O Netflix, mostrando mais uma vez que não veio ao mundo a passeio, estreou no dia 5 de junho a sua nova série original, Sense 8. A trama criada pelos irmãos Wachoeski (de “Matrix“) começou escancarando a porta com o pé direito e, em apenas alguns dias após seu lançamento, foi baixada mais de meio milhão de vezes. A série de ficção científica conta a história de oito jovens de diversas partes do mundo chamados de sensitivos, que aparentemente não tem nenhuma relação entre si. Isso, até eles comecarem a ter visões com uma mulher misteriosa atirando contra a própria cabeça, em uma igreja abandonada.
Aos poucos, vamos conhecendo os personagens. Em Chicago tem um policial bonzinho; em Londres, uma DJ; em Mumbai, uma jovem prestes a se casar com um homem que ela não ama; em São Francisco, uma ativista transsexual; na Cidade do México, um ator galã; na Coréia, uma jovem empresária que faz artes marciais; em Berlim, um arrombador de cofres, e por fim, em Nairóbi, um motorista de ônibus fã do Van Damme. Nada que os relacione, certo? Errado! No momento em que o policial começa a ouvir a música que a DJ está tocando em Londres, ou quando uma galinha de Nairóbi “aparece” na mesa da lutadora é que percebemos que a distância geográfica não significa tanta coisa assim.
Existe algo maior que os conecta, mas que diacho de ligação é essa, ninguém sabe. Parece um daqueles casos de irmãos gêmeos ou pais e filhos que sentem o que está acontecendo com o outro. Geralmente, isso está ligado a coisas ruins, como uma mãe que tem um pressentimento no instante em que o filho sofre um acidente, mesmo sem saber da notícia. Premonição? Déjà vu? Transcendência? No caso da série, a ligação não parece ser negativa. Eles não têm medo da loira, apenas se assustam e se comovem, pois ela aparece para eles como um lindo anjo sofrido. E que diacho de ligação é essa entre os oito jovens e a Angelica? Tudo o que sabemos sobre ela até agora, é que existe um desejo de protegê-los contra um vilão que controla a mente dela.
Quando você acha que as coisas já estão complicadas demais é que elas ficam ainda mais complexas. Depois de tomar uma droga alucinógena, a DJ embarca em uma poderosa “viagem”. Ela se sente no lugar da transsexual de São Francisco, sentada ao lado da namorada, enxergando as mesmas coisas que ela enxerga, como se elas fossem uma só. Ela ainda “surge” nos Estados Unidos, na igreja abandonada, e consegue interagir com o policial, que está lá de fato. Em nenhum momento eles demonstram medo um do outro, logo, seja lá qual a força que os une, só pode ser algo como fraternal.
O primeiro episódio serviu para nos apresentar a história de cada um dos sensitivos e também plantar dezenas de dúvidas em nossas cabeças. Afinal, é um trabalho dos criadores de “Matrix”, estranho seria entender alguma coisa de cara. Mistérios, personagens cativantes e conexões inexplicáveis fazem parte do ingrediente de Sense 8, que cumpriu muito bem seu papel no episódio de estreia. Terminamos com aquele gostinho de “preciso assistir ao próximo episódio agora e provavelmente acabar com toda a temporada de uma só vez!”.
Algumas observações:
– Que abertura incrível! Mostra imagens de diversas partes do mundo, assim como são os personagens, e te deixa com uma vontade enorme de colocar a mochila nas costas e viajar. Isso depois de terminar de assistir a temporada completa, já disponível no Netflix, é claro.
– Está na moda mijar no túmulo do pai? O ladrão de Berlim descarregou sua vontade, assim como Frank fez isso nessa terceira temporada de House of Cards.
Ficou afim de desvendar os mistérios da série? Conte aqui suas teorias e impressões.
