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Glee – 2×08 e 2×09 Furt e Special Education

Por: em 6 de dezembro de 2010

Glee – 2×08 e 2×09 Furt e Special Education

Por: em

Dois episódios lindos em Glee. Furt foi o fim da “trilogia bullying” – forma como Chris Colfer se referiu a esses episódios (Never Been Kissed, The Substitute, Furt) no twitter dele. Esse tema, tão polêmico, foi abordado de uma forma séria e com o respeito que merece. Special Education trouxe as sectionals fugindo da formula consagrada na primeira temporada: menos Rachel e Finn, mais Quinn, Sam e (finalmente!) Santana.

Furt me emocionou. Chorei durante a cena do casamento de Carol e Burt, mesmo não pertencendo ao time das pessoas que choram em casamentos. Adorei a entrada com Marry You, a versão Glee da música de Bruno Mars foi linda. Acho dificil um casal mais velho aceitar entrar em seu casamento com esse estilo de música – não que eles precisassem seguir a risca a tradição – mas essa música me pareceu adolescente demais para o casamento de dois quase-cinquentões. Quanto a dança dos noivos, embalados por Sway, interpretado por Mr. Schuester, foi um tanto estranha. A forma travada de dançar dos noivos já era esperada, mas Mr. Schuster “liberando seus instintos” enquanto cantava a música, foi uma cena a parte.

Era necessário um fechamento digno para toda essa trama envolvendo a falta de laços fraternos entre Finn e Kurt, mas eu achei por um momento que as declarações de amor de Finn, Carol e Burt, todas direcionadas a Kurt – em pleno casamento – um tanto exageradas. Ele mereceu, organizou um casamento lindo da noite para o dia, e passou por situações terríveis com Karofski sem que Finn fizesse nada por ele, mas pareceu que era uma festa em louvor a personalidade de Kurt, e não o casamento do pai dele.

Just the way you are mostrou meninos dançando com meninos, e meninas com meninas, e essa parte foi extremamente meiga. O crescimento musical de Cory é evidente, escutando músicas da primeira temporada e comparando: é incrível o quanto ele melhorou. E apesar dessa historinha de Furt, eu ainda quero ver para crer nessa mudança de comportamento de Finn, com relação a Kurt.

Carol Burnett, na personagem Doris – mãe de Sue, caçadora de nazistas – mostrou motivos para a personalidade que Sue tem hoje. Abandonada pela mãe, com uma irmã com sindrome de down para tomar conta, Sue foi muito castigada pela vida, e a forma como ela lidou com isso foi criando essa imagem de durona. A história do casamento consigo mesma só vem confirmar a idéia do quanto ela se tornou árida e não consegue mais se relacionar com ninguém – se é que um dia ela conseguiu de fato. A interpretação de Ohio com Sue e Doris foi comovente. Adoro ver Sue cantando, queria que fosse mais frequente.

Esse episódio trouxe uma Sue um pouco mais humana e disposta a ajudar Kurt com o assédio que vinha sofrendo. Uma pena que mesmo com a disposição de Sue, e de todos do GleeClub em protegê-lo, Kurt preferiu ir para Dalton Academy. Eu esperava uma lição mais sábia no fim desses três episódios sobre violência. Pensei que Kurt fosse, de alguma forma, fazer Karofski aprender a respeitar a individualidade dele. Mas, como Glee já foi muito mais longe do que qualquer série adolescente foi até agora sobre o assunto, não me sinto no direito de reclamar. Eles abordaram um assunto muito forte e souberam fazer com bastante sabedoria, e no momento certo.

Eu já amava a Emma antes desse episódio, mas depois dele ela ganhou cadeira cativa no meu coração. Emma foi a voz de uma legião de fãs que imploravam há tempos por mais performances dos outros personagens, fora Rachel, Finn, Mercedes e Kurt – que sempre tinham seus solos garantidos. Por ter dado essa dica para Mr. Schuester, ela até fica perdoada por ter se casado em Vegas; mas as grandes dúvidas são: Vai até quando esse casamento? Será que a Emma mudou tanto assim, a ponto de deixar Carl mudar completamente seu estilo de vida?

