Se eu afirmar que Harvey Dent continuou o mesmo bom desenvolvimento das duas últimas semanas vou mentir. O episódio teve sim coisas desnecessárias, mas graças ao bom pai conseguiu dar continuidade ao andamento do enredo proposto para essa temporada. Can I get an amen?
Já vou dizer logo que eu não gostei da maneira que o personagem título do episódio foi introduzido. Gotham tem o incômodo problema no processo de caracterização dos seus personagens. Toda vez que temos alguém novo inserido no contexto da série parece que ele precisa da legenda: “Essa é a pessoa que no futuro vai ser [coloque o nome do personagem do universo Batman aqui]”. Por conta da recente triologia cinemática do Christopher Nolan quase TODO MUNDO sabe quem é o Harvey Dent (na série interpretado por Nicholas D’Agosto – não só os fãs inveterados do Homem-Morcego) então precisava exagerar tanto para mostrar que o cara tem distúrbios de comportamento? Não!
Eu estava ansiosa para ver como o personagem ia aparecer na série e achava que somente a alusão da moeda com duas caras era o suficiente. Mas não, vão lá e colocam o personagem super efusivo, forçaram demais. No universo do herói, Dent é sim um promotor público honesto e aliado do Batman, logo se a série usar bem o início da carreira dele seria um trunfo enorme. Ter a oportunidade de ver como ele se engajou na luta contra todas as mazelas da cidade é uma coisa muito interessante e Gotham deve aproveitar isso. Quando eu assisti ao ataque de perereca que ele dá quando fala com Lovecraft, um milionário inserido no contexto da corrupção da cidade, eu juro que falei “pra que isso?”. Então não, o cara que deu título do episódio dessa semana definitivamente não foi o destaque do episódio e de longe a melhor coisa que a série entregou em sua nona semana.
De resto, achei que o episódio foi razoável. Diria bom, se comparado ao que a primeira temporada tem nos entregado, mas comparando com Penguin’s Umbrella e The Mask, teve uma queda sim, Bial. O Brasil ta vendo. Mas meu papel não é só falar do que não funcionou. Harvey Dent deu continuidade à execução do plot principal e só de poder afirmar isso, já ta ótimo. Rs.
O “caso da semana” inteligentemente foi resultado desses desenvolvimentos, ou seja, não foi inútil ou mais um vilãozinho descartável. Inclusive, como bem destacou o prefeito, a culpa de uma pessoa doente ter literalmente usada no Game of Thrones da cidade é a forma como pessoas com condições mentais são tratadas na cidade. Temos Ian Hargrove (Leslie Odom Jr.), um jovem que tem um gosto por explodir coisas. Como seu irmão disse quando interrogado, ele nunca quis machucar ninguém. O negócio dele era explodir prédios vazios e inutilizados da cidade e , no dia que duas pessoas acabaram morrendo em consequência disso – sendo o motivo dele ter sido preso – Hargrove nunca mais se perdoou. Mas suas habilidades acabaram reconhecidas e Fish Mooney. A aspirante ao lugar de Falcone maneja de sequestrá-lo para lançar mão das aptidões do jovem para atingir o dono de Gotham.
Gente, quando foi que o Nikolai morreu que eu não to lembrando de ter visto? Porque a Fish usa isso como incentivo para ter os capangas do russo à sua disposição. Quando vi isso, fiquei tentando recordar, mas não consegui. Isso foi abordado de alguma maneira na série ou simplesmente jogaram essa informação? Quem matou? Cadê corpo? Não sei se isso aconteceu em algum momento em que a série ficou boring e eu acabei mexendo no celular, sei lá. Enfim, são esses russos que interceptam o carro em que o menino das bombas estava sendo transportado pela polícia. Ele mesmo se desespera ao ver que estavam sequestrando ele. De certo ele iria tentar escapar, mas ficou realmente assustado com toda aquela situação.
Como sempre, Jim e Harvey chegam facilmente aos homens de Nikolai e onde provavelmente Hargrove estaria. Chegando, eles encontram o jovem trabalhando. Ele se entrega e diz que está sendo obrigado a fazer algo que não quer. Nessas horas os russos chegam, os policiais trocam tiros com eles, mas não conseguem impedir os homens de Nikolai, agora sob o comando de Fish, de levar o rapaz embora.
