Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

As Mulheres que Admiramos

Por: em 12 de março de 2011

As Mulheres que Admiramos

Por: em

O Dia Internacional das Mulheres já passou (8 de março), mas como a data caía exatamente no Carnaval, decidimos fazer como as ONGs e “comemorar” o dia hoje, 12 de março, longe das festividades e com o destaque que o dia merece.

Muita gente deve achar um saco as feministas falarem que dispensam a rosa no 8 de março e que elas são as responsáveis por, sei lá, acabar com o romantismo no mundo. Pois bem, meu caro Padawan, primeiro temos que parar para pensar: por que damos os “parabéns” para as mulheres neste dia? Até onde eu sei, não há nenhum mérito (ou demérito) por ter nascido mulher ou homem.

E como sempre, vem as mesmas piadas de sempre. Que todos os outros dias são dia do homem (e, considerando o machismo da nossa sociedade, consigo dizer que são mesmo), que esse é o dia em que a mãe/esposa/namorada não precisa satisfazer todos os desejos dos homens e ganham “frescurinhas” como uma rosa de um desconhecido, café da manhã na cama, e, pasmem, o ser do sexo masculino que mora com você, leitora, vai lavar a louça!

Sabemos que o mundo não vai mudar somente porque outro oito de março passou; mas podemos fazer a nossa parte no dia-a-dia. Por exemplo, parando de contar piadas sobre loiras burras (que, na verdade, são piadas sobre mulheres burras), ajudando no serviço doméstico e não subestimando a inteligência de uma mulher só porque ela é bonita.

Para homenagear a data e não esquecer que é um dia de luta, selecionamos algumas personagens e mulheres ligadas às séries que admiramos e tornam o mundo do entretenimento um local um pouco mais justo.

Alexandre

Brooke Davis (One Tree Hill)

Lucas Scott escreveu uma vez que, em quatro anos, nunca tinha visto alguém crescer tanto quanto Brooke Davis e que, um dia, ela iria mudar o mundo. Eu posso dizer, sem medo, que de todas as séries que assisto, Brooke é a personagem com o maior coração. E também uma das mulheres mais fortes. Ela conseguiu construir um império da moda – mesmo debaixo da voz da Victoria, que decidiu ser mãe tardiamente! – , mas não hesitou em arriscar tudo, se mudando novamente pra Tree Hill, por não se sentir completa com toda aquele luxo e fama. Desejando ser mãe, ela cuidou da Sam e da Angie como se fossem suas filhas, mas quando precisou deixá-las partir (porque eram o melhor pra ambas), ela o fez. Não sem sofrimento, mas sem hesitação. Quando a Angie passou pela cirurgia no coração, ela passou horas acordada. Quando ela foi espancada, mostrou que era mais forte do que todos pensavam. E quando sua linha de moda prejudicou muitos clientes (em uma manobra que ela nem ao menos tinha noção!), Brooke decidiu abrir mão de tudo que tinha e ainda usar sua fortuna pessoal, pra que pudesse pagar todos os afetados. Ela abriu mão desse dinheiro, que seria usado para os preparativos do seu casamento – o momento pelo qual esperou a vida inteira. Forte, independente, com um coração que caberia o universo. Assim é Brooke Davis e por tudo isso (e muito mais!) que ela tem toda a minha admiração. Como Lucas bem colocou. “Brooke Davis vai mudar o mundo um dia e eu nem sei se ela sabe disso.”

Sophia Bush (atriz)

Mesmo que a Sophia não fizesse nada digno de admiração em sua vida pessoal, eu ainda assim a amaria, por ela interpretar tão bem e com tanta força a Brooke. Mas, assim como a personagem, a Sophia é uma pessoa fantástica. Quem segue ela no Twitter (@SophiaBush), vê que ela sempre tá apoiando alguma causa social, pedindo assinaturas, mobilizando seus fãs em alguma coisa social. Na época do vazamento de petróleo no Golfo, ela passou a usar seu website para se comunicar com os fãs e pediu que, ao invés deles lhe mandarem cartas, usarem o dinheiro em alguma doação. Em novembro do mesmo ano, ela correu 13 km em uma maratona, pra arrecadar fundos. Ao lado do Austin, ela também faz parte de uma organização que ajuda crianças com Esclorose Múltipla e disponibiliza seu tempo, junto com outras artistas, para ensinar arte e outras coisas do tipo a crianças com problemas médicos. Ela também foi porta voz da “Do Something“, uma campanha ecológica e ajudou a arrecadar fundos para a construção de um memorial em prol de soldados que estavam em combate e que ela visitou quando retornaram.

