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Private Practice – 5×10 Are You My Mother?

Por: em 10 de janeiro de 2012

Private Practice – 5×10 Are You My Mother?

Por: em

Shonda Rhimes, quando você quer, sabe ser extremamente malvada com os seus personagens!

Esse foi o meu sentimento durante toda a história da Addison neste episódio. Se, por um lado, fiquei feliz em ver que ela finalmente está seguindo com a vida e indo em frente no sonho de ser mãe; por outro, sabia que não seria um caminho sem obstáculos. Nada em nenhuma série da Shonda vem sem uma bela pitada de drama e, superada a primeira fase de tentativas de engravidar que não deram certo, temos a dificuldade em adotar uma criança.

Gostei bastante da médica ter considerado esta possibilidade; fala-se tanto em ser pais biologicamente, mas os pais adotivos são tanto (ou mais) pais para a criança. Sempre acreditei que os verdadeiros pais e mães são aqueles que criam e não os que fazem nascer e estava demorando para a Shonda abordar o tema em Private Practice.

Quando vi que em menos de 15 minutos de episódio a Addison recebeu uma ligação dizendo que uma grávida queria conhecê-la, já comecei a desconfiar. Parte de mim queria que isso desse certo e ela terminasse o 5×10 com uma bebê para chamar de filha, mas tinha aquele incômodo de que não seria assim tão fácil. Se fosse uma criança em um orfanato, até poderia ser uma história como foi em Brothers & Sisters, com a menina escolhendo os pais e eles tendo um pouco de dificuldade na adaptação. Mas com uma grávida, era 90% de chances de a mulher decidir ficar com o bebê assim que ele nascesse, como aconteceu. Mesmo sabendo que isso aconteceria, fiquei de coração partido com a frustração da Addison, pois não é nada fácil ter o seu sonho nos seus braços e ter que largá-lo.

E, claro, adorei que Addison e Sam finalmente admitiram que o relacionamento deles não estava dando certo e eles precisavam se separar. Diante de tanto drama, o que eu esperava há meses não teve tanto impacto, mas finalmente aconteceu.

Só teve uma coisa que eu não gostei em tudo o que a nossa ruiva preferida fez no episódio: zoar com o relacionamento polígamo. Como a Violet e o Sheldon disseram, uma mulher solteira morando com um homem solteiro que é ex-marido da melhor amiga, tentando adotar um bebê sem estar casada e sem o interesse do namorado seria totalmente estranho.

Adorei terem tocado no tema poliamor, embora tenha sido breve e tenha terminado de uma forma não muito boa. Penso como o Cooper: mal tenho tempo/consigo me dedicar a só um relacionamento, imagina em dois? Acho uma forma de vida linda, com muito respeito, maturidade e confiança de todas as partes. Foi tocante a ideia inicial do trio em querer que o bebê seja um pouco de cada um, fiquei triste em ver que a família não deu certo porque uma pessoa colocou os desejos dela acima do das outras partes do relacionamento. Sei que foi melhor assim; citando o Jake, ter ou não ter um filho é um motivo forte para terminar uma relação, é algo de extrema responsabilidade que não pode ser resolvido no “cara ou coroa”.

“Todos fingimos que essas coisas não existem.”

Outro assunto polêmico (embora passado de uma forma mais leve) foi o aborto, na conversa da Addison com a Melanie (Bresha Webb). Foi uma conversa aberta e sincera; eu sabia que o aborto também era um tabu nos Estados Unidos, onde só é permitida a prática em alguns Estados, mas achava que era mais aberto à discussão. É importante que programas populares toquem em temas espinhosos, provoquem debates, mesmo que seja só entre um grupo de amigos. Considero muito saudável para qualquer ser humano essa troca de ideias, mesmo que não cheguem a um consenso. Não se trata de “ganhar a discussão” ou de “mudar a cabeça de alguém”, só de aumentar os argumentos (contra ou a favor) e não fingir que o tema não existe.

Para a minha surpresa, Violet e Pete me tocaram demais em suas cenas. Primeiro, achei o Pete duro demais com a Violet não podendo ver o filho antes de ir trabalhar, mas entendi o que ele quis no fundo, mesmo sem ele ter consciência daquilo. Chorei junto do Pete quando ele finalmente cai em si e viu que, para o bem do Lucas, era preciso ter essas regras e divisões, e ele nunca deixaria de ser o pai.

Para fechar a review, o Cooper passou o episódio todo dizendo coisas de pré-adolescentes, mas está aprendendo a crescer e a agir como um pai. Também fiquei orgulhosa da forma como ele lidou com a situação. E, sem a história das drogas, a Amelia voltou a ser coadjuvante de luxo, uma pena!

P.S.: Vejo muito mais química na Charlotte com o Sheldon do que com o Cooper, adoro quando eles interagem.


Bianca

Feminista interseccional, rata de biblioteca, ativista, ama filmes, séries, cultura pop e BTS. Twitter sempre vai ser a melhor rede social.

São Paulo - SP

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: Lost

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