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The Vampire Diaries – 4×15 Stand By Me

Por: em 22 de fevereiro de 2013

The Vampire Diaries – 4×15 Stand By Me

Por: em

Every inch of this house is filled with memories of the people that I loved that have died. My mom, my dad, Jeremy and Jenna, Alaric, John, even John. They’re all dead. Everyone is dead.

É, eu tenho sido um dos críticos à quarta temporada de The Vampire Diaries, que no geral vem dando umas derrapadas quanto a ritmo, tramas e outras coisas. E, de verdade, culpo a saída de Kevin Williamson por isso. Mas se tem uma coisa que eu sei reconhecer é quando uma série faz um bom episódio. Diferente do que estamos acostumados, com muita ação e mil coisas acontecendo ao mesmo tempo, dessa vez foi a delicadeza que o tema foi tratado que fez a diferença. Não que eu não tenha minhas ressalvas quanto a alguns pontos, até porque seria impossível gostar de tudo, já que pouca coisa dessa trama do Silas me convence, mas o foco em Elena e o fato de seu irmão estar morto fizeram do episódio mais um marco da série. Talvez seja por isso que Plec disse que o episódio quinze seria um episódio transformador, seria algo como nunca tínhamos visto antes. Porque apesar de Jeremy ter morrido no episódio anterior, as consequências disso tudo só apareceram agora e de uma maneira que não imaginávamos. The Vampire Diaries realmente sofreu uma transformação e torcemos que seja para melhor.

E a grande ‘culpada’ do episódio ser tão emocionante foi Nina Dobrev. Apesar de muitos não gostarem da personagem Elena, ela é nossa protagonista e sempre será para ela que todas as ações se voltarão. Mas a atriz abraçou o tom perfeito do episódio e não teve um momento sequer que eu não comprasse a dor que ela estava passando. A negação que tanto Stefan, quanto Caroline, julgavam a personagem por estar passando, realmente aconteceu, mas de uma maneira diferente. Nunca vimos Elena sofrer assim. E olha que as perdas da personagem durante a série não foram poucas. Jenna, Alaric, seu pai e sua mãe biológicos, John. Fora os amigos que acabaram indo junto no meio dessa confusão. Mas ela sempre teve seu irmão por perto para aguentar com ela tudo que esse mundo sobrenatural trazia, só que agora não mais. Apesar da lógica de Elena ter um pouco de sentido, era muito difícil que a ausência da tatuagem o fizesse menos sobrenatural. E como é injusto o mundo das séries: Jeremy sempre foi um dos personagens mais criticados, sem tramas interessantes e até já desejamos que ele fosse uma das vítimas quando alguns de nossos queridos foram embora. Logo agora que ele tinha ganhado um propósito e sua trama estava interessante, temos que nos despedir. Mas houve um sentido maior em tudo isso e claro que esperamos que Plec saiba o que está fazendo.

Voltando a Nina, achei incrível como ela transformou Elena num ser frágil de novo depois desse seu tempo como vampira. Essa é a essência da personagem, que só fora amplificada com a sua transformação. A dor do momento foi o catalisador de tudo que já vinha acontecendo na vida da garota mas que ela cismava em passar por cima. De uma maneira horrível, a vida mostrou para Elena que não há mais como voltar atrás, não há como quebrar a barreira entre o mundo dos vivos e dos mortos para trazer os que ama de volta. Elena está sozinha. Claro que não completamente, mas sozinha. E o único jeito que acabou sendo possível para a personagem lidar com tudo isso foi desligando a sua humanidade – o que quebra completamente a personalidade da garota e traz a tona todo o vampirismo que é possível existir nela. Provavelmente o que veremos daqui para frente será Elena chegar ao fundo do poço, se perder, se tornar viciada no sangue – algo como o que Stefan já passou -, mas agora acompanhando de perto a decadência da personagem. O que a série precisa tomar cuidado é que já existe um personagem despudorado e com a mesma cara de Elena – Katherine – então o tom que a personagem adquire daqui para frente deve ser bastante cauteloso, para não haver uma certa redundância de características, o que pode muito mais descaracterizá-la, do que levá-la a um nível que ainda não conhecemos.

Acredito até que seja nesse momento que veremos Katherine e Elena frente a frente mais uma vez. E acho que Kath ainda leva a melhor, devido aos seus anos de experiência. Por sinal, apesar de estar na quarta temporada, a série pouco tratou sobre a dinâmica das dopplegangers, o que talvez seja uma das próximas tramas a serem exploradas. Quem surgiu, mesmo que sem muito propósito, foi Meredith, que há muito não dava as caras. A atriz ainda consta no elenco como regular e anseio para saber qual o seu papel nesse quarto ano, já que até então pouco participou do que acontece na série como um todo. Agora se tem um personagem inútil é April. Essa realmente não tem sentido algum na série e acabou só servindo para que Elena finalmente se tocasse do que tinha acontecido na sua vida e falasse em voz alta que seu irmão estava morto. Apesar de ter visto alguns criticarem a atitude precipitada de Elena ao queimar sua casa – como um disfarce para a morte de Jeremy -, eu achei algo bem metafórico, se assim podemos dizer. Na verdade, a queima da casa veio como se Elena quisesse passar uma borracha em toda a desgraça de seu passado para quem sabe recomeçar, agora sem sentir nada. Claro que isso não vai funcionar e em algum momento ela vai sentir algo, mas por enquanto parece ser esse caminho que a trama irá seguir. Outro ponto que merece destaque por ter sido uma excelente cena foi a reconciliação dos irmãos Salvatore.

