Em Suits, se temos outra coisa além do segredo do Mike que norteia todas as temporadas desde o ano um – e nem mesmo a toda poderosa Jessica Pearson consegue evitar – é a tensão continuamente crescente entre Louis Litt e Harvey Specter. Desde a transição entre a 2ª e a 3ª temporada, quando a série deixou de ser procedural, o foco não foi só no desenvolvimento dos seus personagens, mas explorando também a vibe selvagem dentro de um ambiente onde eles trabalham. O mundo corporativo é feroz e isso explica um pouco as conturbadas relações nascidas ali. Louis e Harvey são algo como fogo e paixão, uma mistura amor e ódio que já deu resultados maravilhosos e, obviamente, eles usariam esse Ás novamente e, ao que tudo indica,isso culminará em uma Guerra Civil.
Se com Denial tivemos um season premiere completamente voltado para o emocional (o que não estamos muito acostumados), em Compensation o kissuco começou a ferver na firma. Essa semana a engrenagem da temporada começou a girar, com o dinheiro sendo o mote: O acordo pré-nupcial feito pelo pai de Rachel, Mike correndo atrás de alguém para bancar um processo para pessoas de baixa renda, a tentativa de aumentar o valor em uma compra da empresa de um cliente, o salário de Donna, o pleito de um redivisão de lucros no escritório que acaba sendo aprovado depois do contra-cheque de Harvey sem querer querendo chegar ao conhecimento de todos dentro da firma (menos do nosso! Fiquei curiosa).
Mas antes de tudo, vale a pena mencionar que nesse episódio Harvey encontra A pessoa para sentar na antiga mesa de Donna. A sequencia da entrevista foi divertida, todas as candidatas repetiam as características de sua ex-funcionária. Bonitas, inteligentes, perspicazes… Mas ele não quer mais nada que o faça correr os mesmos riscos novamente e parecendo nadar contra a corrente, ele escolhe Gretchen (Aloma Wright), uma mulher já mais velha e experiente na profissão que, desde que apareceu em na tela, não me deixou dúvidas de que – mesmo estando fora do padrão Harvey Specter – provaria o seu valor.
E foi o que acabou acontecendo. Um antigo amigo e cliente dele aparece querendo se desfazer de todo seu patrimônio por um preço de banana, aproveitando também para tecer seu comentário viperino sobre a aparência de Gretchen. Porém ela, além de demonstrar sua eficiência com suas obrigações, foi quem percebeu que por trás de todo aquele desprendimento do empresário quanto aos seus bens, certamente havia a perda de um ente querido e pimba! Isso incentivou o advogado a conseguir fechar um negócio mais vantajoso e no final parece que ele ficou “muito bem, obrigado” com sua nova assistente. Suits não pensa duas vezes de emponderar suas personagens femininas, me corrijam se eu estiver errada, mas acho que nunca vi nenhuma mulher dentro dos arquétipos tradicionais que são usuais para nós no entretenimento. Todas têm sua personalidade bem delineada, ideais e força (até a Rachel, que eu acho mais mimizenta)
Mas voltando aos dramas dos corredores acarpetados da Pearson-Specter-Litt: O senior partner mencionado por Jessica semana passada apareceu já com o pé na porta essa semana. Eu respondi em um dos meus comentários na review anterior que, mesmo sendo um escritório enorme e cheio de advogados dentro – divididos é claros entre as usuais castas – nós nunca vimos muito além de Jessica, Louis e Harvey (digo no quesito formados, graduados e habilitados mesmo para o exercício da profissão). Ninguém que aparentava ser dali tanto quanto eles. Eis que surge Jack Soloff (interpretado por John Pyper-Ferguson). Jessica designa uma reunião de sócios sob o comando dos seus outros dois sócios nominais e Soloff propõe a Louis apresentar uma nova forma para calcular a divisão das compensações entre os profissionais (polêmico). Ao que tudo indica, o único que sairia perdendo dinheiro nessa brincadeira seria Harvey, que por ser ele, obviamente tem uma remuneração muito diferenciada.
