Uma temporada com altos e baixos, tendo os ótimos episódios Prom Queen e Blame it on the Alcohol, se encerra com uma season finale bem mediocre. Com músicas medianas, performances fracas, e com o desenvolvimento de tramas que não satisfez ao público. Esse episódio se encaixaria entre os últimos da temporada, mas não o último. Sustento a minha opinião de que Prom Queen deveria ter sido o final, e seria o final perfeito. Toda emoção que faltou em New York, sobrou em Prom Queen.
O que sabe-se é que o atual elenco de Glee vai permanecer por mais uma temporada, e esse parece ter sido o maior motivo para que o New Directions não tenha ganho Nationals em New York. Eu acho que o ponto – a vitória em si – não era esse, e talvez nunca seja. Glee sempre foi sobre a falta de inclusão dos seus personagens dentro dos estereótipos de aceitação no High School, sobre a sensação de não pertencer, não se encaixar, não se sentir parte daquela realidade. E porque eles ganhariam? Porque voltariam pra escola com o troféu de vencedores nacionais no concurso de corais do país se eles são tão peixe fora d’agua em sua própria escola? Dentro desse contexto, o 12o lugar foi uma ótima posição.
Esse episódio foi muito bem pensado em fotografia, todas as cores e a beleza de New York foram muito bem retratadas por Glee. Visualmente, Glee normalmente capricha em algumas cenas específicas de cada episódio, mas esse, em especial, foi todo lindo (e como foi difícil escolher as imagens para essa review!). As palavras de Brittany foram precisas, resumindo tudo: esse ano, Glee se propôs a tratar de aceitação, e fez isso com muito sucesso.
Achei muito meigo eles cantando New York, New York logo na primeira cena, na Time Square. Mr. Schue se esforça na chatisse e deixa todos trancados em um quarto de hotel trabalhando nas músicas. Nessa parte, eu achei que tanto os integrantes do GleeClub poderiam seguir Will e descobrir por conta própria sobre a história dele indo trabalhar com April, quanto Will encontraria seus alunos correndo e cantando por New York. Mas nada disso aconteceu.
A primeira música do episódio é da Brittany, junto com Puck e Artie: My cup . A cada música desnecessária no episódio eu pensava: uma a menos na apresentação dos corais. E essa foi só pra gastar tempo. Não que eu não goste de ver ela cantando e dançando, adoro, mas não era o caso neste episódio. A próxima música, depois deles se libertarem do quarto de hotel foi um MasUp: I Love New York / New York New York, super animada e que mostrou o quanto eles realmente estavam felizes por estarem lá.
A guerra de travesseiros no quarto das meninas foi linda, mas a cena dos meninos incentivando Finn a ir atrás de Rachel, aproveitando os cenários românticos que New York tem, foi muito melhor! E alguém me explica aquele celular da Rachel! Ela colou aquelas coisas brilhantes nele ou aquele modelo de celular escandalo existe mesmo?
As cenas mais lindas do episódio – em colorido, em localização, em figurino – foram as cenas de Rachel e Finn, tanto no Central Park quanto no Sardi’s (achei incrivel a Patti Lupone realmente aparecer, mas achei uma pena a cena ter sido com Rachel e Finn e não com Kurt, o grande fã dela), quanto na caminhada deles pelas ruas de New York enquanto os meninos cantavam Bella Notte: a mesma música de A dama e o vagabundo, lembram?
Uma cena que me surpreendeu foi aquela em que Quinn, Santana e Brittany conversavam no quarto do hotel. Finalmente Quinn fala abertamente sobre o seu recalque: as meninas estranhas, que não fazem parte do estereótipo de beleza que ela tanto persegue, são justamente as que tem alguém gostando delas e namorando com elas. Não me surpreende que essa seja a (falta de) profundidade dessa personagem, que só regrediu depois da temática da gravidez na temporada passada. A impressão que dá é que não foi a mesma personagem que passou por tudo que ela passou. Sobre o corte de cabelo, concordo totalmente com a Santana e a Brittany, nesses momentos dor de cotovelo, cortar o cabelo (mudar algo na aparência, em geral), sempre ajuda. Sobre o corte de cabelo em si: não gostei, achei sem sal. Vi comentários em tantos sites e no twitter que eu esperava algo mais radical, e ela tem o rosto tão perfeito que não devia ter medo de arriscar de verdade.
