A gente sabe que o Sheldon tem dificuldades para entender as emoções alheias (e de vez em quando as próprias) e tem vários problemas de socialização, mas se tem uma coisa que ele não é é burro. E ele não é o tipo de pessoa que se faz de burrinho para não soar arrogante no meio de “desprovidos intelectualmente” (na verdade, quanto mais ele puder esfregar na cara dos outros o quão inteligente é, melhor) e aprendeu a encontrar alguns assuntos mais banais que qualquer um pode entender e conversar a respeito.
Por isso, não ficou legal a piada dele sobre os asiáticos colegas da Amy nunca conseguirem cavar um buraco para chegar à China. Você não precisa ser um gênio da geologia para saber que isso é impossível; é algo que qualquer criança descobre quando começa a estudar ciência. A piada não funcionou nem do lado da falta de emoções do personagem, nem pela falta de assunto e muito menos se encaixa na intelectualidade do Sheldon.
Mas tirando isso, o episódio foi muito bom. Mesmo com esse detalhe acima, ele começou muito bem pelo lado nostálgico com o Sheldon falando sobre os três temas de desenhos preferidos dele e com os planos do Raj em fazer uma noite de filmes que arruinaram uma franquia – eu nem sabia que tinha um Jaws 4. Depois, o roteiro quase sempre acerta quando envolve o físico e alguém doente (isso quando não é ele mesmo). Tic Tacs como placebo para curar gripe, só ele para pensar isso. Ou achar que uma gripe será curada em meia hora.
Claro que quem roubou os holofotes foi a Amy, ansiosa pelo toque do namorado, tanto na parte de passar o Vick no peito quanto se preparando para tomar banho ou apanhando e gostando. Já esperava alguma piadinha com o livro 50 tons de cinza nesse trecho.
Só eu fiquei esperando o Sheldon cantar Soft Kitty enquanto cuidava da Amy? Faz tempo que não cantam essa música na série.
As cenas do Howard com os sogros não foi tão engraçado, mas valeu por vermos a mãe da Bernadette. A semelhança entre as duas está na cara e roupas e achava que ela teria uma voz mais parecida com a da filha. A melhor parte nessa história foi a Penny ensinando o Howard a pescar e ele, Leonard e Raj com nojo das minhocas. Quando a loira disse para o nerd colocar a minhoca no anzol, também pensei em fazer como ele. Já fui pescar algumas vezes, mas tenho pena de furar as coitadas das bichinhas.
E acho que a parte das minhocas é muito mais nojenta do que a do peixe.
O final dessa história foi uma surpresa para mim. Não imaginava que o pai da Bernadette também estava sendo obrigado pela esposa a ser bonzinho com o genro e a sair com ele em um passeio que ele não estava muito a fim de fazer. Pensei como o Howard: ele é um policial grande e forte, nunca pensaria que ele seria obrigado a fazer qualquer coisa dentro de casa.
