O piloto de Ray Donovan, apesar de ótimo e muito promissor, apresentou um certo excesso de histórias, que fez com que não desenvolvessem todas elas com devida atenção. Neste segundo episódio, muito mais calmo que o anterior, temos o tal desenvolvimento esperado sobre algumas delas, o que é muito satisfatório.
Em vez de apresentar várias “polêmicas”, a série foca principalmente na continuidade da trama de Tommy e na relação de Mickey com a família Donovan. Os dois enredos foram interessantes, o que certamente é um ponto positivo pra a série, já que está apenas começando sua trajetória, e que promete ser bem interessante.
Depois de ser internado por vício em sexo, Tommy começa a ser ameaçado pelo travesti com quem teve relações sexuais, pois o mesmo tinha um vídeo explícito dos dois. Não esperava que esse caso fosse retornar e não poderia ter ficado mais satisfeito com isso, já que tudo foi bem explorado.
O travesti em questão chama-se Chloe, e foi uma aposta mais do que acertada. O personagem chega a ser simpático e convincente. Apesar de usar métodos duvidosos, como a chantagem, o que ele falava era realmente sincero. Seu desejo era nada mais que conseguir dinheiro para fazer uma cirurgia para mudar de sexo. Por isso, sua cena final pode até chegar a ser emocionante.
O gesto de Ray de dar a quantia necessária para a operação foi muito bacana. Ele estava sendo tão frio, mesmo que não precisasse de tamanha arrogância, já que Chloe não representava uma grande ameaça. Sua atitude no fim prova que, diferente de um “mercenário”, ele se importa sim com os outros. O modo com que Ray Donovan muda de gentil para insensível e vice e versa transforma sua personalidade é um tanto interessante.
Outro ponto mostrado em “A Mouth is a Mouth” é a relação de Mickey com a família Donovan. É impressionante o quanto ele é adorado pelos netos e sua nora, e isso é intrigante, devido ao ódio que seu filho carrega dele. Claro que Mickey deve ter feito várias coisas terríveis, mas será que ele fez algo em particular para desencadear essa relação? Algo totalmente imperdoável, que faz com que Ray fique com esta atitude perante seu pai?
Aliás, uma boa característica é que não enrolaram o telespectador em relação a aproximação da família com o avô, e isso foi logo explorado no segundo episódio. Fica a dúvida de como o protagonista irá reagir diante disso, pois Ray falou que mataria o pai caso ele chegasse perto de seus familiares…
Parece que a relação pai-filho será o principal tema abordado pela série, e isso é um saldo positivo, pois, pelo menos dos seriados que acompanho, nenhum explora isto tão explicitamente. Resta esperar para ver se Ray Donovan fugirá dos já conhecidos clichês.
Observações:
-Também foram mostradas no episódio as ameaças de Mickey para um ator famoso que, de certa forma, tem a ver com sua prisão. Deixei isso de lado pois, ao que tudo indica, será melhor desenvolvido futuramente. Aliás, Darryl não merecia ter apanhado tão abruptamente, pois aposto que tudo o que fez foi a mando de seu pai.
-Conor continua se comunicando com Tommy, mesmo que Ray tenha proibido. Será que isso tomará alguma direção?
E aí, o que achou do episódio? Diga nos comentários!
