Explicações: A CW decidiu unir seus dois maiores hits atuais nessa semana. Aqui, no Apaixonados, nós decidimos fazer algo parecido. Mas se você é um daqueles fãs que assiste apenas The Flash ou Arrow, não se preocupe! Este texto está dividido de modo que você, caro leitor, não fique prejudicado se ler apenas a parte que cabe a Flash ou a parte que fala apenas sobre Arrow.
Apertem os cintos e vamos falar desses episódios (ou desse crossover) que foi nada menos que maravilhoso!
Parte 1: The Flash - 1x08 Flash vs Arrow
O nome deste episódio não poderia ser mais propício, já que, do começo ao fim, ele foi realmente uma disputa entre Barry e Oliver. Mas não no sentido físico da palavra (claro que isso aconteceu, mas foi detalhe) e sim no campo das ideias. Quem acompanha as duas séries sabe o quanto os dois são diferentes. Seus propósitos são parecidos, mas os métodos divergem – além, claro, da personalidade. Enquanto Barry é solar, distribui sorrisos e tenta alegrar a todos, Oliver construiu em torno de si uma armadura quase intransponível que o tornou frio, centrado e direto.
Quando a gente coloca na equação ainda o fato de que Oliver se considera “iniciador”, por assim dizer, de Barry, a situação fica ainda mais complicada. Claro que Oliver não tem culpa alguma de Barry ter se tornado o Flash, mas é óbvio que, à sua maneira torta, ele se sente responsável pelo garoto, como um irmão mais velho. É por isso que, por mais que eu não concorde muito com as colocações de Oliver (com algumas sim, não com todas), é totalmente compreensível a atitude que ele teve com Allen. E Barry não ajudou também, há que se dizer. Prepotente (e vale lembrar que no começo do treinamento ele ainda não estava infectado), brincou com a experiência que Ollie, mesmo que forçadamente, adquiriu.
E é nesse ponto que reside uma das belezas deste episódio: O meta-humano da semana, Prisma, só estava ali como catalizador. Tudo aquilo que Barry colocou pra fora já existia dentro do garoto. Adormecido, esperando o momento de se soltar. E plus: Prisma não foi o único que impulsionou o ódio de Barry. Claro que foi o fator principal, mas quem já teve um coração partido sabe que, lá no fundo, o amor não correspondido de Allen por Iris também ajudou a despertar tudo isso. Caras como eles nunca conseguem a garota, como bem colocou nosso sábio Arqueiro.
Ollie, Joe, Caitlin, Wells, Eddie…
Todos foram vítimas de sua raiva. Mas a maior vítima, no fim das contas, foi o próprio Barry. Viu seus sentimentos expostos (aliás, nesse ponto, ele e Ollie são iguais: preferem guardar o que sentem) e, como Flash, perdeu Iris, que não reagiu muito bem ao ver seu lado negro aflorado. A caçada de Eddie ao velocista escarlate é meio babaca porque parece mais motivada por ciúmes que por qualquer outra coisa. Cada vez mais eu acredito que a teoria sobre ele ser o Flash Reverso é furada, muito embora o “vocês são mais parecidos do que pensam” que a Iris soltou só reforce mais a ideia de que esse pode ser o caminho trilhado adiante.
Quanto a estrutura de crossover, o episódio acertou e errou. Acertou ao conseguir inserir Dig e Felicity no universo de Flash muito bem (e eu tive uma crise de riso ao ver o Dig assustado com a velocidade do Barry). Mas errou ao inserir o plot do antigo affair do Oliver na última cena, ressuscitando a história do filho dele – que só é conhecida de quem assiste Arrow. Mas foi um pequeno detalhe dentro de um episódio maravilhoso, que ainda encerrou nos dando um vislumbre do Ronnie e seu Nuclear.
Com o perdão do trocadilho, The Flash tá pegando fogo.
Parte 2: The Brave and The Bold
Sometimes bravery isn’t enough, sometimes you have to be bold
A parte referente ao nosso Arqueiro Verde começa com a caçada daquele que foi o motivo que os levou até Central City – o Capitão Bumerangue. Só que a busca pelo assassino toma traços interessantes quando Barry se junta ao Arqueiro e Arsenal em uma das cenas de batalha mais interessantes que as duas séries já apresentaram. Bumerangue chega definitivamente e não sem propósito: seu roteiro tem um ponto final naquela que foi a responsável por tentar acabar com sua vida depois de uma missão não muito bem sucedida para a ARGUS: Lila.
Apesar da estranha relação entre Dig e Lila – que a todo momento era satirizada pelos personagens -, a ligação do segurança com a agente se tornou intensa demais depois que Sara nasceu, fato que culminou no ponto que vimos ao final do episódio: um pedido de casamento, claro que tudo depois de muita emoção e perigo de vida para a agente. Nesse ponto, a série acertou demais em não fazer o caminho óbvio e colocar personagens como Felicity e Caitlin em ação para salvar a vida de alguém (a primeira que mostrou, mais uma vez, que anda aprendendo algumas coisas com seus amigos heróis).
O desenvolvimento de Oliver ganha algumas cores diferentes quando colocamos no plano de fundo a possibilidade de um filho aparecer – aquela moça que ele encontra no final do episódio de The Flash, não foi apenas um encontro a toa. Além disso, Ollie teve de trabalhar, mais uma vez, com a culpa de suas escolhas, assim como mostrou o flashback – bem pouco significativo nessa semana. Contrapondo exatamente tudo que aconteceu na primeira parte, Barry entra como fator crucial para mostrar que Ollie se fechar não é o caminho para sobreviver a tudo isso: ele pode inspirar pessoas, mas com sua real personalidade, não com àquela que criou.
Starling mostrou que não é nem um pouco parecida com Central City – lá as sombras parecem tomar conta das pessoas quase que a todo momento. Cisco e Caitlin, naquele universo, conseguiram perceber a dimensão de onde estavam se metendo: nem tudo se resume a meta-humanos que ganham apelidos e são aprisionados em uma cela especial – essa opção, de salvar a cidade, pode ter consequências cruciais na vida de cada um dos personagens que todos aprendemos a gostar.
Encerrando com chave de ouro essas duas excelentes horas de entretenimento, a pergunta que veio a tona foi: quem venceria uma batalha? Arrow ou Flash? A experiência ou a rapidez? Parece que a dúvida ficará, o que não tira em nada a empolgação que a cena gera em qualquer fanático por esse mundo que explode nas nossas caras todas as semanas.
Que venham mais crossovers.
Só o que parece é que os produtores não se contentaram com dois dos episódios mais legais das séries – que garantiram audiências muito boas -, mas também prometeram fazer mid-finales de tirar o fôlego. Se você não lida bem com ansiedade, um conselho: não veja os vídeos abaixo.
The Flash 1×09 – The Man in Yellow Suit
Arrow 3×09 – The Climb
Agora é sua vez: o que achou dessa junção? Muito massa? Uma porcaria? E a ansiedade para a próxima semana, como está? Não deixe de comentar com a gente!