Justamente por perder seu solo, Rachel incentiva Kurt a cantar Don’t Cry For Me Argentina para sua seleção de solo na Dalton Academy, e eles fazem um dueto deslumbrante. Rachel sempre manifestava sua vontade de interpretar o musical Evita, e dessa vez ela mostrou que merecia ter sido ouvida antes. Essa performance mexeu muito comigo, não só por amar Evita, mas por ter achado que ela ficou incrível nas vozes dos dois.

A separação de Finn e Rachel trouxe o clássico conflito necessário em vésperas de apresentação. Até achei que esse demorou para vir. Os ciúmes de Tina, tentando convencer Artie da sua paranóia envolvendo Mike e Brittany veio a colaborar com o caos que antecipa a performance do grupo. Como esperado, tudo acabou bem, e até deu-se um jeitinho de Kurt e os Rouxinóis também participarem de mais uma fase da competição. Depois de tanto conflito, a sensação boa que restou foi por conta de Brittany, e sua culpa por ter perdido o pente da sorte que Artie deu de presente a ela: a cena mais meiga do episódio. Nunca imaginei que eles fossem ter essa quimica linda.

Foram boas as apresentações de The Living Years por The Hipsters (os velhinhos) e Hey, Soul Sister por Dalton Warblers Academy (com Kurt dando piscadinhas e sorrisos para os ex-colegas de New Directions), mas muito contidas. Não sei se a falta de liberdade no palco vai ser o motivo para Kurt voltar para o New Directions, talvez não seja o bastante, mas a forma como ele pareceu estar preso executando aqueles poucos passos dos Rouxinóis e o seu desconforto estavam evidentes.

Senti falta de coreografia durante (I’ve had) the Time of My Life. Acabei não dando atenção a Sam e Quinn na primeira vez que assisti, justamente por ficar procurando por Mike e Brittany, que deveriam estar dançando a tal coreografia que gerou tantos conflitos entre os casais do New Directions. Infelizmente não houve coreografia condizente nessa performance, o que eu acho um tremendo desperdício. Copiando ou não a coreografia do filme consagrado (Dirty Dancing), aos meus olhos, eles podiam ter aproveitado muito mais essa música, visualmente falando. Pode ser implicância minha por ter assistido ao filme 500 vezes e por conhecer a coreografia do início ao fim. Abstraindo essa falta de coreografia, só escutando a versão, sem assistir, achei a versão ótima.

Essa idéia brilhante do Mr. Schuester de dar mais atenção a dança, já que os outros GleeClubs não dançavam nada, deixou a performance de Valerie perfeita. Finalmente Santana ganhou um solo importante para o New Directions, mais do que merecido, e lindo. Arrisco dizer que essa música combina mais com a voz dela do que com a voz da Amy Winehouse. E a coreografia de Mike e Brittany, com figuras de Lindy Hop? Inesquecível. Não consigo pensar em outra coreografia tão cheia de figuras de tão alto nível e estupidamente bem executadas em Glee. Com dois bailarinos como esses no time, em algum momento eles iam ser bem utilizados. Agora é esperar que os roteiristas não esqueçam disso!

Dog Days Are Over fechou o episódio com muita animação. Eu até diria que depois de tantas performances lindas essa música ficou “sobrando” no contexto, mas foi tão natural e bonita, que acabou sendo o fechamento perfeito. Tina e Mercedes arrasaram.

ps – Confiram aqui a performance do elenco de Glee em The X-Factor.


Bruna Antunes

Porto Alegre - RS

Série Favorita: Battlestar Galactica

Não assiste de jeito nenhum: Sex and the City

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