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Demolidor – 1×11 The Path of the Righteous

Por: em 26 de maio de 2015

Demolidor – 1×11 The Path of the Righteous

Por: em

Claire Matt

The Path of the Righteous marca um nítida virada de jogo para cima do Rei do Crime. Mesmo sendo respeitado pela sociedade, ele nunca esteve tão fraco frente aos seus “parceiros” e negócios. Além disso, está tudo dando errado na sua vida pessoal enquanto suas fraquezas ficam cada vez mais expostas, ainda mais agora que o Demolidor entendeu que precisa mitigar seu inimigo de dentro para fora. Em seu 11º episódio, Demolidor reduz muito  a ação para trabalhar o um lado mais emocional dos personagens. A vidas de Matt, Karen, Foggy e Wilson estão completamente despedaçadas e eles vão lidar com isso de formas diferentes.

Como vimos no episódio passado, Matt ainda está se recuperando do seu violento embate com Nobu, impossibilitando que ele vá para rua cumprir o seu dever ou mesmo suas funções como advogado. Foggy o abandonou, ainda sem conseguir lidar com todas as mentiras e Claire, a primeira pessoa em quem ele confiou, está deixando a cidade. Vemos pela primeira vez ele abatido com todos os acontecimentos dos últimos dias. Beber no meio dia definitivamente não faz o estilo dele, mas a decepção de ter sido subjulgado por Fisk em seu primeiro embate com o vilão e logo depois decepcionar seu melhor amigo parece acometê-lo com uma fragilidade  nunca antes demonstrada. Stick disse para ele que a raiva pode seu útil, mas o ódio machuca e Matt está cheio de ódio. Cheio de ódio e mais sozinho do que ele jamais esteve.

Potter

Mas refletindo sobre tudo, nosso herói parece chegar à uma conclusão sobre como destruir Fisk. Ao invés de desmantelar toda intrincada organização de Fisk, ele precisa achar uma coisa que seja poderosa o suficiente para derrubar o Rei do Crime, criando um efeito dominó, sem deixar chance de reação para o seu nêmesis. A cena em que Matt finalmente conversa com o Padre Lanton, deixa claro que ele vai deixar de temer seus próprios demônios, usando-os para se fortalecer. Mas primeiro ele precisa de uma roupa que seja mais adequada para futuros embates.

Nós só tínhamos visto Potter em algumas poucas cenas, apenas como um alfaiate dos ternos blindados de Fisk. Mesmo depois de um breve enfrentamento, descobrimos que o personagem está sendo manipulado por Fisk como uma criança, dando um ar inocente ao homem, fazendo com que Matt se comprometa a ajudar o homem, que tem medo de que Fisk machuque as pessoas que ele ama (uma tal de Betsy). Esse novo aliado do herói é o primeiro sinal que logo mais veremos o Demolidor em seu clássico uniforme, o que é muito animador para os fãs do demônio de Hell’s Kitchen, que eu tenho certeza que estão esperando isso desde o primeiro episódio.

Fisk

Fisk por outro lado não está conseguindo lidar com a dor do atentado à Vanessa, mostrando-se cada vez mais acuado, menor. Ele não foi capaz de proteger o amor da sua vida como prometido e não há nada que ele pode fazer para ajudar. A cena em que a enfermeira o trata como um homem normal representa bem isso, seu poder não vale nada naquela situação. Ao invés de promover uma verdadeira caçada humana aos responsáveis por aquilo, ele se vê paralisado ao lado de Vanessa, que está se recuperando do envenenamento.

Toda essa complacência de Fisk faz com que Wesley se mostre bem preocupado com seu chefe e como tudo o afetou, e não só pelos negócios, fica claro que ele realmente se importa com ele. Toda essa situação demonstra uma das coisas mais legais de Demolidor, os dois principais antagonistas da história realmente sofrendo em um corredor de hospital, o que traz uma humanização desses personagens. A relação entre os dois poderia facilmente ser comparada com a de Matt e Foggy. Toda apreensão de Wesley contrasta com o comportamento de Owsley, que não está preocupado com Vanessa e sim com o fato de os negócios estarem sendo deixados de lado por causa dessa situação. Aliás, a reação de Foggy foi muito parecida com a do Rei do crime. Todas as mentiras de Matt fizeram com que ele desmoronasse, abandonando Matt e Karen e buscando lidar com tudo sozinho. Parece que ao descobrir o segredo do amigo implodiu tudo o que ele buscou e lutou nesta primeira temporada. Foggy infelizmente se mostra covarde, parecendo desistir de tudo, mesmo com todo trabalho que ele se comprometeu a fazer.

