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Private Practice – 6×01 Aftershock

Por: em 27 de setembro de 2012

Private Practice – 6×01 Aftershock

Por: em

Depois da possibilidade da Addison ficar com o Sam nesta temporada (e provavelmente para sempre), eu já estava me preparando para odiar este episódio, que mostraria se a ruiva ficaria com o personagem mais perdido da série ou se ficaria com o Jake. Não preciso nem dizer que fiquei feliz com o resultado e achei bom Private Practice não ter voltado exatamente onde parou, porque ia ser bem chato ver os três médicos num clima ruim por conta da decisão da Addie.

Achei bacana terem contado a história de cada personagem (ou dupla, no caso de Charlotte e Cooper e Sheldon e Amelia), mostrando o que aconteceu naquele dia e fazendo um pequeno resumo do que aconteceu desde a season finale da quinta temporada. Indo pela ordem do episódio, foi interessante o caso da Violet cruzar com a vida da Amelia na rehab. Mas a conclusão acabou sendo prejudicada pelo ritmo mais corrido do final do episódio e não terem mostrado a conversa da Amelia com a Debra acabou prejudicando a cena da paciente apresentando o filho recém-nascido para o avô.

Já sabíamos que o Pete não voltaria para esta temporada, mas faltava saber como ele sairia. Sinceramente, não pensei que a Shonda Rhimes seria capaz de matar o personagem (ingenuidade minha, porque depois do que ela fez na season finale passada de Grey’s Anatomy, eu não poderia esperar nada diferente, ainda mais se lembrarmos que o Pete nunca foi um dos personagens preferidos da galera), eu achava que ele realmente fugiria e poderia voltar daqui muito tempo para algum arco curto. De qualquer forma, de novo a Violet passaria por um trauma. Eu não queria estar na pele dela. Não sei se eu conseguiria aguentar tudo o que ela passou nos últimos tempos e só me resta torcer para que o Lucas não sofra muito com a morte do pai e com uma mãe provavelmente meio fora de si.

Sem o triângulo amoroso para ocupar a vida, a Addison acabou servindo como coadjuvante das tramas alheias, não desenvolveu nenhuma independente e, nas palavras da própria, está agindo como uma menina de 14 anos quando vê o namorado. O Jake teve apenas um caso médico para mostrar que as mulheres se derretem por ele porque ele é capaz de fazer bebês nascerem e tem um rosto bem bonito. No final, serviu apenas para a Addie mostrar um pouco de ciúme.

Como a enfermeira que estava ajudando a Debra estava muito falante, imaginei que ela seria mais do que uma ajudante na hora do parto, mas pensei que ela ficaria a fim do Jake, faria a Addie ficar com ciúme e o triângulo amoroso mudaria um dos integrantes. Não achei a personagem ruim, mas visto que ela é o par do Sam, também não sinto muita vontade de conhecê-la melhor.

Mas sendo justa, o Sam sozinho não tem culpa de eu não ter prestado quase nenhuma atenção ao que ele estava fazendo. Nada pode ser melhor do que a Charlotte, Mason e Cooper (que aprendi a aceitar, mesmo ainda considerando a Char muita areia para o caminhão dele), que além de terem uma história que promete muito, deram um toque de comédia para o drama. Eu ri muito do Cooper não conseguindo segurar a língua e contando para meio mundo que a Char estava grávida ao mesmo tempo que ficava com um pouco de dó da Char por ela não querer ter filhos, mas como não está disposta a abortar, vai ter que se acostumar com a nova situação.

A Char e a Addie ficaram com as melhores falas do episódio, quando as duas conversam sobre a gravidez, a Addie diz que a amiga tem opções (ter o filho, colocar para adoção ou abortar) e a Char diz que se ela estiver grávida terá o bebê porque ela pode sim ser a favor do aborto, mas não necessariamente querer fazer um. Ela fica numa situação complicada, porque o Mason virou filho dela, ela não tem mais 16 anos, não é solteira, então não tem nenhum motivo muito forte – não que precise de um – para sustentar a simples ideia de que ela nunca quis gerar uma criança. Essa é uma discussão muito importante neste momento atual nos Estados Unidos, pois eles elegem o novo presidente em novembro, os direitos das mulheres estão praticamente sendo usados como moeda entre os republicanos e democratas e, como no Brasil, o lado mais conservador está fazendo tudo o que pode para restringir ainda mais os poucos direitos que nós conquistamos.

Fora o lado partidário, considero muito importante que os roteiristas possam passar mensagens e estimular um debate. No dia 28 de setembro (mais conhecido como esta sexta-feira), é o Dia Latino-Americano de Luta pela Despenalização do Aborto e os movimentos feministas estão convocando uma blogagem coletiva sobre o tema (quem quiser saber mais a respeito, clique aqui). Acredito ter sido coincidência o episódio de Private Practice ter dado uma pincelada no assunto justo nesta semana, mostrando que o aborto não deve ser crime e as pessoas precisam ter o direito de escolher se querem ter filhos ou não. Como vimos, a Char usava um método anticoncepcional, mas ele falhou e aconteceu uma gravidez indesejada – a cena dela aliviada por ter “menstruado” e a postura relaxada da personagem na consulta posterior com a Addie, com toda certeza de que tinha sido só um ciclo irregular, mostram que ela não quer ter esses filhos. Já sabemos que ela vai levar a gravidez adiante, mas nem toda pessoa quer e muito menos deve ser obrigada a permanecer grávida como se fosse uma forma de punição por ter transado.

Dito isso, eu quase caí da cadeira quando a Char contou ao Cooper que espera três bebês. Vai ser divertido acompanhar a história dessa família com tantas crianças.

Sheldon e Amelia me deram esperanças de finalmente ver os dois juntos. Fiquei um pouco decepcionada ao ver que a Amelia só serviu para fazer a Debra se reconciliar com o pai e o Sheldon estava ali somente como amigo porque está de rolo com a ex-mulher. Shippo muito os dois, mesmo sabendo que o roteiro vai dar um jeito de colocar uma boa dose de drama no relacionamento deles, mais ainda do que tudo o que já passaram.

O Sheldon foi fazer um exame de próstata com o Sam? Tudo bem que é um exame de rotina em homens com mais de 40 anos, mas como nunca mostram isso em séries (a não ser em um contexto humorístico) e depois mostrou o Sheldon tomando whisky com uma cara bem preocupada, a primeira coisa que me passou pela cabeça foi “câncer”.

Por fim, o Sam em um novo relacionamento com a Stephanie. Espero que ele seja feliz e que ele tenha uma boa história daqui em diante.

P.S.: Além de ter gerado uma cena graciosa com o Mason se escondendo embaixo da mesa por causa da tremedeira, o terremoto que aconteceu na manhã do episódio foi apenas para simbolizar que a base que sustentava muitos dos personagens está ruindo, principalmente para Violet, Char, Cooper e Mason.


Bianca

Feminista interseccional, rata de biblioteca, ativista, ama filmes, séries, cultura pop e BTS. Twitter sempre vai ser a melhor rede social.

São Paulo - SP

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: Lost

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