unidos.
A Violet ajudando a Addie a engravidar foi algo positivo para a personagem e o casal. Mas quando eu acho que ela vai falar algo válido e que faça a Addie se tocar que precisa largar o Sam, ela está projetando o casamento dela. Assim não dá!
A discussão dos dois na terapia também deixou bem claro os rumos do casal. Juntos com o bebê não vai dar certo. Violet e Pete como casal também não vai dar certo. Eu gosto da Violet desabafando com a Addie, com o Cooper, mas com o Pete não funciona. O Pete em um relacionamento amoroso com qualquer pessoa da clínica não funciona. Talvez só com o Lucas, que ainda não enxerga o pai como a gente. Encarar o possível fim do casamento foi a melhor coisa que a Violet fez por todos os envolvidos.
Só uma coisa ficou faltando: cadê o resto da família Shepherd? Se fosse demais ter a mãe, as irmãs e o Derek na intervenção, não podiam aparecer no 5×09, conversando com a Addie sobre a recuperação da caçula? Em um assunto tão delicado como este, é muito improvável que ninguém não tenha pensado em contatar os familiares e avisarem que a Amelia estava fora de controle, correndo risco de morte, desaparecida, se drogando como se não houvesse amanhã. Neste caso, um crossover era mais do que justificado.
Como PP só volta no ano que vem, deixo aqui os meus desejos de boas comemorações no final de ano, boas energias para 2012 e que ele seja muito bom para todos nós!
P.S. 1: Uma curiosidade: a trilha sonora do episódio duplo tinha somente músicas da maravilhosa Mary J. Blige.
P.S. 2: Mason, Char e Erica em paz foi lindo.
P.S. 3: Cliffhanger maldoso, hein? Pelo risinho da Addie, acho que ela está grávida. Qual o palpite de vocês?