Legal mesmo foi como a Gordon e Bullock chegaram a solução de como encontrar: Edward Nygma. Gente, eu amo muito o personagem, mesmo achando que forçam muito a barra pra deixar claro que ele vai ser o Charada um dia, eu não consigo me incomodar muito no caso dele, pelo simples fato da afetação dele ser uma das melhores coisas do personagem. E como é maneiro ver que um dos vilões super conhecidos, assim como o Duas Caras, já trabalhou do lado do bem. E pela primeira vez na série, a sede de conhecimento do nosso nerd favorito foi reconhecida pelos policiais. Eles só conseguem chegar ao local onde iriam usando a conclusão de que os explosivos feitos por Hergrove conseguem perfurar ferro. Eles concluem que muito provavelmente os bandidos querem dinheiro, afinal é o que move Gotham. Com as informações de Nygma, eles deduzem que o alvo do ataque será o antigo armazém de armas da cidade, que hoje em dia é de Falcone.
Hergrove e os bandidos conseguem entrar e pegar todo dinheiro lá. Mas Gordon e Harvey conseguem interceptá-los. Mas Butch (Drew Powell) o braço direito de Mooney, explode o carro que transportaria toda a grana e todos da equipe Nikolai morrem. Ou seja, garantiu que nenhum deles abriria à boca aos policiais sobre o envolvimento de Fish naquilo tudo. Menção honrosa ao toque do celular atrelado à bomba no carro! Final Countdown, simplesmente demais. Com o caso “resolvido”, Bullock informa que o prefeito resolveu mandar todas pessoas com condições mentais saírem da prisão comum e serem internadas em Arkham. Testemunhamos o primeiro lote de doentes do local, que no passado foi dado como um lugar que traria esperança à cidade por Thomas e Marta Wayne. Mas todo mundo sabe que Arkham provavelmente não será nada do que o finado casal projetou. Definitivamente o tratamento que será proporcionado no local será longe do adequado às pessoas com condições especiais.
Posso fazer a menção honrosa sobre o Asilo Arkham no universo dos quadrinhos: Futuramente diversos e famosos vilões serão internados para “tratamento” no local, entre eles o Coringa, Duas-Caras, Pinguim, Victor Zsasz, Charada e etc. Ou seja, diversos personagem da própria série passarão no local e isso é sensacional de se saber, não? Arkham é icônico e muito relevante no universo do Batman.
Outra coisa boa do episódio foi à mudança da Cat para mansão Wayne. Gente, no começo eu achei que não ia funcionar, mas foram as sequencias mais gostosas de assistir.Selina concorda em ser testemunha do assassinato dos pais de Bruce, possibilitando inclusive um retrato falado do homem que ela diz ter sido responsável pelo crime lá no episódio piloto. Em posse de uma testemunha real do crime que mudou Gotham para sempre – Gordon mesmo os definiu assim, como a esperança que morreu – Jim é apresentado ao promotor Harvey Dent. Allen e Montoya garante que o advogado público é digno de confiança e alguém que eles precisam ter ao lado para tentar combater tudo o que tem errado na cidade. Ele então revela que tem sob sua custódia uma pessoa que presenciou o assassinato dos Wayne e Dent vê que somente espalhar o fato, já vai conseguir fazer os envolvidos no crime tremerem na base. Por isso, ele garante que não vai falar nem o nome de Gordon e principalmente, de Selina, o que certamente sentenciaria uma eventual morte da garota.
Jim ainda preocupado com a segurança de Cat pede permissão para que ela fique na mansão Wayne por um tempo, afinal ninguém se mete com os ricos ainda mais com os Wayne. Alfred é contra, mas quem dá a palavra final na casa é o pequeno Batman e sim, a menina está autorizada a passar uma temporada na mansão. O fato é que a interação entre as crianças foi, sem sombra de dúvidas, uma das coisas mais legais desse episódio. Selina já tinha stalkeado ele, visto ele dormir, fuxicado suas coisas e até furtado um negócionho da sua casa (até hoje a gente não sabe o que e nem onde ela guarda tudo que rouba por aí, né?).
São duas crianças com realidades completamente diferentes que, por conta de um crime, acabam por terem a chance de se conhecer. Cat cresceu na rua, habituada com tudo de ruim em Gotham e é uma sobrevivente. Bruce, nem precisa explicar muito, ele é um Wayne. Impressionante, mas estou shippando um casal de crianças! Rs. Estranho fala, mas David Mazouz e Camren Bicondova tem química? Muita! Gente, a inocência do flerte deles, como não amar. A menina “provoca” ele, perguntando ainda se ele é BV! Gente, é isso, Gotham vai mostrar o primeiro beijo do Batman!?