Bianca

Alex Cabot (Law & Order SVU)

A Alex é a minha promotora favorita em Law & Order SVU e eu sempre espero que ela volte à série para chutar bundas. Não que as outras promotoras não sejam boas – elas só não são tão boas quanto a Alex. Ela tinha empatia pelas vítimas, fazia tudo o que podia para ajudá-las e tinha paixão em defender estes inocentes. A Alex era a única que, quando falava que não podia fazer nada por falta de provas (e mandava a Olivia e o Elliott correrem o mundo para provar algum ponto), eu não conseguia sentir nem um pingo de indignação, porque, se a promotora falava isso, é porque não tinha como mesmo. E no tribunal, ela era sempre perfeita: muito segura do que falava e demonstrando muita inteligência sem deixar de lado as emoções. Mesmo quando ela decidiu ir embora, não tenho como julgá-la mal; foi para defender mulheres em países onde a situação das mulheres é bem mais tensa do que nos Estados Unidos. Como feminista, não tenho como não admirar o trabalho impecável que a Alex fazia.

Shonda Rhimes (criadora e produtora executiva de Grey’s Anatomy e Private Practice)

Falar que você admira a mulher que idealizou duas das suas séries preferidas é fácil. Antes de tudo, eu só conheço a Shonda por Grey’s Anatomy e Private Practice (não gostei de Off The Map e não acompanho) e pelo Twitter (@ShondaRhimes). As duas séries têm em comum a diversidade e o destaque às mulheres, algo que considero muitíssimo. Todas as personagens são profundas, cada uma em sua característica, e não se deixam dominar pelo machismo; são livres e donas do próprio nariz. Outro ponto que faz com que eu admire muito o trabalho da Shonda é ela sempre colocar diferentes etnias – em pacientes e médicos – mostrando que o mundo não se resume ao padrão WASP (white anglo-saxon protestant, ou branco, anglo-saxão e protestante) e não ter medo de apresentar diferentes tipos de sexualidade ou mexer em assuntos espinhosos, como o estupro da Charlotte. A Shonda consegue, como poucos, mostrar sensibilidade e os vários lados de uma mesma questão.

Bruna

Miranda Bailey (Grey’s Anatomy)

Miranda Bailey é atendente de cirurgia geral no Seattle Grace Mercy West Hospital, separada, mãe de Tuck que tem 4 anos, é de longe a personagem com maior poder emocional sobre os espectadores justamente por sua força. Quando Bailey, sempre centrada e com o domínio da situação, desaba, ninguém mais consegue se manter firme – como no season finale da sexta temporada, quando Charles Percy morre em seus braços por ela não conseguir levá-lo a uma sala de cirurgia. Era chamada “The Nazi” pelos internos por tratá-los de forma dura, na verdade ao longo do desenvolvimento da série percebemos que é o caminho escolhido por ela para mostrar as dificuldades que enfrentarão em sua profissão. Bailey é correta, segura, inteligente, tem um futuro brilhante pela frente e aos meus olhos, é a personagem mais forte de Grey’s Anatomy.

Betty White (atriz)

Betty White, é atriz, comediante, apresentadora e autora que merece cada um dos seus 7 Emmy’s e sua estrela na calçada da fama em 6747 Hollywood Boulevard. Betty é uma das personalidades mais conhecidas da história da TV americana, estrelou a sitcom “Life with Elizabeth” e o talk show “The Betty White Show”. Ela fez inúmeras participações em séries e shows e ano passado ao ser apresentadora do Saturday Night Live deu ao programa a maior audiência do último ano e meio: 11 milhões de espectadores. Em 2010 Betty foi eleita a figura mais influente da cultura pop, em votação realizada por 102 veículos de comunicação membros da agência de notícias AP. Betty White é uma comediante invejável: agora atuando em Hot in Cleveland como Elka Ostrovsky, ela consegue fazer o público rolar de rir e no mesmo episódio soltar “owwwns” para suas expressões de vovózinha querida e indefesa. Betty White inspira por sua ótima atuação e disposição em seus 88 anos de muito sucesso.

Camila

Lisa Cuddy (House)

Se de um lado homenageio uma mulher (abaixo) que conseguiu ser a primeira em várias áreas, mudar o mundo com sua persistência e teimosia, a personagem não poderia ser tão diferente. Infelizmente, o mundo em que estamos ainda é predominantemente machista, é fato que uma mulher para chegar a uma posição de liderança demora mais e tem muito mais a provar do que um homem. Mas a doutora Lisa Cuddy conseguiu superar todos os obstáculos do seu percurso profissional, é reitora e administradora do hospital escola Princeton-Plainsboro, trabalho que exige muito de sua vida, mas isso não a torna uma mulher que não se preocupa consigo ou que abandona a vida pessoal. Ela adotou uma criança, Rachel, e tenta construir uma familia normal. Apesar da responsabilidade profissional, ela é uma mãe que muita criança não tem, exemplo de administradora, profissional, e ainda arruma tempo para ser namorado do médico mais problemático e egocêntrico do mundo das séries. Não tem como não admirar uma mulher que consegue tudo isso.

