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Desperate Housewives – 8×17 Women and Death

Por: em 19 de março de 2012

Desperate Housewives – 8×17 Women and Death

Por: em

Eu já devia ter desconfiado pelo título do episódio que ele não seria exatamente como eu tinha imaginado. Se aquela pequena retrospectiva foi o suficiente para deixar qualquer um sentido pela morte do Mike, o 8×17 foi feito para arrancar algumas boas lágrimas e para descobrirmos mais alguns momentos do encanador com a vizinhança.

Isso já era o esperado, pois não é a primeira vez que um personagem morre e temos um tributo a ele no episódio seguinte. O que eu não esperava é que o tributo também seria sobre as nossas queridas donas de casa, quase que uma prévia do que nos aguarda na series finale. E foi um episódio extremamente lindo e tocante, como uma homenagem deve ser.

O melhor de tudo: não teve nenhuma retrospectiva feita só para enrolar, todas tiveram um propósito na história. Todas as “intervenções” do Mike na vida das vizinhas foram feitas de uma maneira natural, como se realmente fossem momentos pequenos que a gente só lembra quando pensa a fundo sobre o assunto. Pela ordem:

Carlos e Gaby continuam discutindo sobre o futuro que ele quer e o que ela quer. Relembrando da escolha do vestido de casamento, a Gaby viu o quão egoísta ela sempre foi (afinal, escolher os brincos de diamantes nada mais foi do que um capricho, um teste para ver se o Carlos realmente sentia tudo o que disse para a mãe) e o quanto o marido sempre a amou e a defendeu – não que ela esteja duvidando disso.

Depois de tantos anos sendo mimada, era hora de ela fazer algo por ele, além de segurar as pontas da família enquanto ele estava na rehab. Quem sabe, ela também aprenda que ela é mais forte do que pensa e vai conseguir sobreviver com menos dinheiro e compras fúteis no dia-a-dia. Foi nesta trama que a presença do Mike foi a mais marcante – depois da Susan, obviamente –, pelo fato do encanador ter ajudado em um momento difícil da vida do Carlos e por eles serem melhores amigos.

Também senti falta da interação que os homens de Wisteria Lane tinham em alguns episódios, por menor que ela fosse. Sempre gostei desses momentos de interação entre os personagens fora de seus núcleos.

Mudando de casa, se eu já tinha desistido de ver Tom e Lynette juntos, voltei a ter alguma esperança. A lembrança deles foi do começo do namoro e do casamento e o Mike aconselhando a amiga a não desistir desses anos juntos. Eu teria pensado que a Lynette já tinha lutado o suficiente quando ela pagou o micão de achar que o Tom a queria de volta por causa das flores no aniversário de casamento deles, se não fosse a pequena conversa com a Mrs. McCluskey e o diálogo final da Mary Alice.

Apesar disso, estou tentando manter as minhas expectativas bem baixas. O Tom não parece muito a fim de voltar (mas que ele tem muito mais química com a ex-mulher do que com a nova namorada, ele tem) e a Jane vai brigar por ele. Aquela mãozinha no ombro do Tom depois de ele consolar a Lynette abraçando-a não me deixou dúvidas de que ela estava ali marcando território.

A Bree teve a retrospectiva mais interessante, tanto no meu gosto pessoal como para a trama, embora não tenha tido nada a ver com o Mike. Achei meio absurda a forma como a mãe dela despejou parte da frustração e raiva que estava sentindo no momento em cima da filha tão pequena e como esse pequeno ensinamento está sendo útil na investigação do Alejandro. Se o policial tivesse mostrado a foto do falecido para qualquer outra das donas de casa, com certeza todo o segredo da rua teria ido por água abaixo.

Só eu fiquei meio desesperada (sem trocadilhos intencionais) quando a Bree estava tomando a bebida na polícia? Acho que já vi séries policiais demais para saber que é dessa forma que eles vão pegar as suas impressões digitais e conseguir o que estão querendo.

E que raiva eu fiquei do policial que disse que a Bree não era uma boa pessoa. Oras, ele conseguia enxergar o verdadeiro Chuck? A forma como ele agia nunca me pareceu a melhor ou mais sensata.

A Susan acabou ficando por último e a lembrança dela foi a mais compreensiva possível: o casamento e conversas relacionadas com o fato atual. Para alguém que foge desse assunto sombrio, é muito difícil pensar na possibilidade de fazer um testamento porque um dia um dos dois irá morrer ou mesmo conversar com o MJ a respeito. Aliás, que bom que o menino apareceu além do velório e enterro; de vez em quando é como se ele nem existisse na história.

O discurso dela foi uma das coisas mais bonitas que eu vi nessa série, seguido pela Renee cantando Amazing Grace e a cena do enterro. A Teri Hatcher esteve ótima no episódio todo, queria que a Susan tivesse tido tramas melhores do que as bobinhas das temporadas recentes.

Achei uma despedida muito digna do Mike e, mesmo com ele não aparecendo mais, as ações dele ainda devem influenciar duas pessoas: Renee e Ben, sendo este último um “responsável” indireto pela morte.


Bianca

Feminista interseccional, rata de biblioteca, ativista, ama filmes, séries, cultura pop e BTS. Twitter sempre vai ser a melhor rede social.

São Paulo - SP

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: Lost

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