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The Flash – 1×23 Fast Enough (Season Finale)

Por: em 20 de maio de 2015

The Flash – 1×23 Fast Enough (Season Finale)

Por: em

Até aqui, foram 22 episódios legais, alguns explodindo nossas cabeças, outro focando em casos da semana, e, no meio disso tudo, a transformação de um menino em homem. De um cidadão comum em um super herói. 22 capítulos coerentes, e neste vigésimo terceiro, The Flash merece os parabéns.

Não há ciência na coincidência” e “Não existe coincidência.”

De certa forma, as duas frases acima, ditas respectivamente por Martin e Eddie, em momentos diferentes deste season finale, resumem de uma maneira superficial e geral não apenas este episódio, mas toda a temporada (excelente) que assistimos. Nada do que vimos até aqui foi coincidência. Tudo orbitava em torno de um propósito maior. De Barry, de Eobard, dos roteiristas… E a chance de que tudo desse errado em um encerramento de 44 minutos era grande. The Flash poderia ter caído em inúmeras contradições, em saídas fáceis, em paradoxos. Mas a costura apresentada pelo roteiro merece aplausos. Encerramos com maestria este primeiro ano (com muitos mais acertos do que erros, afirmo) e as expectativas para o próximo são gigantes.

Barry Allen

A abertura já denotava que o tom seria diferente.

Barry e Eobard estavam finalmente frente a frente e puderam ter uma conversa fraca e direta. Já de cara, descobrimos que Eobard vem de um futuro mais distante do que o esperado – 136 anos à frente. Isso já nos deixa abertos a especulação. Se Eobard nasceu tão distante assim, parece seguro afirmar que o Flash de sua geração não é Barry Allen, que provavelmente já estará morto. Eobard diz que descobriu o nome de Barry e então voltou no tempo para matá-lo – mas ele, Barry, (uma versão futura, no caso) apareceu para impedi-lo. A afirmação também me faz pensar que Eobard já havia tentando acabar com Barry antes, já que sabemos que ele e Flash duelaram em 2024. Ou isso ou essa luta é decorrência de um futuro que não vai mais acontecer depois das mudanças que este episódio impôs.

Esse pequeno diálogo entre os dois já dá uma pista do que vai acontecer a seguir, quando Eobard diz que matou a mãe do menino para impedir que ele se tornasse o Flash, mas que em decorrência disso, ele próprio foi obrigado a transformá-lo em Flash. É o que Eddie disse: Não existe coincidência. Quando juntamos esse fato à teoria dos universos paralelos que Martin defende quando Barry conta o plano de Wells, imediatamente vem a minha cabeça as diversas teorias relacionadas ao “Efeito Borboleta”. De alguma forma, a natureza sempre vai encontrar um equilíbrio e certas coisas continuarão acontecendo, mesmo que o caminho trilhado até elas seja diferente.

Mas, mesmo sabendo dos perigos da viagem no tempo e do plano de Eobard, Barry não seria Barry se não decidisse usar esse tiro no escuro.  A decisão do jovem deu ao season finale um tom bastante emocional por mais da metade do tempo. As sequentes conversas de Allen com Henry, Iris e Joe foram emocionantes e se alguém ainda tinha dúvidas do talento que Grant Gustin possui, acredito que elas foram dizimadas. O jovem conseguiu colocar toda a emoção que as cenas pediam. Todas as dúvidas, medos e angústias de Barry. Sua conversa com Joe é, de longe, a mais emocionante, mais até que a do garoto com o pai biológico. É lindo vê-lo reconhecendo que por mais que Eobard tenha lhe tirado a chance de crescer com Nora e Henry, ele lhe deu um segundo pai, que o criou com todo o amor que ele tinha para oferecer.

Caitlin Ronnie

Amor que também esteve representado no episódio por Caitlin e Ronnie. Não sou o maior fã do casal (na verdade, não sou fã de Robbie Amell e admito que isso atrapalha muito), mas Caitlin foi uma das que mais sofreu durante essa temporada e é bacana ver tudo dando certo, depois de toda a confusão envolvendo o Nuclear. E, obviamente, o casamento também serviu para nos dar uma chance de respirar antes que Barry colocasse em prática seu plano de regressar no tempo.

O futuro do casal é um pouco incerto. Ronnie ainda pode ter uma recaída a qualquer momento, a gente não sabe como o organismo dos metahumanos funciona. E, nos vislumbres de Barry dentro da speedforce, é possível ver uma Caitlin bem diferente da atual, vestindo uma roupa branca e soltando gelo pelas mãos – sendo, enfim, a vilã (?) que é nos quadrinhos, Nevasca. 

Barry estátua

O momento em que Barry se despede de todos e parte para a ação do plano é sensacional. Os flashs do passado, presente e futuro mostram, entre outras coisas, uma estátua de ouro do Flash, um vislumbre de Nevasca e a reunião que dará origem a Legends of TomorrowMas é quando Barry finalmente consegue voltar ao passado que o episódio atinge seu ápice.

