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United States of Tara – 3×02 Crackerjack

Por: em 9 de abril de 2011

United States of Tara – 3×02 Crackerjack

Por: em

Mesmo sem a ótima abertura e com a audiência preocupante, a 3ª temporada de United States of Tara segue muito bem e em Crackerjack levamos um tapa dos roteiristas que afirmam: sim, nós sabemos dar bons momentos para Kate!!

Comentei na premiere que Kate nunca teve boas tramas durante todo o curso da série. Tara é o centro; Max orbita nela com histórias legais; Marshall chama atenção dos fãs; e até Charmaine com sua chatice (para a maioria, porque eu não escondo minha paixão pela personagem) consegue tramas divertidas. Kate é pentelha o tempo todo e seus arcos nas temporadas nunca ajudaram a personagem. A 3ª temporada começou e Kate estava bem perdida…mas foi só questão de reclamar que a personagem consegue emocionar. Sua busca por um emprego, por algo para fazer com sua vida é o que acontece com milhares de adolescentes. Nem sempre saímos prontos da escola com a cabeça feita para o futuro. Kate é mais perdida do que o normal, mas não que isso seja incomum. Claro que não devemos perder a personagem para o Japão, afinal ela faz parte da série e não vejo Brie Larson deixando United States. Falando na atriz, Larson conseguiu transformar sua Kate em uma personagem incrivelmente “gostável” em Crackerjack. Suas cenas foram emocionantes ou muito divertidas, transformando-se naqueles personagens que temos vontade de abraçar. O que foi Kate pegando Charmaine e Neil no flagra? Ou então sua cena perfeita com Moosh naquele belo cenário? Sempre comentei de como adoro o relacionamento dos dois e seus diálogos sempre são bem construídos quando conversam sobre a família.

Mas o final do episódio foi o auge da Kate. Ela não só mostrou como de fato se importa com a mãe, mas que faria de tudo para não deixá-la se dar mal, mesmo que precisasse bater em “Tara”. Para chegar nessa cena preciso falar de Tara primeiro. Esse plot da faculdade está saindo melhor do que o esperado. Primeiro que Eddie Izzard está excelente como o Dr. Hatterras. Segundo que com esse personagem a série volta a abordar o preconceito contra a doença, papel que servia a Charmaine no começo. Agora o ângulo é outro, profissional. Dr. Hatterras não acredita em TDI e acha que só encontram casos na América do Norte e que é usada como “muleta” para pessoas que tem medo de enfrentar seus próprios problemas. Nós, como fãs da série, sabemos que isso não se aplica a Tara. Ela sempre tentou procurar o que causou a doença, como vimos sua busca pelo tal estuprador na 1ª temporada, mas que na verdade tinha abusado de T, ou seja, ela já tinha a doença. Essa trama é interessante porque mostra que essa ideia de que TDI não existe ou é caricata, também acontece no campo profissional. Claro, ainda ganhamos cenas como Shoshana tomando conta da aula de psicologia e chamando atenção dos alunos, e T tendo ataque com as alunas da faculdade. O relacionamento professor e aluna deve se estreitar cada vez mais. Dr. Haterras deve acabar acreditando em Tara e tomando-a como estudo, o que será muito interessante de acompanhar. É fato que ele humilhou a aluna na frente da classe, contando um segredo como uma doença dessas para todos.

Como falei semana passada, os alters estão cada vez mais apegados a sua “dona”. Eles não querem tomar o corpo, mas sim ter seu tempo e sua chance de “brilhar”. Eles se preocupam com o bem estar de Tara. Tudo bem que eles precisam dela para existir, mas realmente acho que existe uma preocupação sincera. Shoshana, que aparentemente é a alter mais inteligente, tomou conta do corpo e aproveitou para fazer o que sabe de melhor: falar sobre psicologia. Não vejo isso como intenção de humilhar Tara. Ela apenas foi a personalidade que ganhou a corrida na hora que Tara transitou e aproveitou a situação, afinal não é toda hora que eles podem “viver” e precisam concorrer com vários outros para isso. Olhem o exemplo da T: mesmo ela que é uma adolescente irresponsável tomou as dores de Tara quando Dr. Hatterras disse que TDI não existe, ficou bêbada e queria matar o professor. Foi então que o confronto T X Kate tomou conta!! Kate precisava da mãe, já tinha tomado a decisão de ir para o Japão com o dinheiro da venda do carro, mas como boa pessoa, não queria ir embora brigada com Tara. Kate não agiu com egoísmo no sentido “preciso falar com minha mãe”. Mas sabia que se T fizesse algo errado, era Tara quem iria pagar, e ela não quer ver a mãe sofrer, muito menos se machucar fisicamente. O “mommy?” de Kate é uma das melhores falas da personagem, e a cena foi impossível de não emocionar. No final de tudo, Tara sabe que não pode obrigar mais seus filhos a viverem em um ambiente como esse. Não é algo saudável e seus filhos podem acabar se machucando.

