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The Big Bang Theory – 6×15 e 6×16 The Tangible Affection Proof

Por: em 20 de fevereiro de 2013

The Big Bang Theory – 6×15 e 6×16 The Tangible Affection Proof

Por: em

Como fã da série Harry Potter, fiquei imensamente feliz em ver que o 6×15 abre com o Leonard lendo os livros, achando super legal, se divertindo… só para o amiguinho entregar uma das maiores surpresas. Eu até acho que algo de um livro lançado em 2005, com um filme lançado em 2009 não é tão spoiler assim em 2013, mas se você sabe que alguém está lendo, não entregue o ouro!

E a pesada de mão do roteiro com o Sheldon não parou no péssimo 6×12, quando o personagem disse que mulheres são “sanduíche de salada de ovos em um dia quente no Texas”. Tivemos mais um insulto às mulheres. Falando em linguagem cissexista, o Sheldon está certo em chamar o Leonard de “mulher histérica”, já que a palavra “histeria” tem origem em um termo médico grego que se refere a uma condição médica que só acontece com mulheres, por perturbações no útero (hystera em grego). Por ser uma palavra leviamente usada com sentido pejorativo à mulheres, que são reduzidas a histéricas quando estão bravas ou revoltadas com alguém/alguma coisa, como se isso significasse que são irracionais por conta de seus hormônios – em especial referindo-se à época da menstruação –, as feministas estão lutando para que essa palavra deixe de ser usada contra as mulheres.

Em outras palavras, se “histérico” fosse um xingamento geral e sem esse contexto, eu não teria a menor reclamação a fazer. Mas o Sheldon fez questão de falar que, por causa da soja, o Leonard está com o estrogênio – conhecido como o “hormônio feminino” – em altos níveis e “se tornando uma mulher histérica” e, por isso, não dá para passar batido. Mais uma grande pisada de bola dos roteiristas com o personagem, baseados na rasa ideia de que se a ciência diz, é porque é a única verdade, ignorando que todos os dias aparecem pesquisas e estudos desmentindo os anteriores.

Não nego que os roteiristas podiam nem saber da origem da palavra histeria. Só que ainda assim fizeram questão de comparar um homem a um estereótipo de mulher histérica como motivo de piada. Uma piada baseada em mulheres serem menos racionais e capazes do que os homens por conta de um hormônio. E, para piorar, o Sheldon ainda chama o Leonard de “little lady” quando este começa a reclamar (e com toda razão), que nada mais é do que uma forma de agir como se fosse superior e o outro não soubesse o que está falando. Não é engraçado, não é legal e é ofensivo.

O Sheldon imitando o Leonard criticando-o só piorou a situação para o lado dele, mostrando mais uma vez que não é nada fácil aguentar a falta de noção do personagem. Não me surpreenderia se o Leonard decidisse em episódios futuros mudar do apartamento para voltar em seguida porque essa é uma das bases do seriado: mostrar Sheldon e Leonard se aturando sob o mesmo teto. Aos poucos, a história está “humanizando” o Sheldon e ele está entendendo muito mais como os relacionamentos entre seres humanos funcionam, mas se ele volta ao que era na primeira temporada quando a situação lhe convém, deixa de ser um aprendizado e vira canalhice (do personagem e dos roteiros que não estão sabendo lidar com a mudança).

De resto, o episódio pareceu mais um filler para mostrar que, apesar dos avanços no namoro de ambos, ainda temos um longo caminho a percorrer. A Penny ficou em uma situação delicada: ela não se sente preparada para morar com o namorado, mas se em condições normais já seria constrangedor falar isso para a pessoa que você ama, depois de ele não ter onde morar fica ainda mais complicado.

O grande trunfo do 6×15 foi ter mostrado um pouco mais da mãe do Howard. Eu a imaginava bem maior, pela descrição e piadas que fizeram com a personagem nestes seis anos. Tadinho do Raj, que teve que aguentar a tal da “síndrome do ninho vazio” e praticamente foi sequestrado.

Geralmente os episódios especiais (dia dos namorados, dia das bruxas, Thanksgiving e Natal) costumam ser bons e claro que o 6×16 seguiu esse caminho. Apesar dos problemas com o episódio anterior, eu estava ansiosa para ver como seria o dia dos namorados de Amy e Sheldon.

Fiquei feliz da Alex aparecer de novo, mas que agonia me dá chefes pedindo para os subordinados fazerem mil trabalhos pessoais ao invés daquilo que foram contratados. Bem, ela encontrou alguns presentes bem legais, uma pena que o Sheldon não soube aproveitar e ainda ficou com o grande presente da Amy.

Mesmo assim, eles tiveram uma das melhores trocas de presente desta data de todas as séries. Lindo a Amy cancelar o jantar e o romance para fazer algo que o Sheldon ama: pedir pizza e assistir “Star War Trek”. Muito lindo o Sheldon ter colocado a Amy como contato de emergência, considerando a falta de noção social dele. Quase chorei!

Só nas cenas finais lembrei (junto da Amy) do pé no saco que pode ser ter que acompanhar o Sheldon ao hospital milhares de vezes na semana, coisa que o Leonard já reclamou de leve em alguns episódios.

A história do duplo encontro de Bernadette-Howard e Leonard-Penny foi divertida e também teve seus momentos de fofura, apesar dos momentos de estresse. O micro-presente #fail do Howard era uma graça e se ele tivesse conseguido entregá-lo para a Bernie, acho que muito da raiva dela com a roupa suja teria diminuído e ela não teria descontado no Xbox. Também foi fofo o Leonard querendo animar a Penny e querer pedi-la em casamento depois do ex dela ter feito isso com a ex-amiga.

Uma outra gracinha foi o Leonard falando que se a Penny quiser casar, agora ela é quem teria que pedir, quando estiver pronta. Foi um momento muito doce entre eles, pouco mostrado e que me fez torcer pelo casal – até a próxima briga sem sentido, claro.

Quem se saiu muito bem foi o Raj, que organizou uma festa bacana na loja de quadrinhos e ainda conseguiu um encontro. Uma pena que ele tinha feito um discurso bem bonito só para ser destruído quando ele consegue uma menina para passar a noite.


Bianca

Feminista interseccional, rata de biblioteca, ativista, ama filmes, séries, cultura pop e BTS. Twitter sempre vai ser a melhor rede social.

São Paulo - SP

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: Lost

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