Wesley e Fisk

A coisas também estão bem difíceis para Karen. Depois da visita que ela e Ben fizeram a mãe doente de Fisk, onde eles descobrem as circunstâncias da morte do pai do todo poderoso, os dois não contavam que aquela senil senhorinha causaria maiores problemas. Mas ela acaba tentando entrar em contato com filho, mas é atendida por Wesley, que para não perturbar mais ainda o seu chefe, decide resolver esse problema sozinho. Ele localiza a jovem “loira e com bonitos olhos” e proporciona o confronto que foi o clímax desse episódio.

Depois de ameaçar Karen de todas as formas, Wesley resolve se abrir para ela. Ele mostra que sua lealdade e admiração por Fisk são verdadeiros, demonstrando realmente acredita que seu chefe está tentando transformar o mundo em um lugar melhor. A sequencia toda foi muito surpreendente, pois Wesley abriu a guarda e tenho certeza que não passava pela cabeça dele o que viria a seguir. Depois dele convidá-la para usar seus talentos dentro da organização de Fisk e como um sinal de que ele estava sendo sincero em sua proposta ele deixa a arma ao alcance da jovem, ela não pestaneja em meter bala no braço direito do Rei do Crime, matando-o. Diferentemente de Matt, que está sempre questionando a moralidade, Karen não pestanejou, provando que ela não teme fazer o que for necessário para proteger as pessoas que ela ama, mostrando ser também uma heroína dentro do contexto da série.

Karen e Wesley

Mesmo com alguns acontecimentos interessantes (o embate entre Karen e Wesley), The Path of the Righteous foi o episódio que eu encaixaria como o mais tedioso de Demolidor até aqui. Tudo pareceu muito arrastado, mas eu entendo que as consequências dele nortearão os dois últimos capítulos dessa obra prima da Netflix. A morte do braço de seu braço direito e o atentado à Vanessa – que claramente foi armado por seus parceiros – provavelmente trarão a tona um Wilson Fisk descontrolado e com muita vontade de arrancar mais cabeças. Mal posso esperar para ver ele sair varado para fazer justiça com as próprias mãos.

Observações:

– Foi muito bom ter Claire de volta, mesmo que por pouco tempo e para se despedir. Mas como já sabemos, ela aparecera em mais séries da parceria entre a Marvel e o Netflix.

– Owsley para mim é o personagem mais detestável da série.

– Eu gostava de Wesley e não gostei muito dele morrer. Mas acho que isso, aliado com o atentado à Vanessa, será o gatilho para vermos Wilson Fisk com sangue nos olhos. R.I.P. Wesley

– Achei meio inocente da parte de Urich e Karen não cogitarem que a visita deles à mãe de Fisk não causaria consequências.

– O que faz Demolidor ser uma série diferente, é que acabamos nos apegando tanto aos “mocinhos” quanto aos “vilões”. Coloco entre aspas pois em alguns momentos a série nos faz questionar essas definições.

– Foi adorável a cena em que Karen leva um balão para Matt e ressalta se tratar de um macaco. É engraçado como mesmo com tudo com que ela vêm passado, a jovem se utiliza de uma coisa simples para tentar confortar o amigo.

– Mesmo que não haja sinal de Melvin Potter assumirá seu alter ego dos quadrinhos, por ser uma série da Marvel, as cenas com o alfaiate são cheias de referência ao Gladiador, como o símbolo do uniforme ou quando o Demolidor lança uma lamina de serra na breve luta entre eles. Esse item é uma das armas que o Gladiador usa nos quadrinhos.

– Nos quadrinhos, Betsy Beatty ajuda Melvin Potter a largar a vida como criminoso e depois eles acabam se casando. Na série deve ficar apenas a sugestão de que a moça é alguém realmente importante que está em perigo nas mãos de Fisk.

– Mais uma vez o passado de Karen é trazido a baila. “Do you really think this is the first time I’ve shot someone”. Me pergunto se vamos ficar apenas com esses pequenos sinais de que a jovem tem uma história pesada ou se saberemos até o final dessa primeira temporada.


Lívia Zamith

Nascida em Recife, infância no interior de SP e criada no Rio. Vivo e respiro Séries, Filmes, Músicas, Livros... Meu gosto é eclético, indo do mais banal ao mais complexo, o que importa é ter conhecimento de causa.

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita: São muitas!

Não assiste de jeito nenhum: Friends (não gosto de sitcoms)

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