Já Marshall, como Kate disse, é a cola entre a a família. Moosh tem um relacionamento fantástico com o pai, mas sabe que se a mãe não procurar ajuda, acabará fazendo todos sofrerem. Justamente pela vida diferenciada de Tara, Marshall cresceu mais perto do pai e era para Max que ele corria quando tinha problemas. Quem ajudou Moosh em toda a questão da homossexualidade? Max!! Foi o pai que aconselhou, torceu e viveu as dores do filho, enquanto Tara até tentava, mas vivia sem próprios problemas e de outras 7 pessoas. Gosto de como United States trata a homossexualidade, como algo muito normal, que é a verdade. Apesar de serem menos incomuns mas de estarem aparecendo cada vez mais, relacionamentos de pai e filho como de Moosh e Max existem e ajudam muito na liberdade do garoto para falar sobre seus medos e dúvidas. Ao mesmo tempo, a série mostra o lado mais caricato, mas que também existe, como Lionel, um garoto que joga tudo pro ar e vive como bem quiser, tanto faz o que acharem dele. Nunca fui fã de Lionel, e realmente acho o personagem chato, mas simplesmente pelo motivo de que não vejo futuro no namoro dele e de Marshall. Nesse episódio vimos que, apesar de ser um garoto romântico, Marshall acabou ficando com Lionel por convenção, pois era o primeiro garoto gay de sua idade que ele conhecia. Agora com Noah na jogada (ele apareceu bem pouco, era aquele outro na aula de cinema, o que não usava aparelhos para coluna) as coisas ficarão mais difíceis para Lionel e pelo que andei lendo, United States está prestes ter um triângulo amoroso homossexual. Fora isso, ri muito com o filme que eles fizeram para a aula…um Tarantino com atuações estereotipadas!!

Gosto das tramas de Max. O motivo é que John Corbett sobra tanto na série que consegue fazer bem com o pouco que lhe resta. E essa 3ª temporada está confiante em apostar um pouco mais no personagem. Max e Neil sempre foram ótimos amigos, mas é fato que o último era meio que um parasita do primeiro. Max não teve alternativas…precisa sustentar uma casa e uma família enquanto vai perdendo cada vez mais seus clientes. Qualquer um na posição dele acabaria aceitando a proposta da OrgaLawn, e Max até tentou levar Neil, mas não deu certo. Ao mesmo tempo, entendo toda a frustração do pai do bebê de Charmaine. Agora que ela estava levando ele um pouco mais a sério, Neil fica desempregado. Claro, nada disso justifica Charmaine agir daquela forma ridícula com ele…o único homem da face da terra que tem paciência com ela. As cenas do casal foram divertidíssimas, e Charmaine esteve chata como nunca, mas acho isso incrivelmente engraçado. Suas manhas me fazem rir, mas confesso que sinto raiva quando ela resolve tratar as pessoas de forma rude, principalmente Neil, que faz de tudo para ela se sentir feliz.

Agora com a venda da OrgaLawn conheceremos a mãe de Max, interpretada pela fantástica Frances Conroy de Six Feet Under, descrita como uma personagem com disposofobia, a doença de acumular coisas. Pelo jeito, nem a família de Max é normal!! Temos bastante caminho pela frente e muitas coisas boas nos esperam, porém, a audiência da série nunca esteve tão preocupante. United States sempre ficou na margem dos 0,5/0,6 milhões de telespectadores por episódio, mas a premiere da 3ª temporada teve só 0,41, enquanto Crackerjack registrou péssimos 0,29 milhões!! Números baixíssimos até mesmo para o canal Showtime. Espero mesmo que a situação mude, pois não quero me despedir dos Gregson tão cedo.

E ah, só para matar a saudades…


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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