Se você ainda não conhece a série, leia o especial Vale Cada Minuto! sobre ela.
Finalmente! Essa é a única coisa que conseguia pensar quando comecei a assistir a volta de Wilfred (US) na estreia da sua terceira temporada. Depois de praticamente um ano, a série retornou. E que retorno!
Depois de uma excelente revelação no fim da segunda temporada, aposto que mais ninguém aguentava esperar. Vamos relembrar o que aconteceu: Depois de algumas manipulações, Ryan finalmente descobriu que Wilfred participou da sua vida desde a sua infância. O que quer dizer que o cachorro e Ryan sempre estiverem juntos, de uma forma ou outra. Entretanto, isso não é o mais intrigante: Wilfred tem apenas sete anos, então como ele estaria vivo durante a infância de Ryan?
Pra ajudar a matar a saudade, o retorno teve dois episódios, que simplesmente passaram voando.
3×01 – Uncertainty
Depois de sua descoberta, Ryan está mais do que nunca determinado a procurar respostas. Afinal, o que é Wilfred? Ele sempre esteve na sua vida? Como isso é possível? Para tentar solucionar essas questões, Ryan só consegue pensar em uma única resposta: ele é um doente mental. Claro, todos que assistem a série quase tem certeza disso, vendo tudo o que já aconteceu, mas isso nunca foi resolvido explicitamente. Afinal, o protagonista passou por vários traumas ao longo da vida que perturbariam seu estado mental. Sinceramente, se a série seguir esse caminho, pode se dar muito bem e ser ainda mais criativa, pois isso pode trazer histórias bem interessantes, contanto que não deixe o humor de lado.
Porém, Wilfred veio com outra solução: ele é um ser mágico imortal. Isso é uma coisa tão nonsense, que poderia ficar legal, visto que a série é nonsense por si só. Entretanto, é algo que dificilmente será a resposta, pois nada é tão simples assim.
Para tentar descobrir se o cachorro é ou não um transtorno mental, Ryan vai tentar descobrir se ele realmente existe, indo no lugar onde ele nasceu. Chegando lá, surpresa: encontramos um cachorro fisicamente idêntico ao Wilfred! Tentando explicar a situação, ficamos sabendo que o outro cão é um clone. Acredito que ninguém digeriu isso totalmente, e esta nem deve ser a “resposta” para o tal mistério, que provavelmente é algum fruto da mente da Ryan, mas até agora tivemos tantas coisas que aparentemente não faziam sentido e que funcionaram, que daqui a pouco ninguém vai duvidar de nada. E são coisas assim que tornam o seriado ainda melhor, diferenciando-o dos demais.
O tal clone tem o nome de Stinky (Fedido, em português) e seus donos eram ricos, que depois de morrer, deixaram o fortuna para ele. Este novo cão é bem carismático, e espero que ele faça mais algumas aparição no futuro. Wilfred e Stinky pareciam tão diferentes do começo e isso gerou vários momentos hilários. Quando todos acham que não poderia melhorar, vem aquela cena dos dois descobrindo suas semelhanças. Aposto que todos os telespectadores no mínimo gargalharam na cena em que os dois cachorros “apalpam” o sofá, que chegou a ser uma das melhores sequências da série. E a isso só temos que agradecer a Jason Gann e sua excelente interpretação, que agora incorporou dois personagens tão diferentes e iguais ao mesmo tempo.
No fim, depois de algumas trocas de identidades, Ryan e Wilfred retornam pra casa e o protagonista decide queimar as “provas” de que o cachorro sempre esteve com ele. Esse episódio pode chatear alguns telespectadores que esperam respostas, pois quando estamos chegando perto de alguma solução, a série cria mais dois mistérios e assim por diante. Incrivelmente, isso não me frusta nem um pouquinho. Aliás, isso é o que mais aprecio. Porque na verdade, é como o Wilfred disse: “As respostas virão com o tempo”.
Frase do episódio: “O erro é pensar que pode haver um antídoto para a incerteza“
-David Levithan
3×02 – Comfort
Este segundo episódio parecia ser algo totalmente filler e com a qualidade um pouco mais baixa que a season premiere. “Comfort” foi um episódio filler, sim, mas teve tanta qualidade quanto o anterior. Não sei se é por causa da minha saudade pela série, mas estou achando ela genial. Espero que essa impressão permaneça comigo pelo resto da temporada.
O que mais se destacou deste episódio foi a temática religiosa adotada pelo Wilfred. Isso já havia sido abordado pelo seriado, não tão intensamente quanto agora. Wilfred, como sempre, exagerou um pouco na dose e se tornou um fanático religioso. Vale destacar as cenas que o cão “batiza” Ryan na privada e a do casamento, simplesmente hilárias.
Todo o questionamento do cachorro sobre a vida após a morte foi totalmente convincente, e acredito que, caso os cachorros pudessem se expressar, achariam que o pensamento de Wilfred estava correto: que quando as pessoas somem, elas morreram. E as pessoas depois de mortas, podem retornar. Aliás, todos os fãs da série acham que uma das melhores características é quando o personagem de Jason Gann age completamente igual a canino (tive que pausar pra rir quando ele começou a urinar de medo diante dos fogos de artifício).
Outra temática abordada foi a dos carteiros: o principal inimigo dos cães. Aquele novo amigo de Ryan chega a ser simpático e tudo mais, mas acredito que ele não vai retornar, ou pelo menos não tão em breve, até porque não tem “espaço” para ele. Das cenas do carteiro em si não teve nada que merecesse destaque, a não ser, talvez, a leitura da carta. Não sei se outras pessoas notaram (e isso já apareceu antes), mas a risada do Elijah Wood (que aparece nessa cena) chega a ser estranha, e estranha de um jeito muito engraçado, e toda cena em que ele ri, eu rio junto.
Uma coisa que parece estar retornando é o romance entre a Jenna e o Ryan. Neste episódio deu pra sentir uma certa tensão entre os dois, principalmente na cena do bar. Quanto a isso, é uma coisa que me deixa dividido. Os dois juntos seria bacana, mas não sou aquele tipo de pessoa que torce por eles. Seja qual for o rumo que isso tomar, será no mínimo agradável, contanto que não seja algo muito sem noção que descaracterize os personagens que conhecemos.
Frase do episódio: “Curar às vezes, aliviar outras, confortar sempre.”
-Hipócrates
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