Como Cisco falou, agora haviam 3 Barry Allen naquela noite. O Barry criança, o Barry do futuro que veio impedir Eobard de matá-lo e o nosso Barry. O fato do Barry do futuro ter visto o nosso e avisado para que ele não tentasse salvar Nora nos dá o que refletir. Este Barry, provavelmente, já viu muita coisa. Não sabemos de que época ele veio e exatamente como ele soube que teria que estar ali, mas ele estava. E, provavelmente, seu gesto de impedimento leva a crer que ele sabia que, se o nosso Barry salvasse sua mãe, o futuro poderia ruir.  A segunda temporada falará sobre os multiuniversos, então o meu palpite é que esta não será a última vez que veremos esse Barry de outra linha temporal.

A despedida do nosso Barry com Nora é uma das melhores cenas da série até agora e reafirma, mais uma vez, o talento dramático que Gustin tem. Emocionante, com um texto certeiro e conclusivo, o momento fecha um ciclo na vida do velocista escarlate, que desde que descobriu que poderia atravessar o espaço-tempo, pensava em salvar a mãe. Com essa porta devidamente fechada (e bem fechada), podemos ver um novo Barry na segunda temporada.

Eddie Flash

E o retorno de Barry sem alterar nada e seu posterior confronto com Eobard nos trouxe o grande momento do episódio: O sacrifício de Eddie. O personagem começou a série como uma promessa de vilão, depois se mostrou um cara super gente boa e vinha ganhando um destaque desde que descobriu a identidade de Barry e esteve cara a cara com Eobard. A igualdade do sobrenome dos dois gerou muita discussão entre os fãs no começo, que acreditavam que o rapaz seria o Reverso. No fim das contas, o nome foi apenas uma maldição que Eddie carregou. Maldição que ele escolhe encerrar para salvar Barry, Iris e a todos, se matando e impedindo a existência de Eobard.

Mesmo com todos os gestos altruístas do detetive, sua amizade com Barry e tudo o mais, nunca achei que seria capaz de atirar em si mesmo para impedir que Eobard matasse seu amigo e os demais. Eddie morreu como um herói, como ele mesmo colocou em suas últimas palavras para Iris. Vai fazer falta, sem dúvida nenhuma.

Vi muita gente questionando o fato de Barry continuar sendo Flash mesmo após Eobard ter sua existência apagada. Acho que isso vai ser explicado na segunda temporada, claro, mas pra mim parece claro que estamos diante do que Stein falou: A natureza sempre encontra um equilíbrio. Eobard foi apagado, não Harrison Wells, que estava construindo o acelerador de partículas. Na minha hipótese, na segunda temporada conheceremos o verdadeiro Wells, que terminou a construção do acelerador e resultou em Barry ser o Flash. Claro que alguma coisa deve ser alterada na linha temporal. E o que deixa ainda mais claro é que o buraco negro no final do episódio, logo após Eobard ser deletado, já mostra que algo está diferente. Tudo que aconteceu até agora tinha um dedo de Eobard e, sem ele, aconteceu algum tipo de colapso no tempo, que resultou na singularidade.

Como isso vai ser resolvido, teremos que esperar até a segunda temporada pra saber. Por agora, só nos resta torcer pra que, assim como Barry correu rápido em direção a singularidade, o tempo passe voando até setembro/outubro.

Outras observações/referências:

– Não encontrei espaço no texto, então comento aqui: Cisco já é um metahumano! Sensacional a conversa esclarecedora entre ele e Eobard. Quando tempo pra vemos Vibro em ação?

– Pra quem perdeu o vislumbre de Nevasca na speedforce:

nevasca

– Esta, que vimos no final do episódio, durante a confusão em Central City, é Kenda Sunder, a Mulher-Gavião. Quando prometeram uma aparição dela aqui, achei que pelo menos veríamos o uniforme, né? Mancada. Mas tão perdoados depois do finale magnífico.

mulher gavião

– O elmo de metal que vimos é de Jay Garrick, o Flash da Terra-2.

elmo jay garrick

– O Rip Hunter citado durante a cena em que Eobard é colocado na esfera do tempo estará em Legends of Tomorrow. 

– Henry diz que Barry pode entender melhor as coisas quando ele tiver filhos. Nos quadrinhos, Barry, de fato, torna-se pai –  ele e Iris têm um par de gêmeos e, finalmente, um neto, Bart, que se tornaria o Impulso/Kid Flash.

*

Me despeço de vocês com a referência de O Guia do Mochileiro das Galáxias dita por Cisco. Obrigado pela companhia e pelos comentários durante esta primeira temporada. Até a próxima, e até lá, vamos tentar entender e debater os rumos deste episódio. Deixe sua impressão nos comentários e vamos estender a conversa!

cico


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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