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The Big Bang Theory – 6×12 e 6×13 The Bakersfield Expedition

Por: em 16 de janeiro de 2013

The Big Bang Theory – 6×12 e 6×13 The Bakersfield Expedition

Por: em

Não queria que a Alex fosse embora, mas depois do que aconteceu no 6×12, acho meio difícil ela aparecer tão cedo. Uma pena, porque era um motivo para mostrar os meninos fora do apartamento de Sheldon e Leonard e era diferente ver alguém interessado no Leonard ao invés de termos o nerd com ciúmes da Penny.

Levei um pequeno susto quando a Alex claramente chamou o Leonard para sair, achava que ela ficaria só no flerte, porque sabia que ele tinha namorada. Claro que ela não conhece bem o colega, difícil imaginar o Leonard traindo a Penny, não só pela personalidade dele, mas também porque o namoro está indo bem – ele poderia inventar de sair com a Alex após uma briga com a Penny, por exemplo, como acontece em diversas séries.

Geralmente o Sheldon é o melhor do episódio, mas este não foi o caso. A melhor parte dele foi a conversa com as meninas na casa da Amy, pedindo conselhos em como agir, mas o que mais ele esperava que elas fizessem? Que soltassem os macacos viciados em cocaína pela universidade? Pelo histórico do personagem, ele nem tinha que se importar com isso, já que o Leonard não está enchendo o saco do roommate com questionamentos que ele acha idiotas (muito pelo contrário, o “Ricardo” está adorando) e a Alex não está deixando essa paixonite atrapalhar o trabalho.

Mas todo o resto… como os roteiristas podem ter escrito algo tão machista? Se forem os mesmos de Two and a Half Men, como são os produtores, já tenho a minha resposta. Sabemos que o Sheldon tem Asperger (ou alguma síndrome parecida, pois isso nunca ficou claro) e isso é motivo de piada na série – embora não deveria ser em vários casos. Mas estão começando a passar dos limites no relacionamento Sheldon e mulheres. Antes ele falava umas coisas machistas, mas pelo menos usava a ciência de base (o que ainda é questionável, porque ao mesmo tempo que temos vários artigos científicos falando que homens e mulheres são fundamentalmente diferentes em tudo e defendendo uma “guerra dos sexos”, também há vários refutando estes mesmos artigos dizendo que se baseiam em preconceitos e mostrando que tudo tem um contexto cultural).

Nesta temporada em especial, parece que decidiram que o Sheldon vai basear todas as suas suposições em ensinamentos dos pais e não mais na ciência. Sendo que o próprio Sheldon já criticou várias vezes a postura da mãe. E como uma pessoa tão racional vai defender seu ponto de vista sobre o relacionamento entre a Alex e o Leonard falando que mulheres são um “sanduíche de salada de ovos em um dia quente no Texas”? Se ele tivesse falado só a parte sobre sexualidade (que não é certa, porque sabemos bem que nem todas as mulheres querem ou estão desesperadas para terem filhos quando estão chegando aos 30 anos, mas é mais a cara do personagem), teria sido um tanto menos ofensivo. Bem, isso e o que ele disse para a mulher do departamento de recursos humanos que ela era uma escrava. Dos hormônios, mas escrava. E o fato de ela ser negra só piorou um pouco a situação, que claramente era uma piada forçada do roteiro.

E a piada do Howard com “sou um feminista, não percebo quantos seios um robô tem” foi mais do que horrível, mostrou uma ignorância enorme sobre o assunto. Um baita deserviço em um episódio já muito ofensivo às mulheres. Feminismo não tem nada a ver com quantos seios um robô ou um ser humano tem, mas com a igualdade entre homens e mulheres em todas as esferas da vida. Para saber mais sobre o feminismo e como essa frase do Howard é equivocada e sem o menor sentido, recomendo este texto super didático sobre o assunto.

O 6×13 foi muito melhor e foi um episódio especial de Star Trek. Embora eu tenha começado a virar a cara em algumas partes, o roteiro foi se redimindo e não foi ofensivo como o anterior. Adorei a maleta de maquiagem do Leonard, ele tem mais maquiagem do que eu e também de melhor qualidade.

Me identifiquei bastante com a conversa entre Leonard e Penny no comecinho do episódio sobre a diferença entre ir na Comic Con de San Diego (que sempre fazemos a cobertura dos painéis de séries) e na de Bakersfield. Eu costumava ir em vários eventos de animes e tinha essa diferença mesmo – tanto a que o Leonard falou quanto a que o Sheldon falou. E um dia eu quero ir na Comic Con de San Diego.

A parte em que eu virei a cara um pouco foi o descaso das meninas com as HQs. Já ouvi a mesma conversa milhares de vezes, mas ainda fico nervosa quando ouço alguém falar que histórias em quadrinhos são coisa para criança. Sei muito bem que quem fala isso nunca deve ter lido nada além de Turma da Mônica (no caso brasileiro; não sei qual seria o equivalente fora daqui), mas é uma ignorância tão grande que se passa por verdade em tantas conversas que não consigo me controlar. Não sei se concordo com a teoria da Amy que eles gostam de quadrinhos porque sofreram bullying, mas tem sentido em alguns pontos.

Mas foi muito fofo a Bernadette sugerindo que elas lessem os quadrinhos, para saber o porquê dos meninos gostarem tanto. Acho importante um casal procurar saber um pouco mais sobre os gostos do outro, sem que isso necessariamente signifique que eles passem a gostar das mesmas coisas. E mais importante ainda quando se fala de um hobbie muito apreciado pela outra parte.

Dito isso, obviamente gostei muito do roteiro ter colocado as meninas discutindo com paixão sobre o martelo do Thor. Essa é uma das graças de qualquer obra: poder discutir com outras pessoas suas impressões.

Os meninos também tiveram bons momentos, tirando fotos nas Vasquez Rocks e tentando pegar carona de cosplays. Mas o melhor momento dessa história foram as cenas finais, com os dois ladrões de carro achando super interessante o que o GPS estava falando. Também achei muito legal a brincadeirinha do Sheldon, que os amigos só rolaram os olhos porque foi o Sheldon quem fez, claro.

Só tenho a impressão que os meninos (principalmente o Sheldon) fizeram um pequeno escândalo quando viram o que as meninas fizeram com os quadrinhos na casa dele.


Bianca

Feminista interseccional, rata de biblioteca, ativista, ama filmes, séries, cultura pop e BTS. Twitter sempre vai ser a melhor rede social.

São Paulo - SP

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: Lost

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