Toda essa trama de vai-não-vai de vez pra Broadway envolvendo Will foi desnecessária e me soou enrolação. Acho que não faria mal ao personagem realmente ir trabalhar com April durante as férias da escola, e depois voltar pra terceira temporada, mas nem pra isso serviu esse plot. Só serviu pra Wil ir até o teatro, cantar Still Got Tonight no palco, e pronto. Porque o diálogo que ele tem com os alunos depois, se convencendo de que o lugar dele é na escola com eles, não convenceu (nem comoveu) ninguém. Fora o abraço coletivo, não consegui achar nada emocionante nessa parte. Sobre a performance, Matthew Morrison é um ótimo intérprete e nessa temporada o talento dele foi bem menos aproveitado do que na primeira.
A cena mais óbvia do episódio: Breakfast at Tiffany’s com Kurt e Rachel comendo bagels e falando sobre seu futuro em New York. Se eles fossem até New York e não tivessem esse momento café da manhã, algo certamente estaria faltando nessa viagem. Kurt, Blaine e Rachel fazendo College em New York, me soou como possibilidade de spin-off no futuro. Kurt e Rachel cantaram a música For Good, do musical Wicked, e foi lindo. Normalmente eu gosto dos duetos deles, mas na minha opinião, esse foi o segundo melhor, só perde pra Don’t Cry For Me Argentina, no episódio Special Education.
E finalmente, sobre as performances mostradas do Campeonato Nacional de Corais: não consegui achar no youtube a performance das garotas de vestido branco, mas sobre elas só tenho a dizer que a música e a coreografia combinavam, mas o figurino não. Péssima escolha de figurino!
Vocal Adrenaline impecável, como era de se esperar – e no fim ganhou o segundo lugar. Além da coreografia dos casais ser linda, a voz incrível da Sunshine cantando As Long As You’re There fez a performance ser perfeita. Finalmente a Rachel tomou uma atitude tentando consertar as coisas horríveis que ela fez com a Sunshine durante a temporada, pena ter sido uma atitude bem tardia. Espero que Sunshine volte ao McKinley High na próxima temporada.
Rachel e Fin interpretam Pretending. Na minha opinião a melhor música original de Glee até agora, sem comparação. Eles repetem várias vezes que o beijo no final “custou” a vitória deles, mas eu não consigo concordar com isso, porque eles iriam perder de qualquer forma – esse elenco tem mais uma temporada e não seria assim, no meio do caminho, que eles conseguiriam, mas ok, foi a forma que eles encontraram de dificultar mais o caminho do New Directions para Nationals em 2012. Voltando a trama, achei um absurdo Rachel ser assim tão fácil com Finn. Depois de tanto correr atrás dele e rastejar, ela volta pra ele assim, fácil. Esperava que a nova história com Jesse se prolongasse mais, e principalmente, que Rachel soubesse ensinar a Finn o lugar dele: sozinho. Ao menos, ela deixou bem claro que ele não vai ficar no caminho entre ela e os sonhos dela.
Na sequência, todos cantam Light Up The World, dançante, animada, com uma coreografia legalzinha, mas sem querer ser chata, Valerie ainda ganha de longe, sem comparação. Sobre o comentário geral de que eles vão obrigatoriamente ganhar ano que vem, não sei se concordo. Acho que se fosse mais aleatória essa escolha de vencedores, acompanhar a série seria mais emocionante, mas veremos, não dá pra colocar tanta expectativa em algo que só vai acontecer daqui um ano.
A sequência do final com os três casais foi linda e eu espero que todos estejam juntos na próxima temporada: Blaine e Kurt, trocando declarações de amor no café, Mercedes e Sam, que estão juntos as escondidas – coisa mais fofa do episódio, Brittany e Santana, que nessa cena final quase me enganaram – depois da conversa séria da Brittany sobre os amigos do GleeClub serem família pra ela, eu acreditei que rolaria o primeiro beijo delas, mas não, ainda não.
Eu fico por aqui, foi ótimo assistir e escrever sobre essa temporada com vocês!
