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Gotham – 1×18 Everyone Has a Cobblepot

Por: em 5 de março de 2015

Gotham – 1×18 Everyone Has a Cobblepot

Por: em

Alguns podem descordar, mas achei esse um dos melhores episódios de Gotham nos últimos tempos. Deixe-me explicar o motivo (e não é implicância) – a série surgiu promentando não servir para mostrar somente elementos que no futuro dariam trabalho para o Batman, mas sim desenvolver a cidade como personagem principal. Everyone Has a Cobblepot foca na corrupção dentro da GCPD, que acaba se estendendo para o resto de Gotham, dando um entendimento melhor sobre como tudo funciona – algo que estava faltando até agora.

Tudo começa com a libertação de Arnold Flass, aquele policial que foi preso em Welcome Back, Jim Gordon, por ter assassinato aquele homem que serviria de testemunha de um crime, lembram? Então, as provas e o caso eram mais do que sufientes para deixarem Flass preso por um bom tempo, mas como bem ficou claro naquele episódio, o Comissário Loeb também estava metido no esquema de corrupção com o pessoal dos Narcóticos. Para o desgosto de Gordon, ele descobre por Harvey Dent que Flass está de volta e mais, concorrendo com o apoio do comissário para presidente do Sindicato dos Policiais.

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Como um Deja Vú temos Gordon novamente sendo avisado para não se meter com os cachorros da cidade, mas como sempre ele não dá ouvidos e vai confrontar o comissário. Foi surpreendente saber que o caso contra o policial corrupto tinha se desfeito por um testemunho que negava todo o conjunto probatório do crime e, mais surpresa ainda – tanto para nós quanto para Gordon – foi ver o rosto de Bullock prestando esse depoimento. Desde o início da temporada, Bullock e Gordon tornaram-se bons parceiros, apesar da tensão que existe entre eles. Os dois policiais tem perspectivas diferentes acerca do trabalho em Gotham, ambas válidas por sinal. Harvey é um detetive veterano, escolado dentro do sistema (que é f*da, parceiro) e nas ruas, aprendendo a jogar o jogo e se manter vivo. Por outro lado, Jim ainda não saiu das fraldas, acreditando que os seus princípios devem sempre prevalecer, fazendo o que é certo. Acho que se o falso testemunho acontecesse no início da temporada, o relacionamento dos dois não teria a menor chance, e Bullock entraria para o hall da podridão onde se encontram a maioria dos colegas de farda – mas pelo fato dele ter provado seu valor várias vezes, Jim decide confrontar o colega pelas razões que o levaram a fazer o que fez.

Ficamos sabendo então que Loeb tem evidencias que incriminam quase todos os policiais da GCPD, bem como Harvey. Gordon foi obrigado a “matar”o Pinguim no primeiro episódio da série, afim de se manter atuando em campo, porém ele não o fez. Mas como desde o princípio sabemos, o fato foi uma exceção, então obviamente todos ali tem um Cobblepot na vida deles, ou seja, todos com o rabo presinho e com motivos para ficarem na mão do comissário.

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A partir desse momento a história ganha uma nova dupla – Gordon e Harvey Dent. Gostei de ver os dois trabalhando juntos, ambos até aqui são diferenciados pela retidão com que levam o seus respectivos trabalhos e pelo fato de não estarem devendo nada na praça. O promotor lembra da morte da esposa do comissário, uma história super mal contada, e resolvem ir atrás dos fatos. Eles conseguem encontrar o parceiro antigo de Loeb – que obviamente também não está nem um pouco afim de cooperar – e chegam em um restaurante chinês. Toda a sequencia de Dent e Gordon indo atrás de evidências não serviu para muita coisa, além de ver que o advogado público não tem muito jeito pra atuar na rua. Tudo foi só uma desculpa para eles acabarem em apuros e Bullock aparecer para salvar o dia, o que eu achei ótimo. O parceiro de Gordon, mesmo diante dos fatos, não merecia ser posto de lado. Ele tem cooperado com Jim, algumas vezes a contragosto, desde o início da temporada, e foi bom ter a chance de ver ele ajudando de alguma forma na tentativa de limpar um pouco a GCPD.

Inclusive são com os métodos de persuasão de Bullock que eles conseguem a informação de que Loeb é envolvido até a pleura com Falcone, o que os leva diretamente ao nosso querido Oswald Cobblepot. Nosso malvado favorito fica mais do que satisfeito em poder ajudar o policial e, obviamente, deixar isso na conta de favores à serem cobrados depois. Mesmo sendo arriscado, fica claro que Cobblepot não é bobo e quer também conseguir vantagens sobre o poderoso chefão de Gotham, todos nós sabemos o caminho que ele está trilhando. Infelizmente o que Loeb estava escondendo não era algo tão bombástico como todos esperavam, e sim sua perturbada filha que há 20 anos foi a responsável pela morte da mãe. As cenas, porém, foram bem legais de assistir pois nos deram a chance de ver uma parceria improvável entre Jim, Harvey e Cobblepot. Mesmo não sendo nenhum papel, foto ou coisa assim, Gordon já achou que seria suficiente para conseguir uma vantagem com Loeb, e assim colocar Flass de novo atrás das grades. O importante disso tudo é ver pela primeira vez o futuro aliado de Batman deixar sua sólida moral um pouco de lado. Vocês lembram quando ele voltou de Arkham dizendo que estava pronto para jogar o jogo? Demorou, mas ele finalmente agiu de acordo com essa afirmação.

