Não me lembro de nenhum caso em que o mais importante fosse a inocência ou a culpa do cliente de Lockhart and Gardner. Há sempre tantas questões em jogo, políticas, econômicas, problemas de relacionamentos e outros, que eu pelo menos, nunca dei muita importância para isso. Claro que quando o cliente é inocente (e creio que este tenha sido a maioria dos casos) é mais fácil aceitar que a firma de Alicia sempre vença no tribunal.
Sendo assim, este episódio foi um pouco estranho. Nem de longe foi ruim (The Good Wife ainda não fez um episódio sequer ruim), mas não tão bom quanto o episódio anterior, a começar pelo estupro e homicídio da garota. Já algum tempo estou esperando um réu realmente culpado, como o Sweeney por exemplo, mas o rapaz responsável pelo crime não parecia nem um pouco culpado, aliás, muito ao contrário, podia jurar que ele era inocente. A troca dos copos e a imunidade do amigo que até então não tinha motivo nenhum para acobertar o réu foram questões muitos simples e fáceis de se resolver, portanto, não foi o caso mais elaborado da série.
O ponto alto do episódio foi a atenção dada a Cary. Seu emprego vire e mexe parece tão instável como era quando estava ao lado da defesa e, às vezes, ele se esquece disso tamanha a sua arrogância. Foi bom vê-lo passando aperto, até porque torna a cena final dele encarando sua nova sala ainda melhor. Quanto ao seu affair com a amiga, não fiquei tão empolgada, não é de hoje que ele precisa de uma namorada, mas tudo me pareceu frio, distante. Além disso, ainda espero ver uma resolução de sua relação com Kalinda, ao menos pra ele poder seguir em frente.
Outra coisa estranha foi Will perguntar a Alicia se ela queria que ele conhecesse seus filhos. Não é estranho imaginar isso, mas se nem eles sabem o que tem exatamente, qual resposta ele esperava? Sem falar que pra todos os efeitos ela ainda é casada, ser apresentado para os filhos oficialmente seria colocar em risco o divórcio que ainda não saiu. A não ser que a apresentação a que ele se referia era apenas como amigo, o que também na minha opinião não seria uma boa idéia.
Valeu a tentativa só pela cena do Will e Zach no escritório (um advogado que já enfrentou juízes intimidado por um adolescente) e por Zach pedindo um carro (já consigo imaginar o estrago que seria esse garoto dirigindo).
Por fim, nada foi mais estranho do que a ex-esposa de Eli Gold ter dormido com o segundo primo de Osama Bin Laden em 2007, enquanto ainda era casada. Gostei da originalidade, mas um pouco mirabolante, não é? Não porque era a esposa dele, mas porque é difícil até de imaginar que um americano se envolveria com alguém da família de Bin Laden, ainda que fosse parente bem distante e não tivesse envolvimento nos seus crimes. Forçaram um pouco a barra.
Affairs of State pode ter deixado a desejar em relação aos episódios anteriores, mas quando a série apresenta um episódio deste nível normalmente significa que o próximo é de nos deixar sem fôlego.
P.S: Nada me tira da cabeça que as perguntas feitas por Zach e Grace não surgiram da preocupação deles com a mãe. Né por nada não, mas aquilo pareceu até ensaiado. Tem dedo do Peter aí com certeza.
