Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

United States of Tara – 3×04 Wheels

Por: em 22 de abril de 2011

United States of Tara – 3×04 Wheels

Por: em

“I’m dissolving the United States of Tara and declaring myself king.”

Uau!! Não só o melhor episódio da ainda curta 3ª temporada, Wheels pega pesado com seus personagens, explorando o limite de suas vidas atuais; cita abertamente o nome da série e prova, se é que alguém ainda tinha dúvidas, de que Toni Collette é uma das melhores atrizes do nosso tempo.

Em dois minutos Collette mostrou simultaneamente o que é ser atriz. O que é ser comprometida com o seu trabalho, não cair na rotina e ir além de seu próprio limite. Oito personagens, cada um diferente do outro, trejeitos, olhares, idades…e a atriz deu tudo de si para fazer uma das melhores cenas da série, algo que todo fã esperava ansiosamente: um encontro de Tara e todos os seus alters. É hora de colocar a vida nos trilhos e para isso ela precisa acabar com os Estados Unidos de Tara e virar rei, comandar, impor respeito e ser ouvida. Mas novamente, apesar de um episódio cheio de momentos engraçados, me vi triste na maior parte do tempo, mas tudo isso porque a série está dando tudo de si e os atores de seus personagens, chegando ao limite da doença de Tara. Mas como é triste ver tudo isso acontecendo e a família Gregson na beira do abismo. Não sei como Tara foi de sua casa até a faculdade para fazer o teste, se era ela mesma ou algum alter tomando conta do corpo. Dessa vez foi diferente, não foi uma conversa com algum deles no local exato em que ela se encontrava como conversou com T na cozinha durante esse episódio. A cena foi na mente dela, então como ela foi capaz de dirigir e chegar lá sozinha para fazer a prova? Nem ela sabe, pois como admitiu, Tara está ficando louca!!

Sua doença vem afastando a família desde que a série começou, mas no final, todos davam um jeito de apoiar Tara e permanecerem unidos. Agora a história é outra e Tara precisou tomar medidas drásticas para permanecer sã. Vai ser realmente interessante ver como esse acordo com os alters irá acontecer. Eles tem medo de ficarem bloqueados devido aos remédios, mas a própria Tara também não quer tomá-los para tentar viver uma vida normal. Quero saber qual a exigência de cada um, mas concordo completamente com Tara de que eles são nada mais do que alters mimados que estragaram diversos momentos da vida dela e da família Gregson como foi apontado muito bem nesse episódio em dois momentos. Primeiro foi Marshall perguntando para a mãe se era ela mesma quando deu à luz aos dois filhos; e segundo com Kate quando ela fala sobre as lições de sexo que teve com os diversos alters, cada qual tentando explicar o assunto de várias maneiras diferentes (queria muito ouvir Alice explicando sobre pássaros e abelhas). Tudo isso foi mostrando a Tara o quando ela precisa colocar sua vida no rumo certo novamente. Seus filhos a amam e querem a família junto, mas já passaram por muita coisa que ninguém na mesma idade chegou a sonhar. Entendo todos os medos de Tara, mas não teve como não achá-la egoísta na discussão com Max.

Mais do que nunca os roteiristas estão fazendo um trabalho excelente com Max. Parece que perceberam o tempo em cena dado a Tara e Marshall nas temporadas passadas e resolveram dar a Max e Kate histórias interessantes. John Corbett está muito bem nessa temporada e sua cena com a esposa foi sensacional. Tara foi egoísta ao mandar “Greg Maxson” sair de casa como o sogro fez, mas Max soube acabar de vez com o assunto com um simples e sincero “porque eu te amo”. Sério, é muito bom saber que ele não é a perfeição inexistente que aparentava ser, mas mesmo assim não deixam de mostrar como o personagem é bondoso. Tudo o que aguentou nesses anos de casamento com Tara e seus alters; os casos que eles tiveram com outras pessoas; os problemas dos filhos; a responsabilidade de trazer dinheiro para dentro de casa…mas mesmo assim ele era livre, era dono de seu próprio negócio e o melhor marido e pai que podia existir. Agora ele responde a alguém para manter a família e ainda precisa ver sua esposa no limite e sentir-se incapaz de ajudar, pois tudo o que ele fala ela não escuta. Nunca achei e nem acho que Max largue a família, mas ele precisa de um tempo para si e com seu casamento na balança, Tara resolveu dar um jeito.

