Chegamos ao fim da primeira temporada! Definitivamente o problema mais grave de Terra Nova é não saber conduzir a tensão dos episódios como um todo. A série tem cenas boas, mistérios que nos deixam com a pulga atrás da orelha, mas então sempre tem que ter a ceninha bonitinha que quebra totalmente essa sensação e voltamos a não ter vontade de continuar assistindo. Por isso, mesmo com um cliffhanger digno de nota, e que (me perdoem, mas) me fez lembrar do Black Rock, de Lost, duvido que Terra Nova não perca muitos dos seus espectadores para a próxima temporada. Pelo menos esse mistério me fez parar de torcer pra que este episódio tenha sido o series finale, mas não consertou todos os erros da série.
Já no começo do episódio muita coisa aconteceu. Os homens de Taylor foram ao portal esperando que um exército inteiro chegasse por lá vindo do Hope Plaza. Ninguém esperava o homem-bomba que chegou e explodiu com o portal, possibilitando que o exército dos patrões de Lucas Taylor ocupasse a colônia. Confesso que gostei muito da sequência de Jim acordando e vagando por Terra Nova, vendo toda a destruição ao seu redor. Mas não entendi muito bem por que motivo ele teve apenas um leve zumbidinho na orelha quando acordou e logo estava bem, enquanto Kara, que estava abraçada com ele, simplesmente morreu. Jim Shannon super-herói.
A colônia, tomada pelo Grupo Phoenix (do qual não soubemos muita coisa, também) após a rendição de Wash, estava sendo comandada por Weaver. Mas Jim começou a formar um grupo de resistência, com alguns dos nossos conhecidos personagens ajudando. Josh finalmente me fez não ter vontade de ligar pro roteirista e perguntar o que esse menino faz na série, servindo pra alguma coisa útil. Já Maddy não conseguiu essa façanha. Quando a série começou, mostrando que a menina era uma sabe-tudo, achei que ela seria muito mais útil do que se apresentou durante esta temporada.
Lucas com sua ideia bizarra de “te tenho como uma irmã, mas tô louco pra ir pra cama contigo” é muito mais doente do que eu imaginava. Parece que o rapaz só tem dois objetivos na vida: levar Skye pra cama e matar seu pai. Ao menos isso fez com que ele caísse na atuação da moça e assim ser levado à emboscada do grupo do Comandante. E a razão de tudo isso? Ah, Taylor teve que escolher quem ele queria que vivesse: sua esposa ou Lucas. Ele escolheu seu filho, então este acha que seu pai o culpa por isso. Solução da cabeça doente do pequeno gênio da Física: vou matar meu pai. Sim, ainda acho que um vilão maluco é muito melhor do que alguém que faz maldades por amor a alguém, como Mira.
Elisabeth teve seu melhor episódio, agindo genialmente para chantagear Weaver. Bem que eu imaginei que ela não tinha injetado parasita nenhum nele, mas se fosse comigo eu também não ia duvidar. Assim, a família Shannon está quase fugindo da colônia, e Wash dá a ajuda final, se sacrificando (ela não podia mesmo ter fugido junto?) pela causa. Fiquei um pouco chateada com isso, eu esperava muito que a personagem dela tivesse um desenvolvimento melhor. Mas ao menos ela contribuiu para fazer Taylor aceitar o inevitável: eles teriam que destruir a fratura do tempo.
O grupo de Taylor então cria toda essa complicada estratégia que envolveu desde Skye atraindo Lucas para a emboscada de seu pai até levar um Carnossauro para 2149 para ajudar Jim a destruir a fratura do tempo. Eles trocam o contêiner aonde Jim e o Carnossauro estão escondidos por um que deveria levar algo que Mira trouxe das Badlands por ordem dos patrões de Lucas. Mas então um dos maiores erros, ao meu ver: como assim deixaram a menina sozinha com ele? Ninguém com uma arma apontada para o prisioneiro? Fail.
O contêiner com o Carnossauro e Jim chegam a 2149. O primeiro se preocupa e comer pessoinhas (até Jim, quando quase não restam mais humanos) e o segundo se preocupa e explodir o Hope Plaza. Confesso que gostei da sequência, principalmente do final de Weaver. Foi emocionante de acompanhar Jim correndo em direção ao portal. Mas soltei algumas risadas também. Como assim ele corre mais que um dinossauro daquele tamanho? Repito, super-herói.
O grande Comandante Taylor cai na lábia do filho se fingindo de arrependido e em busca de perdão e quase é morto por conta de seu erro. Compreensível, um pai teria agido como ele agiu. Então Skye tirou uma arma não sei de onde e resolveu matar o vilão e (ainda bem) não conseguiu, mesmo com dois tiros. Um vilão maluco como esse não pode estar morto caso a segunda temporada realmente aconteça. Mira, que passou o episódio duplo bastante quietinha, ficou sabendo que nunca mais verá sua filha e fez carinha de quem vai se revoltar contra o Grupo Phoenix. Afinal, os Sixers foram para as Badlands junto com eles ou ainda estão por aí na floresta?
E, finalmente, o ótimo cliffhanger: o que Mira achou nas Badlands era a proa de um navio do século XVIII. Claro que o Grupo Phoenix deve ter ido pra lá pra conseguir voltar para o futuro da mesma maneira que o tal navio apareceu no período Cretáceo. Sim, fiquei com vontade de saber mais sobre isso, mas ao passo que as coisas são reveladas em Terra Nova, não sei se aguentaria uma segunda temporada completa apenas por esse motivo. E, como eu comecei esta review dizendo, a falha na condução das tensões do episódio: teria sido muito mais eficaz ter terminado a temporada no close da proa, ao invés de ter a ceninha bonitinha dos meteoros no final.