Obviamente, Louis faz uma cena recusando a proposta apenas para mostrar para Specter que ele pode contar com ele. Mas obviamente não dá certo e é aqui que as coisas desandam. Nesse quesito, não há novidade, nós já vimos diversas batalhas entre eles, com Litt sempre acabando por escolher caminhos questionáveis – se deixando levar pelos seus sentimentos – para depois se arrepender e as coisas acabarem se assentando novamente. Fazendo com que o salário de Harvey caia em conhecimento público, uma decisão obviamente torta, Louis mais uma vez dá a deixa para que seu sócio fique com sangue nos olhos. Harvey está motivado, focando todas suas forças para ir a luta por uma pessoa que nunca havíamos o visto salvar sozinho antes à princípio: ele mesmo.
Ele nunca precisou tanto de um conflito como agora, que mesmo em tese sendo motivado por uma reformulação na divisão dos lucros do escritório, no final do episódio ficou bem claro que o motivo é a sua antiga secretária (surpresa!). Para derrubar seu – novamente – adversário, ele vai acabar forçando uma situação que faça com que Donna acabe voltando aos termos com ele (ela querendo ou não). A ruiva mais uma vez parece estar certa da sua decisão. Mesmo reticente ela decidiu deixar Louis fazer o que achava que tinha de ser feito, afinal agora eles estão no mesmo time.
E quando Harvey aparece em sua soleira pedindo que Donna conte a verdade sobre o vazamento dos seus rendimentos, ela rebate de pronto, dizendo ser leal ao lado que ela está. Mesmo com a ruiva tentando contemporizar o comportamento de Louis, Harvey mais uma vez demonstra o descontrole ao contar que o que deu início a toda discussão (o fato dele pagar o salário dela à maior por fora e Louis não poder cobrir o valor). Ao vomitar esse segredo, guardado a sete chaves durante todos esses anos, ela mais uma vez vê que o que move seu ex-chefe não é o desejo de que Litt seja repreendido por quebrar o sigilo sobre a sua remuneração e sim uma vingança pessoal por ele agora ser o homem à quem Donna é leal. (e toma-lhe porta na cara)
Mike teve uma história mais interessante do que semana passada. Friso logo que a sua reunião com seus antigos colegas de baia Jimmy e Harrold, para contar sobre o noivado, foi inesperada e legal (ainda mais por descobrir que o ex-estagiário de Litt sempre teve paixonite por Rachel e stalkeia o facebook dela 10 vezes por dia hahahha). Jimmy então entrega de “presente” ao pupilo de Harvey um caso que só alguém com os ideais dele poderia assumir: Um processo coletivo de pessoas obviamente pobres contra um plano de saúde.
Mas era óbvio que esse não faz o perfil de uma lide que Jéssica autorizaria seu pessoal à gastar tempo e dinheiro – ela de pronto corta os trabalhos do jovem (mais uma vez sambando, pois com ela é só assim, né?). O afinco de Mike em conseguir fazer com que essas pessoas tenham chance de lutar por seus direitos é tanto que ele procura Sidwell, lembram dele? O homem por quem Mike deixou Harvey para tentar não ser uma fraude, trabalhando com investimentos. Mas de fato ele ainda não esqueceu o passado e não só se recusou a financiar o caso, como sujou o nome do jovem com outras pessoas do ramo.
Depois de provar para o sogro, que havia feito um acordo pré-nupcial para a filha, de que ele poderia ser alguém confiável, Mike não vê outra alternativa, em ultima instancia, à não recorrer ao papai Zane. Robert havia dito ao futuro genro que ele poderia até não mudar a sua essência, mas em algum momento, o seu ambiente de trabalho iria dar um ultimato à ele. E isso aconteceu mais rápido do que qualquer um dos dois imaginava. Confesso que eu acho mais interessante ver Mike interagindo com Zane do que com Rachel. Acredito que essa nova experiência dele com outro profissional respeitado e quase da família, possa fazê-lo rever seus conceitos e reavaliar o que realmente importa para ele nesse que caminho que ele, mesmo de forma torta, está seguindo. Fiquei feliz por trazerem novamente ele para história que pode muito bem ser um ponto de virada mais para frente.