Não tinha como continuar sem esse momento. Eles estavam vendo sua amada perder o irmão, sua única família. Acho que acabaram se colocando no lugar e percebendo que nem sempre vale a pena manter uma briga por causa de mulher, nem que ela seja o amor da sua vida. E o mais bacana do momento é que ele não precisou de muitas palavras. Foram mais olhares e a aceitação de que realmente não precisava ser falado nada. Eles estavam ali, um pelo outro e assim permaneceriam até o próximo desentendimento. Matt que também andava sumido sempre é o responsável por trazer Elena para mais perto da humanidade e nesse episódio não foi diferente. Seus momentos com a ex foram bastante significativos e ainda acho uma pena como a série explora pouco a relação dos dois – só usando em momentos estratégicos como esse. A cena de Matt sofrendo no carro foi uma das grandes desse episódio também. E fim, para mim o episódio podia ter ficado nisso. Pena que não ficou.

Espero que um dia eu fale que achei SENSACIONAL a trama do Silas, como pude ter sido enganado por tanto tempo, mas por enquanto eu odeio tudo isso. Acho a trama cansativa e agora repetitiva. Sério mesmo que eles vão usar o mesmo artifício que usaram com o Klaus no começo? De usar o corpo de um personagem já conhecido até que seja possível o monstro ter seu corpo de verdade? Pelo amor de Deus, cadê a criatividade dessa série? Quando Rebekah encontrou o corpo de Shane, eu quis socar a tela por ter sido tão besta de ter caído no mesmo truque pela segunda vez e fiquei com raiva deles não terem pensado em outra maneira de trabalhar isso. E outra, como Bonnie pode ser tão tonta ao ponto de cair na trela de Silas desse jeito. Ela que sempre foi contra as coisas que Damon fez, agora quer matar doze pessoas para trazer TODAS as criaturas sobrenaturais de volta. Aonde ela tá com a cabeça, me diz? Ela não viveu em Mystic Falls esses últimos quatro anos, por que né? Essa foi uma das coisas mais idiotas que TVD já fez e espero que não aconteça mesmo. Isso pode ser a saída que a série está arrumando para a grande perda que será a saída dos Originais – mas espero estar bem enganado.

Soubemos que Silas é um vampiro, antes era um bruxo, mas virou um imortal, por isso a necessidade de sangue. A tal máscara é para ninguém conhecer sua cara e, até esse ponto, estava achando interessante o diabo não mostrar a cara, mas depois fiquei bravo com o artifício usado pela série. Katherine estava de joguinho com Hayley, que a contou tudo, o que não faz o menor sentido, já que Hayley trabalhava para Shane até outro dia. Só fará sentido se Hayley repassou a informação depois que Shane a deixou na mão com a volta dos seus pais (que nunca aconteceria, a menos que eles fossem lobos também). Porém, isso ainda tá muito mal contado. Katherine precisa dar as caras de novo e enfrentar as consequências de ter matado o irmão de Elena (essa cena promete). O tal caçador de nome difícil acabou servindo só para sabermos mais da Kath e só. Jazerá na caverna do Silas por um bom tempo, até que consiga sair de lá ou alguém o tire – sua morte só não aconteceu por causa da maldição, o que é uma pena, porque o personagem não poderia ser mais inútil.

E agora vamos ter que aguentar Bonnie querendo fazer o massacre a mando de Silas para ver no que isso vai dar. Quero saber quando o vilão terá sua própria cara (e intérprete) para podermos odiá-lo propriamente. Espero que isso não se prolongue tanto. Apesar de tudo, me animei de novo com a série. Essa nova faceta de Elena promete trazer um frescor para os episódios e talvez seja isso que estava faltando: desde a sua transformação, Elena acabou sendo a mesma que era quando humana. Agora vamos vê-la perdendo o controle, sendo uma vampira sem escrúpulos e isso pode ser muito bom. Pena que vamos esperar três semanas para isso. Te deixo com o vídeo promocional de ‘Bring It On’ e o espaço aberto para comentar tudo que achou do episódio dessa semana! Até o próximo encontro!

P.S.: Sensacional os últimos segundos do vídeo, quando Elena aparece nua (para a felicidade dos marmanjos!!) na frente dos Salvatore e manda um “nada que vocês dois não tenham visto antes!”. Elena sem humanidade promete!!!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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