Creio que ainda não inventaram um adjetivo à altura desta série, então me perdoem se eu for redundante ao longo do texto. The Good Wife não precisa de grandes acontecimentos pra fazer um bom episódio, acho que aí reside o grande mérito da série. Ela sabe fazer o comum, sem ser chato ou maçante. Além disso, com um roteiro inteligente como este não há como se decepcionar com um episódio. Aliás, é de me deixar boquiaberta o texto inteligente desta série. Os diálogos inteligentes, os casos inteligentes, enfim, este roteiro coloca qualquer outro no chinelo.
Marthas and Caitlin foi um episódio desses em que o casamento de Alicia e o potencial estrago que Peter pode sofrer, não foi o grande destaque. Retornou, para minha grande alegria, Colin Sweeney; sim, Dylan Baker na melhor das suas performances pra reviver um personagem icônico. Lembro que quando ele apareceu pela primeira vez (no episódio 1×13 cuja resenha você lê aqui) eu assisti o episódio duas vezes porque assim como Alicia fiquei me debatendo se ele era ou não inocente do homicídio de sua esposa.
Desta vez ele retorna pra testemunhar quando a testemunha principal comete suicídio e o caso de Lockhart e Celeste depende disso.
Só eu me arrepiei com as cenas entre Alicia e Sweeney? O interesse dele por ela é assustador. Ele genuinamente quer entender por que Alicia é tão “certinha”, tão ética. E ela, por incrível que pareça, consegue ler muito bem seus clientes (só não consegue ler as pessoas a sua volta, tipo Will e Peter, maaaas), tanto que só ela pra convencer Sweeney a depor e pra perceber o que ele estava fazendo no meio do depoimento.
E como essa série é fantástica, acrescente a este depoimento, Cary fazendo uma barganha (quando foi que ele aprendeu a ser tão – na falta de palavra melhor – maquiavélico?); e Peter tentando fazer um bom trabalho como procurador e ao mesmo tempo pensando na sua candidatura à governador. Resultado: perfeito.
Uma coisa tem me deixado inquieta: o Cary pensa cinco passos à frente de qualquer um. Quando você pensa que ele vai tomar uma atitude, surpreende completamente. E eu o amo, o personagem é incrível, essa transformação dele (ou será que ele sempre foi assim e não o conhecemos porque Alicia conseguiu o cargo na firma? Nunca vamos saber.) é necessária em se falando de roteiro, mas tem hora que é demais. Ele perdeu a noção completamente de justiça, inocência, tudo o que importa ultimamente é dificultar a vida de Lockhart and Garner e fazer a vez de cachorro bravo.
E Peter Florrick, minha gente? Incrível que a vida dele acontece sem que ele necessariamente interfira. É outro personagem que nunca sei se conheço ou não. Na verdade, acho que conheço. Ele é bom profissional, isso não dá pra negar, e é também um péssimo marido. Ele é aquele tipo de homem que não consegue ser os dois.
Mas a sua “mudança’ o qualifica para Alicia agora? Merece perdão e ter o seu casamento de volta? Acho que não.
Olha, eu AMO o Eli, mas são momentos como aquele almoço em que promete que Alicia estará ao lado de Peter, que eu tenho vontade de matá-lo. É muita arrogância dele dizer uma coisa dessas, sem sequer consultar Peter que é o real interessado nessa campanha.
Enquanto isso Alicia está lá tentando sobreviver e mal sabe que alguém está decidindo sua vida por ela.
Eu disse semana passada que a Alicia desperta em mim vários sentimentos, ora eu quero colocá-la no colo, ora eu acho graça, ora eu choro com ela, enfim. Desta vez eu queria dar uns bons tapas em Alicia.
Depois do que ela passou com Peter, não dá pra entender sua decepção com Will. Quer dizer, entender eu até entendo, mas não aceito que isso a magoe tanto, sabem? Ninguém é perfeito. Nada é preto no branco. Will não é o príncipe no cavalo branco que vai resgatá-la de Peter pra viverem felizes para sempre! A diferença entre Will e Peter é quase mínima, diria até que os dois são iguais, contudo, não creio que Will seja capaz de decepcionar Alicia tanto quanto Peter – isso se você separar os papéis de marido e profissional.
Peter decepcionou Alicia como marido. Depois de inocentado das acusações é certo dizer que como procurador ele podia até ter defeitos, mas nenhum deles ilícitos, enquanto que como marido – Peter era péssimo. Alicia não pode confiar em Peter como seu marido.
Ao passo que Will, pode não ser o cara mais honesto (há três temporadas que ouço o povo dizer que ele não é o santo que todo mundo pensa e até agora nada de sabermos mais a fundo o que isso quer dizer), mas como marido ou namorado talvez surpreenda. A questão é se isso satisfaz Alicia, ou se ela acha ser possível encontrar o príncipe do cavalo branco.
Sei que os fãs se dividem entre time Will e time Peter Florrick, mas eu sou do seguinte posicionamento: nem um, nem o outro. Alicia é muito mulher para o Will e Peter desperdiçou sua chance (que se dane isso de perdão!). Todavia, por ora, Will é o que Alicia precisa. Ele é o aperitivo de uma vida que ela não conheceu e ponto. A reação dela ao final do episódio olhando pra Celeste que a havia alertado sobre Will é sem razão de ser. Will não tem por que ser o que ela espera ou o jovem da faculdade que ela se apaixonou uma vez. A vida simplesmente aconteceu, ela mais do que ninguém devia saber disso.
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Outras considerações:
- Já amo a Celeste, disse isso por aqui? Eu diria até que a Lisa Edelstein parece aliviada de ter saído de House, sua personagem é completamente diferente de Cuddy, mas como se a atriz quisesse dizer que estava sufocada antes. Pode ser viagem minha, mas é o que parece o.O
- O que é aquela peruca da promotora cujo nome eu não sei?
- A conversa de Alicia e Will foi genial. E é por isso que digo que tudo nesta série é amarradinho. Uma entrevista simples pra estágio e Alicia descobre que David Lee e Will a colocaram na firma.
- Desculpem, não falei sobre Grace, mas é muita coisa pra falar e o texto já está enorme. Além disso, entendo que ela não tem amigos, mas ê criança mimada hein?
- Eu bem disse que o Eli vai descobrir sobre Kalinda e Peter, não disse? Quero muito que chegue este dia!
