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Fringe – 5×01 Transilience Thought Unifier Model-11

Por: em 30 de setembro de 2012

Fringe – 5×01 Transilience Thought Unifier Model-11

Por: em

They are here!

Fringe está de volta e fazendo aquilo que sabe de melhor: Explodir cabeças!

Parando um pouco pra refletir sobre essa temporada, o que eu percebi é que esses 13 episódios serão mesmo um “bônus”. O nosso final (feliz e digno, diga-se de passagem) já foi dado no fim da temporada passada, com Peter e Olivia juntos e felizes, após impedirem a criação do novo mundo de William Bell. O que está sendo nos mostrado é o depois do ‘felizes para sempre’. E felicidade é tudo o que não está presente nesse novo cenário. Me surpreendi que já fomos jogados de cara em uma continuação do 4×19, mas achei até melhor. Não há tempo para respirar, serão poucos episódios, so let’s go.

Toda essa falta de esperança foi muito bem representada pelo Walter. Na verdade, eu não imagino outro personagem que passasse todo esse mix de sentimentos tão bem. Não apenas pela incrível capacidade de atuação do John Noble, mas porque a própria história pessoal do Walter contribui pra que ele seja esse cara tão perturbado, corajoso e, na mesma proporção, amedrontado. Ele foi o nome desse primeiro episódio. Seja nas sensacionais cenas de tortura ou na carregada sequência final após se dar conta de que o plano se perdeu, o personagem transmitiu tanta dor que eu me pergunto como um ator desse porte pode ser ignorado pelas premiações afora.

O lance da música foi uma sacada interessante e fez com que eu me questionasse se, no fim das contas, a arte não terá alguma influência crucial. Não acredito que outro plano será formulado; o que eu acho ser mais viável de se realizar em 13 (agora 12) episódios é  uma tentativa de se recuperar os “pedaços de memória” retirados do cérebro do Walter e organizar novamente o tal plano para derrotar os Observadores.

Acho que o que eu mais gostei na construção desse episódio foi o clima de fim do mundo. Não deve ser fácil acordar 20 anos depois e descobrir que tudo o que você conhecia não existe mais e eu consegui ver isso claramente em cada um deles. Peter, Olivia, Walter, Astrid… Todos estavam tentando lidar com a nova situação da melhor maneira possível. É até irônico. Eles impediram que o Belly implantasse suas ideias distorcidas de um mundo melhor, mas acabaram derrotados pelos Observadores. Eu curti como cada detalhe foi pensando. O lançamento de monóxido de carbono, a resistência, os “ciganos do âmbar”, o superfaturamento de pequenas coisas como noz… De certa forma, tudo contribuiu pra que aquele novo espaço transmitisse uma maior verossimilhança.

Me surpreendi com o mistério da Olivia ter sido resolvido em 20 minutos de temporada. Achava que isso duraria até 2 ou 3 episódios, mas foi bom ver que os produtores não querem mesmo perder tempo. A Olive ter sido encontrada também presa no âmbar, por sua vez, traz outro mistério: O que significa a bala que a Etta traz ao pescoço? Muitos achavam que era o projétil responsável pela morte da mãe da garota… Agora, eu não faço ideia do que ela pode significar.

O clima de ação foi bem colocado e, principalmente, bem mesclado com a melancolia que o roteiro pedia. O resgate ao Walter rendeu ótimos momentos e eu espero que a Etta seja esperta o suficiente pra se tocar que o disfarce dela já caiu por terra e que está na hora dela tentar se esconder também. Não sei se por culpa do Letters of Transit, mas a personagem já estava totalmente a vontade na série e a interação com os personagens ‘originais’ não deveu em nada.

insert inicial mostrando a chegada dos Observadores e o desaparecimento da Etta foi uma ótima sacada e meio que serviu pra justificar o sentimento de culpa que tava estampado na cara do Peter o episódio inteiro. A cena mais triste pra mim é quando ele chora diante da Olivia confessando que se sente culpado pela Etta ter lutado sozinha todo esse tempo. A conversa dos dois sobre como não conseguiram salvar o mundo, de certa forma, resumiu todo o clima dessa premiere.

Uma coisa que me deixou curioso foi saber exatamente o que aconteceu antes da ativação do âmbar, especialmente o motivo pra tanta amargura do Walter pra cima do filho. Ficou algo subentendido na conversa do Peter com a Olivia; aparentemente, o desaparecimento da Etta afetou ele mais do que aos outros e, ao menos para o Walter, a sensação que ele passou foi de abandono. Espero ver em flashbacks toda essa situação, porque pela forma seca com o que o Walter falou nela e o sentimento de culpa nos olhos do Peter ao se lembrar, não deve ter sido algo simples.

Pra um começo de temporada, Transilience Thought Unifier Model-11 cumpriu seu papel até melhor do que devia. Para o ritmo em que ele se desenrolou, se passaria facilmente por um episódio do meio, mais próximo do fim.

Não sei nenhum spoiler, não faço ideia do rumo que as coisas vão tomar, mas tenho medo. O fato do final feliz ter sido na temporada passada me faz temer o que os produtores reservam pra esse ano.  Não pela qualidade, porque Fringe não me decepcionou até aqui e eu tenho muitos motivos pra acreditar que essa temporada final tem tudo pra ser a melhor da série. Meu medo é pelos personagens e pelo modo como a jornada deles irá acabar. Não sei se eu aguentaria ver qualquer um deles partindo.

Você confere abaixo a promo de In Absentia, o próximo episódio:


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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