Toda essa situação que deságua nessa atitude de Gordon, faz com que Everyone Has a Cobblepot seja um dos episódios mais consistentes da temporada. Primeiro por trabalhar os personagens e suas respectivas dinâmicas, e segundo, é certo que as decisões tomadas nesta semana muito certamente gerarão consequências. Além de fazer com Loeb colocasse Flass para ter um julgamento e entregasse os documentos que incriminavam Bullock, Gordon angariou o apoio do comissário na corrida para ser diretor do Sindicato, ou seja, em breve deveremos ver o policial ocupando um importante cargo dentro da GCPD. Será que isso será um primeiro passo para que ele implemente suas políticas “lava a jato” dentro da corporação? Ou apenas o primeiro passo que pode o levar para um caminho em que ele comprometa tudo o que sempre significou ser um policial para ele? Mesmo nós sabendo mais ou menos – afinal, conhecemos o futuro – é intrigante saber como ele vai levar esse novo papel. E não podemos esquecer do favor que ele deve ao Pinguim – que já mostrou para ele qual é a bebida favorita de Maroni (um possível envenenamento?) – é certo que Cobblepot vai aparecer com uma tarefa bem pesada para ele. #Vamos acompanhar

Gordon

O plot sem pé nem cabeça (ou olhos) de Fish, essa semana tomou um contorno um pouco mais nítido pelo menos. Descobrimos que o local que ela esteve desde que foi retirada daquele barco, nada mais é que um porão de uma clinica que faz transplantes e plásticas em pessoas ricas. Ela inclusive acorda com um belo de um olho azul e finalmente é apresentada ao homem que controla tudo aquilo ali – Dr. Francis Dulmacher (Colm Feore).

Pelo nome, tudo leva a crer que ele é o Dollmaker, personagem que estava por trás do sequestro de criancinhas para fins desconhecidos em Selina Kyle e também já apareceu em Arrow. Fish usa toda sua autoestima e carisma (afinal, ela sempre consegue o que quer) para tentar convencer aquele homem a torná-la seu braço direito. Inclusive, em uma sequencia bem cartunesca, descobrimos o que aconteceu com aquele cara que acabou fazendo Mooney arrancar os olhos, ele virou um tipo de Frankenstein, porém com pedaços femininos. A cena foi meio cômica, lembrando que Gotham as vezes gosta de mostrar de onde veio. O único problema desse arco é que, sempre que em tela, ele quebrava completamente o ritmo do episódio. Ainda não sabemos onde isso vai dar, mas Fish provou o seu valor para Dulmacher, e tem rapidamente garantida a sua ascenção na instituição.

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Como consequência dos acontecimentos da semana passada, Alfred e Bruce passaram o episódio inteiro no hospital. Além da visita de Gordon, Cat apareceu para ver como estavam as coisas. Gente, eu acho ela e Bruce muito fofo mesmo, me sinto estranha por gostar de um casal kids, mas o que eu posso fazer? Mas importante foi saber que o pequeno Batman é realmente inteligente, ele sacou que Reggie deve ter aparecido na casa dele a mando das pessoas que estão no comando da Wayne Enterprises. É claro que ele quer sair em busca das pistas e descobrir mais, e é óbvio que teremos cenas dele e de Selyna se metendo em confusões a lá o que vimos em Lovecraft – o que eu acho ótimo.

No final das contas, Everyone Has a Cobblepot foi um episódio superior aos outros, nos proporcionando algumas surpresas (a parceria entre Dent, Bullock, Gordon e Pinguim) e momentos intrigantes. Usando um “caso da semana” completamente inserido na história da série, os personagens agora entram em um outro contexto – Jim podendo se tornar alguém importante dentro da GCPD, porém devendo um favor à Cobblepot; e Bruce querendo muito ir atrás de Reggie para saber mais sobre sua motivação para aparecer na mansão Wayne e esfaquear Alfred ao sair.

Gotham entra agora em um pequeno hiato e retorna para os seus seus últimos 4 episódios no dia 13 de abril.

E você, o que achou do episódio? Pronto para o hiato? Fique a vontade para comentar e complementar a resenha!

Até a próxima!


– Observações:

– Sem Bárbara essa semana!!!

– Gente, apenas adorei o joguinho que Cobblepot fez com casal de velhos no final do episódio. Ele está se tornando cada vez pior (ou melhor).

– Fiquei com peninha do Nygma, ele definitivamente gosta da Srta. Kringle. Eu percebo que ela corresponde de alguma forma, mas acho que ela deve ter um pouco de vergonha dele. O que me deixa encantada pelo personagem, que no futuro será o Charada, é que ele parece ser tão inocente. Fico apenas aguardando o momento que tudo vai cair por terra, transformando-o para sempre.

 


Lívia Zamith

Nascida em Recife, infância no interior de SP e criada no Rio. Vivo e respiro Séries, Filmes, Músicas, Livros... Meu gosto é eclético, indo do mais banal ao mais complexo, o que importa é ter conhecimento de causa.

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita: São muitas!

Não assiste de jeito nenhum: Friends (não gosto de sitcoms)

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