Sabemos que deve existir um alter que faltou a reunião, aquele mesmo que tentou matar Tara durante a primeira época na faculdade e que teve uma curta aparição na premiere, tentando novamente acabar com a “dona”. Nada vai adiantar esse acordo se Tara continuar o estresse na faculdade e com essa alter a solta. Claro, ela tem a ajuda de Alice, Buck, T, Shoshana, Gimme e Chicken que não querem sumir e farão de tudo para que Tara permaneça viva. Eles já estão ajudando, (mesmo que de forma egoísta) quando ela entra em colapso. Nesse episódio vimos Alice assumindo o corpo no hospital quando Tara não aguentou mais, mas os nossos problemas existem justamente para que nós os enfrentemos e Tara tem essas sete pessoas que aproveitam a brecha para existirem e é daí que existe o ceticismo de pessoas como o Dr. Hatteras, pois podemos ver isso facilmente como uma forma de não encarar as dificuldades. Porém, depois da reunião, da qual os alters aceitaram o acordo e agora responderão as leis da rainha dos Estados Unidos de Tara, o próprio professor viu que sua aluna pode estar falando a verdade. O que ele deve ter presenciado foi um exemplo de transições simultâneas de personalidades em um auge da doença e facilmente percebeu que aquilo não era invenção ou interpretação. O problema será como ele tomará Tara como estudo e se isso a deixará mais doente ainda (fiquei pensando se não foi um dos alters, talvez Gimme, que tenha “evacuado” na caixa de areia terapêutica do Dr. Hatteras).

Charmaine e Neil estiveram mais perfeitos do que nunca!! Fico pensando como Rosemarie DeWitt nunca foi indicada a nenhum prêmio pela sua atuação. Ela á muito pentelha, e sua chatice é o que a torna uma personagem fantástica. A cena na ambulância e as antes do parto foram sensacionais. As falas que deram para os personagens nesse episódio saíram hilárias, ainda mais da maneira que os atores interpretaram. No final das contas, Cassandra Wheels nasceu de cesárea pois a cabeça herdada do pai era grande demais. O legal é que fora essas partes engraçadas de Charmaine, DeWitt fez um ótimo trabalho nas cenas com a irmã Tara. Sinceramente, quem pode culpá-la por não deixar Tara segurar e cuidar do bebê? Como eu disse na review passada, em uma simples transição, Tara poderia deixar Cassandra cair. Os perigos são muitos porque não sabemos o que os alters podem fazer. Tudo bem, Alice, Buck e Shoshana são mais responsáveis, mas e se for o animal Gimme, a criança Chicken ou a adolescente rebelde T? O estrago pode ser irreversível. As duas cenas em que Charmaine pede para Tara deixar o quarto foram devastadoras com atuações ótimas das duas atrizes e uma pequena lembrança da saudosa abertura quando Tara diz que “everything is gonna be just fine”.

Fora dessa trama principal de Tara e do nascimento de Cassandra Wheels (sério…que nome é esse?), tivemos Kate que está cada episódio melhor. Não só os roteiristas perceberam que suas tramas era horríveis, mas também Brie Larson vem transformando sua personagem em uma adolescente chata, em uma adolescente ainda reclamona, mas extremamente simpática. Como já previa, Kate realmente tentará ser comissária de bordo depois das conversas com Bridgette, a bela e simpática aeromoça que mostrou como sua vida é boa. A busca de Kate pelas malas também foram super divertidas, ainda mais com aquele cara chamado Ray, outro personagem que deveria voltar a aparecer. Entendo Kate, deve ser vergonhoso depois de tudo que fez para ir ao Japão e desistir na última hora, mas é vergonhoso na mente dela, pois poderia ser uma das piores ideias que ela teria na vida. Prova de que nada é embaraçoso foram as conversas sinceras que teve tanto com o pai como com a mãe. Foi bonito vê-la admitindo que deseja ser confiante e segura de si como a aeromoça, mas não sabe como chegar lá. O primeiro passo Kate já deu, que é admitir que algo está errado e tentar mudar. Espero que seja bem gratificante essa mudança.

Já Marshall anda bem esquecido nessa temporada. Ele teve grandes desenvolvimentos nas duas primeiras, então é normal que agora sua trama demore um pouco a decolar. Porém, mas poucas cenas que aparece, Moosh consegue ser um personagem muito querido e muito se deve a atuação de Keir Gilchrist. Todos os fãs da série, inclusive a própria família do garoto sabem que Lionel não é o namorado certo para ele. Olha os papos do cara durante o episódio. Ele é daquele tipo de pessoas que não suporto na vida real, sempre achando que está certo e tentando diminuir os outros com suas convicções de que seu modo de viver é o melhor, levando as pessoas a fazerem coisas que não querem. Nem Marshall nem Noah curtiram muito a história dos beijos e nem sabemos se chegaram a se beijar, mas está claro que os dois tem bastante em comum. São mais calmos e gostam das mesmas coisas, além de parecer que Noah é tão romântico quanto Moosh. A tensão sexual dos dois foi grande, além dos olhares do tipo “não acredito que Lionel disse isso”. Estou mais do que ansioso para ver o loiro ir embora da vida dos Gregson.

Como comentei, todos estão no limite pela vida de Tara e seus problemas pessoais. Cabe a ela e seus alters fazerem tudo funcionar, mas com a curiosidade do Dr. Hatteras em explorar a aluna e o estresse que isso irá causar, só vejo mais problemas pela frente. Será mesmo que os alters irão se adaptar a nova vida?


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

×