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Scandal – 4×14 The Lawn Chair

Por: em 11 de março de 2015

Scandal – 4×14 The Lawn Chair

Por: em

O presidente Barack Obama disse, em entrevista à Radio Sirius XM, que as condutas racistas pelas quais a polícia de Fergusson, Missiouri, é acusada não são típicas, mas também não são incidentes isolados. Um dia antes, Shonda Rhimes mostrou a sua própria versão da morte de um jovem negro por um policial branco e discutiu, com a onipresença de Olivia Pope, um assunto que a roteirista está acostumada: a discriminação racial.

O pronunciamento do presidente e o episódio 14 de Scandal não são assuntos diretamente relacionados, mas estão conectados em sua essência. The Lawn Chair trouxe um assunto atual e importante para a sociedade americana. Por isso, é preciso destacar, a coragem de Rhimes por sair da rotina da série e permitir que sua protagonista pudesse conduzir esse tipo de embate.

O episódio abre com Olivia mentindo sobre sua noite para Jake. “I’m just tired, so I’m resting”, diz ela a caminho do seu novo “caso”. Brandon Parker, 17 anos, a descrição batia com o suspeito de um crime, policial foi interrogá-lo e ele puxou uma faca. Então, temos um homem negro morto pelas mãos de um policial branco, que segundo o comandante Conners, poderia ser o suficiente para colocar Washington em fogo. Por isso, Olivia foi chamada para lidar com a “ótica” da situação.

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Porém, o cenário se complica quando o pai do garoto, Clarence Parker (Courtney B. Vance), aparece com uma arma para fazer vigília do corpo de seu filho até que os policiais tivessem uma explicação para o que aconteceu com seu filho. Logo, Parker ganha uma cadeira de um ativista do bairro, Marcus Walker (Cornelius Smith Jr.), e apoio dos vizinhos que o incentivam gritando “Stand Up! Fight Back! No more black man under attack!”. 

Com a presença de Walker questionando o posicionamento de Olivia como uma mulher negra e falando algumas verdades, o episódio consegue ultrapassar o embate social e atinge a ideologia da protagonista da série. Em todas as quatro temporadas, Olivia resolveu problemas em que o dinheiro e poder eram as razões e consequências, mas nunca discutiu problemas sociais americanos e muito menos a discriminação racial. É até engraçado pontuar isso, porque desde a  estreia de Scandal um dos assuntos mais falados pelos espectadores e críticos de televisão é a importância de Shonda Rhimes e Olivia Pope pela igualdade racial no entretenimento. 

Olivia ficou evidentemente dividida entre manter a ordem e o poder e proteger Clarence e sua vontade de saber a verdade sobre a morte de seu filho. Mas, aos poucos, ela consegue alcançar esse equilíbrio e provar que tinha as melhores intensões ao defender os dois lados do caso.

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O mais importante era fazer a coisa certa, mesmo que as evidências estivessem contra Brandon. No fim, a verdade é encontrada. O policial que matou Brandon e plantou provas falsas na cena do crime foi descoberto e o caso foi encaminhado para o Departamento de Justiça.

Quando confrontado por Olivia sobre o crime, o policial cuspiu um discurso de ódio para incriminar a atitude dos negros, que ele chama de “those people”. Enquanto o policial grita e clama por “respeito”, Olivia ouve atentamente e não diz nada. O silêncio de Olivia diz mais do que todos os discursos exaltados que ela já deu na série, porque mostra que ela finalmente conseguiu compreender a complexidade das relações raciais do seu país e viu que ela não tem como lidar com esse problema sozinha.

Olivia ainda volta na cena do crime para finalmente libertar Clarence da posição de proteger o corpo de seu filho e levá-lo para conhecer o presidente Fitz.

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Essa foi a história perfeita para a volta de Olivia em DC. A personagem precisava de um momento introspectivo e não se concentrar no seu próprio mundo e problemas usuais foi a maneira certa de alcançar isso.

Além disso, a sensibilidade e o respeito que Scandal apresentou para esse problema foi brilhante. Claro, que poderíamos exigir mais veracidade no caso porque sabemos que na vida real esse problema não seria resolvido assim. Mas mesmo assim, o episódio consegue ser honesto com a situação e com a própria série.

Enquanto isso na Casa Branca…

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Bom, já estamos habituados com o desejo de Mellie ser a próxima presidente dos Estados Unidos. Por isso, Scandal já começou a ajeitar o cenário para a candidatura da primeira dama.

Fitz precisava de um novo vice presidente, mas alguns pré-requisitos eram necessários. Não querer roubar o seu lugar era importante, já que ele foi ameaçado por Sally e por Andrew. Outra exigência era não ser elegível, já que Mellie é a próxima candidata.

Depois de algumas falas teimosas de Cyrus e de um empurrãozinho de Fitz para mostrar seu comprometimento com a esposa, Mellie consegue encontrar a pessoa certa para o cargo: Susan Ross (Artemis Pebdani). Susan é uma personagem leve e rápida, que deve trazer um “respiro” político e um tom de humor que a série estava precisando.


E vocês? Acham que Susan é uma boa opção para vice presidente? Gostaram da volta de Olivia à DC? Deixe sua opinião nos comentários!

 


Nathani Mota

Jornalista, nerd e feminista. Melhor amiga da Mindy Kaling, mesmo que ela não saiba disso.

Salto / São Paulo

Série Favorita: Sherlock

Não assiste de jeito nenhum: Two and Half Men

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