Lucille Ball (atriz)

Imagine ser mulher no anos 30. Agora imagine ser mulher nos 30 e trabalhar fora, ser artista? Lucille Ball se arriscou cedo por esse lado, foi atrás de rádio, TV, cinema… Foi uma comediante primorosa, uma das maiores do seu tempo, seus programas de TV ainda hoje fazem muita gente rir, continuam atuais. Mas se enfrentar um mercado desses não era fácil, Lucille Ball foi além. Quando seu programa de rádio estourou e encomendaram um piloto de TV para a atriz, Lucille e seu então marido, Desi Arnaz, o desenvolveram, e Lucille lançou o seu primeiro “primeiro”: foi a primeira mulher a ser produtora, comandando a empresa Desilu. Além de ser produtora, era também a atriz de seus programas e lutava com tudo para conseguir o que queria. Foi a primeira mulher a gravar uma série grávida, fazendo com que sua personagem também estivesse. Ela foi a primeira a introduzir um conceito muito comum hoje, de cenários adjacentes para filmagens com várias câmeras. Lucille e sua produtora Desilu abriram as portas para um mundo de seriados como conhecemos hoje. Sitcons com risadas, reprises, e os dois foram capazes de mostrar como seriados podem ser rentáveis, transformando a produtora num estúdio, que apoiou e produziu muitas séries posteriormente. Uma mulher que consegue todos estes feitos (e outros) na primeira metade do século 20, tem que ser homenageada! E ainda temos que agradecê-la por ter transformado a comédia para como a conhecemos hoje.

Cristal

Lorelai Gilmore (Gilmore Girls)

Não deve ser fácil ser mãe solteira. Imagina então ser mãe solteira numa cidade em que você não conhece ninguém, sem poder contar com o apoio dos seus pais (muito menos do pai da sua filha) e ter que lutar para se manter em um novo trabalho como empregada em uma pousada. Para quem não se lembra, foi assim que Lorelai começou a criar Rory em Stars Hollow, quando ela ainda era um bebê. Embora Emily e Richard nunca tenham lhe virado as costas, a verdade é que todo e qualquer envolvimento viria com laços muito apertados, e Lorelai sempre quis garantir a ela e a filha a liberdade que não lhe foi dada na sua infância e adolescente. Lorelai comeu o pão que o diabo amassou nos primeiros anos, mas soube dar a volta por cima, procurar seus pais, fazer novos amigos e crescer no emprego. Tudo isso enquanto educava Rory e tornava-a uma das meninas mais inteligentes e sensíveis que já se viu no mundo das séries; sem, por um segundo, perder a doçura e o bom humor que sempre lhe foram característicos. Uma mulher-mãe na sua acepção mais completa.

Oprah Winfrey (apresentadora, dona da emissora de televisão The Oprah Winfrey Network)

Oprah Winfrey pode não ter nenhuma relação direta com séries, mas é difícil deixar uma mulher tão importante para a televisão mundial fora de uma lista como essa. Televisão mundial? Com certeza. Como grande potência que é, sobretudo no entretenimento, os Estados Unidos ditam regras e costumes; e a televisão norte-americana certamente é responsável por pautar o comportamento de milhares de emissoras ao redor do mundo. De séries a telejornais, de programas de auditório a cor das suas apresentadoras. Oprah Winfrey foi a primeira mulher negra a comandar um programa com o alcance e a influência do seu The Oprah Winfrey Show, passando a ser destaque na mídia internacional desde então… E Oprah soube sempre usar toda a atenção que lhe foi dada da melhor forma possível. Seu programa sempre tratou de temas polêmicos (e de abordagem necessária) como a violência contra a mulher, o racismo, o bullying, a homofobia e a pobreza, sobretudo em países vitimados pela guerra civil. Mas o campo de atuação da apresentadora, amiga de Nelson Mandela,não se restringe apenas a seu programa, e em 2007 ela fundou uma escola para meninas na África do Sul. Oprah inclusive já marcou sua aposentadoria para 2012 e anunciou que se dedicará mais a causas como essa.

