Com apenas quatro episódios The Big C consegue entrar na lista de séries preferidas de muita gente. E nesse 4º episódio fui capaz de gargalhar e lacrimejar em apenas meia hora. É ou não é motivo para comemorar?
Acompanhar a vida de Cathy Jamison é um passatempo fantástico, ainda mais quando ela é interpretada pela perfeita Laura Linney e está rodeada de gente que sabe provar bem a que veio. Você pode até pensar que alguns dos atos de Cathy são egoístas, mas vai dizer que não foi lindo quando ela deixa o carrão conversível em uma garagem com um bilhete para o aniversário do filho? É simplesmente como ela disse: ela tem um futuro. Esse futuro é seu filho Adam.
O episódio inteiro com Cathy gastando o dinheiro foi perfeito. Desde comer o donut do cara do banco até roubar a lagosta do restaurante. Pequenas ações como essas ficam extraordinárias quando interpretadas por Linney, que já me faltam adjetivos para exemplificar o quanto ela é boa. Aliás, já faltam adjetivos para dar a série em geral. Eu já sou totalmente time Dr. Todd. Cathy e seu médico no restaurante e principalmente visitando a casa foram cenas mais do que divertidas. E deu pra ver na cara dele que o cara gostou de se passar pelo namorado de Cathy. É incrível como Linney e Reid Scott tem uma química enorme em cena e espero mesmo que aproveitem bem mais o ator agora que sua série My Boys foi cancelada. Lá estava eu gargalhando com os dois vendo a casa com a mãe do Sam de True Blood, e já em outra cena me emociono com Cathy e a lagosta dentro da piscina. Ela só queria que tudo fosse diferente, sentir o tempo parar, sem pensar no amanhã.
Sean é outro personagem fantástico. E sua fé em não cair no sistema é forte. Imaginei que arranjaria um dentista de graça ou algo assim, mas não, tentou Adam (que desespero aquela cena de arrancar o dente) mas acabou com Paul/Paulie. Outra ótima cena, aliás. Sean estava provocando apenas para levar um soco, apesar de falar a verdade quando disse que Paul transformou Cathy em uma zumbi sem graça. E o ex-marido levou isso em consideração. Será que não tentará mais nada com Cathy ou cairá na real e perceberá por que foi mandado para fora de casa? Acho que cai mais para a primeira opção visto que até flertando com outras ele já está.
Mas o que eu mais ri no episódio foi o plot Marlene e Adam. Quem diria que a vizinha e o filho dariam uma ótima dupla? Adam é um adolescente muito típico. Agora foi pego roubando já que a mãe tirou seu vídeo-game. Mas valeu mesmo pela cena com o policial levando Adam para casa. “Eu sou a avó dele” e a cara de incredulidade de Adam foi demais. Marlene é realmente uma grande amiga. Além de beber champagnes caros com a vizinha, ainda conta coisas do falecido marido. E ela é bem daqueles personagens que parecem durões e grossos no começo, mas que tem um grande coração.
Marlene colocando o aquário com os peixes que o marido gostava e os alimentando foi muito emocionante. Mas ela também nos proporcionou risos com a chantagem de Adam, e apesar de parecer egoísta, ela estava ajudando o garoto a manter-se fora de problema e que Cathy não precisasse se preocupar. Senti falta de Andrea no episódio, pois ela sempre tem umas piadas de ótimo humor negro para dar.
The Big C não tem explicação. Ela é ótima em todos os sentidos: desenvolvimento de personagens; roteiro; atores e em todos os outros quesitos possíveis para uma série de tv. O que eu não entendo é que a audiência continua caindo, com menos de 1 milhão de telespectadores por episódio, o que é baixo mesmo para uma série do Showtime. Só espero mesmo, de coração, que a série não entra para a lista de ótimas séries com apenas uma temporada.