Por ser uma série de poucos episódios, Suits sempre teve a característica de manter o ritmo. Denial foi um episódio denso, porém centralizado em mostrar o quão frágil Harvey está. Ele ainda consegue focar no trabalho e agora vai canalizar todos seus sentimentos para mais uma batalha campal com Louis. A diferença agora é que o contexto é outro. Será que ele vai conseguir manter o seu cinturão de ouro ou vai acabar mostrando para todo mundo o quão desbalanceado ele está?
Já me alonguei por demasiado, vide episódio movimentado. Diz aí, Harvey acertou na escolha da substituta de Donna? Como você acha que se dará a guerra dele com Louis; consegue escolher um lado? Fique a vontade para dizer o que achou do episódio!
Façam as apostas, segurem a respiração e assistam a promo do episódio No Refills, que vai ao ar dia 8 de julho:
Observações:
– Sobre o episódio de semana que vem, o narrador indica como must-see. Se você assistiu ao vídeo como eu, deve estar tremendo.
– Rachel apagadíssima nesse episódio. Gostei somente da cena dela com a Jéssica, que obviamente preenche a tela com todo seu poder…Mas achei que mais uma vez a sócia majoritária apareceu como uma irmã mais velha, demonstrando o quão importante aquelas pessoas são para ela
– Só eu acho que essa parceria com do Mike com Robert Zane vai dar uma treta sem tamanho, obviamente com Rachel, mas também para ele dentro da firma?
– Vocês se perguntaram se naquela hora em que o Louis encontrou o Harvey no banheiro, ele estava saindo de outro ataque de pânico?
– Mais uma vez, Suits está de parabéns pelas novas adições do elenco. Jack Soloff e Gretchen (conga, conga, conga) são personagens com um potencial enorme. Será que tem espaço para mais um nome na parede do escritório?
– Gente, não encontrei lugar para comentar na resenha, mas o que foi aquele momento do Harvey com o Louis na Copa. Todo mundo sabia que ia acontecer algo que faria Litt voltar atrás na ideia de prejudicá-lo, mas Deus! Como eu ri naquele abraço apertado dos dois!
– Falando no confronto entre os dois, Donna agora está do lado oposto…mas a Sra. Conga La Conga também pode se mostrar crucial para o retorno de Harvey aos eixos.
– Sem consulta com a Dra. Paula essa semana, mas certo que a veremos de novo.
-Cabe ressaltar aqui todos os confrontos da série no episódio foram ótimos. Louis x Harvey (foram alguns, mas o do final – quando a guerra é declarada – foi sensacional); Louis x Donna; Louis x Jessica x Harvey; Jessica x Harvey (salientando aqui que ela também afirmou ser capaz de tirar o que quiser do pupilo) e claro, Harvey x Donna.
-Harvey: “Enjoy your coffee with your fifty sugars”
-Harvey: “You got lucky, like a monkey who won the lottery.”
-Harvey: “Louis, do you have a minute?”
Louis: “What animal are you going to call me now, an iguana?”
-Gretchen: I prefer my men manly.
Harvey: Am I not manly?
Gretchen: Well, if you have to ask…
– Jessica: “I will slap the taste out of your mouth.” e “I will slap the taste out of your mouth too.”
– Donna: “Because you always said, ‘once you pick a side, if you’re not loyal to that side, then who the hell are you?’
– Harvey: “I’m talking about what you value most. That’s right, might not happen today or tomorrow, but it’s gonna happen because I’m gonna make it happen. One day you’re gonna walk into your office and she’s gonna be gone.”
– Notícia maravilhosa do dia? VAI TER 6ª TEMPORADA!! #MultiplicaSenhor
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