Demorei em me decidir se gostei ou não deste episódio. O lado ruim do formato de Skins é que os capítulos de personagens que não nos atraem tornam-se, em alguns casos, maçantes. Nick, definitivamente, não é um dos meus preferidos, portanto, assistir a este episódio não foi uma experiência tão boa. Inclusive, eu sei que não estou sozinho neste barco e o mais curioso é perceber que a personagem não agrada apenas a mim. Seus “amigos” (Grace, Rich e cia) também já não agüentam mais as infantilidades do rapaz. Quando ele chega à roda, todos se calam. Alguém pode culpá-los?
Nick é o típico cara bonitão, popular, mas imbecil. Pode até ser talentoso, mas em público é um babaca. Na minha época de escola, detestava todos os caras que eram como ele (e infelizmente existem vários desse tipo por aí). Quando andam em grupo ficam ainda piores. Tem gente que gosta desse tipo. Meninas como Mini, que fazem o gênero “bonitinhas, mas ordinárias”, costumam cair aos pés de gente assim. Aquela cena em que o garoto chega e brinca com os colegas fingindo estar com uma bola na mão exemplifica bem o nível de babaquice. Porém, como era de se esperar (e esta é uma característica sempre presente em Skins), fomos levados a conhecer um pouco mais sobre o rapaz e a entender o que se passa na cabeça dele. Todos os jovens de Skins sofrem e nenhum deles é 100% superficial.
O pai de Nick é um homem que se dedica a cuidar dos problemas de outras pessoas ao invés de cuidar de seus próprios filhos. Ele se mostra presente apenas nos momentos em que é preciso recriminar algum deles. Na maioria das vezes, Matty é o que sofre mais. Desde o episódio anterior percebemos que o jovem era tido como a ovelha negra da família e que Nick era o queridinho, o bom moço. No fim das contas, quebramos a cara ao perceber que o descontrolado é Nick. Seu irmão, que pensávamos ser o psicopata da temporada, o protege e leva a culpa por tudo.
O descontrole (me corrijam se estiver errado) é porque Nick é muito pressionado a ser bem sucedido em tudo que faz. Ele é capitão do time de rúgbi do colégio e precisa dar duro para vencer os jogos. Namora Mini, a mais bonitinha e popular da turma, mas nem ao menos gosta dela de verdade. Detalhe: Com ela o sexo não flui. Aliás, deve ser complicado transar debaixo do edredom, não é? Não é a toa que os dois parecem tão desajustados juntos.
Agora, para piorar a situação, ele acha que gosta da Liv. Talvez até goste mesmo, mas eu duvido. Acontece que com a Liv é mais fácil relaxar e para um garoto que é sempre pressionado, relaxar é um bom remédio, faz bem e se pede mais depois. Mas Liv está caidinha por Matty, fora o fato de não querer se aproximar de Mini, mesmo que indiretamente. Gostei muito da cena em que ela diz ao Nick que ele e Mini se merecem. Duvido que alguém discorde. A loira finge que não é traída e o cara finge que ela não sabe disso. Beira o ridículo. Pelo menos, antes tarde do que nunca, Mini resolveu acordar e dar um fora no namorado, agora ex.
Nick começou o episódio com tudo e o terminou de mãos vazias. Largou o time, perdeu os amigos, perdeu Mini, foi rejeitado por Liv, seu pai já sabe que ele é o destruidor de lar… Muita coisa vai mudar na vida dele. É o que espero, pois talvez aquela imbecilidade que comentei no início da review desapareça. Ele já deu um chega pra lá naquele amigo boçal do time. Pode-se dizer que é um começo, um novo rumo em busca do amadurecimento. Talvez este seja um dos pontos positivos do episódio que me fizeram gostar dele, apesar de não ir muito com a cara da personagem foco.