Leandro

Nora Walker (Brothers and Sisters)

Nora sempre foi uma mulher que pensou na família. Deixava seus desejos de lado inclusive, para satisfazer as vontades de filhos e do marido. Mas uma mudança repentina fez com que o lado poderoso da matriarca Walker aflorasse e trouxesse ela ao poder. Cheia de fibra e competência, Nora não teme na hora de agir e proteger sua família, valores estes que vão se perdendo na sociedade atual com tanta informação e dinamismo. Dona de valores indispensáveis, Nora é a própria encarnação do espírito maternal e conseguiu segurar uma família nas costas, quando a mesma estava desmoronando pouco a pouco. Sua beleza é natural e seu jeito é irretocável. Cheia de defeitos como todos os seres humanos, só peca por temer demais o sofrimento dos outros, sendo bastante altruísta certas vezes. E como seu trabalho com os próprios filhos já acabou, pelo menos aparentemente, Nora decide cuidar de outros filhos, abrindo uma instituição para auxílio a pessoas com câncer. Realmente, uma mulher e tanto.

Sally Field (atriz)

Conhecida pelo grande público como a matriarca da família Walker, não é só na série que Sally é uma mulher de fibra. Atriz, produtora, cantora, diretora e roteirista, Sally ficou conhecida no começo de sua carreira por grandes papéis cômicos, o que tornou sua entrada em dramas um desafio. Provando que tinha mais de uma faceta, Field encantou o público com papéis dramáticos (inclusive o que interpreta atualmente), garantindo duas vezes o prêmio de melhor atriz no Oscar. Além disso, têm em sua prateleira prêmios do Globo de Ouro, Emmy, Bafta e por ai vai. Excelente atriz, Field ainda é uma grande ativista no meio, causadora de polêmicas, como no seu discurso do Emmy em que fala que se o mundo fosse governado por mães, seria um mundo muito melhor, e uma feminista convicta, correspondendo a ONG’s do meio e atuando como anfitriã do ‘Globe Leadership Awards’ por seis vezes. Vencendo os preconceitos de sua época e se tornando uma grande mulher, Sally Field merece seu lugar nesse post.

Lucas

Claire Fisher (Six Feet Under)

Interpretada por Lauren Ambrose, a personagem é uma das minhas personagens favoritas de todos os tempos. Lauren trabalha na série que considero a minha favorita – Six Feet Under – e acho incrível a forma que ela consegue construir a personagem ao longo dos anos. Super introspectiva, conhecemos Claire no fim da adolescência, quando sua instropecção lhe aponta a arte como caminho a seguir durante a vida. Através da fotografia, ela mostra ser sensível e muito versátil. Que muitas mulheres possam se inspirar na personagem para enfrentar as barreiras que ainda hoje existem principalmente no campo de trabalho e estudo.

Tina Fey (roteirista e comediante)

O motivo de eu ter escolhido Tina para representar uma mulher que considero ter opiniões fortes e, em conseqüência, homenagear as mulheres através dela, é bem simples. Fey é uma profissional competentíssima e a mente dela deveria ser congelada para estudos posteriores quando tivermos tecnologia suficiente para entender realmente a mente humana. Tina Fey é um monstro da televisão norte-americana e já ganhou 7 Emmys, 3 Globos de Ouro, 4 SAGs, 4 WGAA e uma menção interessante pela Associated Press. Ela é muito mais do que uma “simples” atriz: é criadora de shows, quadros, roteirista, diretora, comediante, escritora e, acima de tudo, uma mulher surpreendente. Feliz Dia das Mulheres!

Rosangela

Olivia Benson (Law & Order: SVU)

A Olivia representa exatamente aquilo que eu gostaria de ser: uma mulher forte, corajosa, que não teme nada ou ninguém, e que faz tudo o que for necessário para que a justiça seja feita. Apesar de seus vários traumas e da relação conturbada que teve com sua mãe, ela trata algumas vítimas com um carinho quase maternal. A maneira como ela compreende e tenta diminuir o sofrimento das vítimas de estupro, principalmente de crianças, a transformou em minha personagem favorita na série, além de um exemplo a ser seguido. Nesse caso, seria perfeito se a ficção se tornasse realidade, e mais pessoas como Olivia aparecessem à nossa volta.

Teri Hatcher (atriz)

Muitas mulheres já viveram Lois Lane na TV ou no cinema, mas para mim não há outra Lois Lane que Teri Hatcher. Ela é perfeita para o papel não só por seu talento em cena, mas por sua história de vida, cheia de desafios pessoais e profissionais a serem superados. Assim como a personagem, Teri é uma mulher de muita coragem, provando isso quando revelou ao mundo ter sido abusada sexualmente em sua infância e, anos depois, ter ajudado a prender aquele que a molestou.


Bianca

Feminista interseccional, rata de biblioteca, ativista, ama filmes, séries, cultura pop e BTS. Twitter sempre vai ser a melhor rede social.

São Paulo - SP

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: Lost

×