Não é a primeira vez, e não será a última (assim espero) que The Big C recorre a temática sexo para fazer humor. Com poucos acontecimentos relacionados ao tratamento de Cathy – apenas ficou claro que ela está se adaptando ao tratamento com esteróides, contando com a ajuda de Andrea -, Sexual Healing foi um episódio leve, que deixou a sensação de ter passado rápido demais.
Aos meus olhos, funcionou muito bem essa fórmula de humor escolhida para tratar de sexo. Afinal, o câncer afeta e muito a libido, principalmente pelo eterno cansaço, que Cathy vem se queixando já há algum tempo. É natural que ela não se sinta no clima. Independente disso, as cenas entre ela e Paul são sempre tão cheias de energia, que mesmo tendo durado apenas segundos a cena de sexo entre eles, deu a impressão de ter sido muito libertador pra ela, se ver finalmente livre desse estigma de que pessoas em tratamento para o câncer/pessoas em estágio 4 não sentem tesão.
Queria agradecer aos roteiristas por essa super idéia brilhante, de levar os pais de Andrea para Gana e fazer dela uma “filha emprestada” de Cathy. Claro que foi bem repentino e pareceu precipitado, afinal que pais escolheriam não dar ensino superior a um filho porque decidiram fazer algo diferente de suas vidas? Os pais de Andrea pareceram ser bons pais quando apareceram na temporada anterior, e essa viagem, atrapalhando a vida estudantil da filha foi bem esquisita. Mas de qualquer forma, a relação de Andrea e Cathy é tão linda, e os diálogos são sempre inteligentes e engraçados, a química entre as duas atrizes é excelente, acaba valendo a pena essa saída meio que desesperada para deixa-las mais próximas. Apenas pela ajuda que Andrea parece estar dando para que Paul não seja o “enfermeiro” de Cathy já faz dela alguém muito útil dentro da casa.
As piadas entre Paul e Andrea foram ótimas, e a menina encontrar o pai da sua professora com as mãos ocupadas foi a cena mais “WTF?!?” que já aconteceu na série. Toda a preparação dela pra passar os cremes, toca no cabelo, roupão, musica no iPod, pra sair do banheiro e dar de cara com Paul e sua revista!
Sean finalmente está se tratando. Foi algo que eu torci para que acontecesse desde que soube que ele tem transtorno bipolar, e agora que aconteceu, as cenas de interação dele com Rebecca estão cada vez melhores. O fato dele conseguir se focar em algo e escolher se focar nas qualidades e defeitos dela renderam muitas risadas. Quando Sean resolve contar a ela os seus próprios defeitos, senti um certo nojinho, mas depois que ele conseguiu finalmente deixa-la menos desconfortável, e eles acabaram se declarando loucos um pelo outro, valeu a pena. A melhor cena do casal, de longe até agora, foi aquela em que ela aparece vestida de colegial, toda animada, achando que estava agradando, e ele cai na risada. E nesse ponto eu concordo com Sean, também nunca entendi o apelo.
Adam, apesar de regredir no comportamento, está se dando muito bem por causa dos 5 minutos de fama que a notícia – já espalhada pela escola – do câncer de Cathy deu a ele. Com muito esforço ele tenta algo com a namorada, não consegue, e sem pensar duas vezes aceita a sugestão de Emily. Adam e Emily se agarraram, completamente desajeitados atrás das arquibancadas, e foi muito engraçado.
E o elogio a Laura Linney não poderia faltar: a cena em que ela entrega a “pocket pussy” para Paul foi tão natural, que eu não conseguia pensar que era uma atriz fazendo o papel de uma esposa entregando aquela lata a um ator que interpreta seu marido. E me colocando no lugar dela, eu certamente ia cair na risada tantas vezes que duvido que a cena saísse do papel!
Como vocês leitores devem ter percebido, estou aqui no papel de substituta do Caio, que normalmente faz as reviews de The Big C. Provavelmente também farei a review do episódio da próxima semana, mas calma, logo o Caio volta.