A menina acaba por testemunhar o “treinamento” dele, e obviamente ela compreende, mas garante à ele que tudo que ele está fazendo não seria suficiente para fazer a diferença em Gotham – “You’ve got to be mean…and ruthless,”. Definitivamente, por mais prodígio que o garoto seja ele não é cruel e nem sem escrúpulos. Então testar o fôlego na piscina ou treinar boxe com Alfred, pode até fazer ele ser habilidoso, mas como ela mesmo atenta que as pessoas não brigam com luvas. Quem no início se mostra completamente desgostoso com a presença da garota na mansão é Alfred. Dá pra entender, ele não acha que a menina seja boa companhia para seu pupilo. Mas tudo muda quando ele vê, creio pela primeira vez, Bruce voltar a ser criança, durante uma guerra de comida entre ele e Cat. Gotham conseguiu ter ternura, fofura e eu adorei!
Tivemos pouco Cobblepot no episódio, sim. Mas não por conta disso ele deixou, em suas poucas cenas, de ser sensacional. É impressionante, como o Pinguim é o melhor personagem da série. Além do simples fato de saber quem ele será no futuro, Robin Lord Taylor está de parabéns! Primeiro, como eu disse na ultima review, ele rapidamente concluiu que a pessoa que Fish colocou perto de Falcone é Lizy. A sequencia dele entrando no apartamento dela, todo furtivo e observador no apartamento – claramente bancado por Mooney – é sensacional. Ele dá uma fungada nas coisas da menina e vai fazer uma visitinha a sua ex-chefe. Gente, a personagem de Jada Pinkett Smith funciona muito melhor quando a atriz segura a atuação exagerada. E seu “relacionamento” com Pinguim é demais de assistir, os dois são cheios de ironia e a troca de farpas é deliciosa de assistir. E com a conversa, acabamos por concluir que além de tudo, Oswald é um ótimo detetive. Com a fungada que ele também dá na Fish, ele sente o cheiro de lilases (o mesmo que ele sentiu no apartamento de Lizy).
Lizy chega em casa e encontra Oswald Cobblepot sentadinho em sua caminha. Ela primeiro tenta negar, mas nós sabemos que o Pinguim é anos-luz mais inteligente do que qualquer personagem de Gotham, correto? Ele então manda que a garota continue fazendo seu papel de mãe-namorada-filha-cozinheira de Falcone, e continue respondendo a Mooney como lhe orientado. Mas agora ele vai controlar a “arma secreta” de Fish, ou no final das contas dele.
Então é isso, o personagem título não foi o principal do episódio como vocês perceberam, mas Harvey Dent trouxe outros desenvolvimentos e tramas interessantes, ou seja, a terceira semana seguida com o enredo principal se desenvolvendo. Can I get another Amen (AMEN!)
Assista agora a promo do episódio LoveCraft, o mid season finale de Gotham, que vai ao ar dia 24 de novembro.
– Observações:
– Muito bom ver Bullock como um policial decoroso. Ele nesse episódio esteve mais engajado no caso que Gordon. E mesmo durante o interrogatório do irmão, em que ele atua como bad cop, ele acredita na doença que o irmão diz que Hargrove têm. Além disso vemos que Jim realmente confia em Harvey, pois revela para ele que Bárbara o deixou.
– Desculpa pessoal, mas não consigo engolir a personagem da Bárbara. Não dá, não vou perder meus bytes falando da storyline dela. Ela tá com a Montoya OOOOH, última cena do episódio OOOOOOOH. Não dá, ela não me desce, não gosto da atriz, não gosto de nada. Podem mudar, chama outra, não me incomodo! Aliás, ninguém liga pra ela, eu acho.
– Quem é LoveCraft?
– Nota sobre o relacionamento do Batman com a Mulher Gato: Nos quadrinhos eles não se conhecem na infância. Mas achei essa mudança válida e adicionou muito ao universo da série. O que temos em comum aqui? A química. Selina Kyle já foi retratada de vária formas no universo DC. Psicopata, ex-prostituta que larga o ofício pra ser ladra usando a roupa de uma “versão feminina” de Batman para roubar, socialite, ladra estipo Robin Hood e etc. Mas sempre rolou um clima entre os dois.
– A cena da aula de boxe com Alfred foi muito mais que uma simples lição. Primeiro, o mordomo assume um papel paterno de fato na vida do garoto e segundo, a forma com que ele tira Bruce do torpor causado por Selina: com um soco, afinal “Throwing a punch is just as important as taking on, Master Bruce”
– É muito tarde para recomeçarem a série na CW?
Bom, é isso. Concordam? Gostaram do episódio? Fiquem a vontade para comentar e complementar a review.
Beijos e até a próxima.
