“Our work here is done. There’s only one thing left to do. Say goodbye.”
Tobias:
Mudança.
Há três anos víamos estrear uma série que tinha uma premissa simples e resgatava um gênero praticamente esquecido na televisão. Um grupo de “perdedores” se uniam em um coral de escola e enfrentavam a difícil vida no ensino médio. Essa série foi um retumbante sucesso, o tempo passou, o público se dividiu. Ame ou odeie. A qualidade caiu, a série se perdeu. Mas se reencontrou, voltou a ter bons momentos. A trajetória dos personagens de Glee retrata muito bem a trajetória da própria série. Um caminho tortuoso, com muitas dificuldades e grandes surpresas.
A terceira temporada foi um grande acerto se comparada à segunda. Os pontos positivos se sobressaíram aos negativos. No conjunto da obra, uma grande evolução. Tivemos episódios memoráveis, como The First Time e On My Way, claro que alguns a gente preferia esquecer, mas também, não podemos exigir a perfeição, não é?
Mas toda série que se passa em uma escola tem um momento derradeiro: a formatura. Afinal, ninguém pode ficar para sempre e sempre no colégio (se bem que eu suspeito que a Brittany ainda tenha um bom tempo nessa jornada). E depois de dois bons episódios eu acreditava que uma palavra definiria esse final de temporada: previsibilidade. Ledo engano.
Completamente diferente do que eu esperava, esse season finale foi imprevisível! E pouco revelador, o que nos deixa mais angustiados. Rachel e Finn não casaram, Rachel foi para NY, Kurt não foi aprovado em NYADA, Finn vai para o exército, Santana não vai pra faculdade…
“In this room, it doesn’t matter if you’re gay or straight. What matters is that we’re friends.”
No final das contas, apenas Rachel poderá seguir seu sonho. Se analisarmos bem, é perceptível que o Kurt está realmente muito abaixo de Rachel. Talvez Ryan Murphy não quisesse ficar sem Kurt e Blaine por enquanto, não se sabe. Rachel e Kurt em NY são mean to be. Foi duro assistir aquele final, sim, eu me emocionei muito. Vê-la se despedindo do Finn, mesmo depois de ter criticado tanto Finchel, não dá pra não dizer que não me cortou o coração.
O mais difícil de aceitar é a indefinição quanto ao futuro de boa parte dos formandos. Quinn vai para Yale, ok. Santana, teoricamente, vai para NY, Mercedes foi contratada como cantora de apoio em uma gravadora, Kurt vai continuar tentando seguir seu sonho, Puck vai mesmo limpar piscinas na Califórnia? Tudo ficou muito vago, e se não temos uma definição concreta do que cada um vai fazer, fica ainda mais difícil prever quem retornará na próxima temporada. Se fosse para manter Rachel, Kurt, Finn e Santana em arcos que merecessem destaque na trama, seria óbvio que a solução mais simples era mandar todos para NY, e era isso que eu esperava. Mas não, muito pelo contrario. Já não se sabe mais o que esperar. Se o Finn for mesmo para o exército, sua participação no próximo ano deve ficar bem restrita (e isso acho que podemos comemorar, né?)
O que mais me doeu nesse episódio foi olhar para os remanescentes do New Directions e perceber que poucos deles me agradam. Artie (que eu jurava que era senior), Tina e Brittany permanecem, Sugar é minha aposta para segurar o lado cômico da série. Mas o resto, pra mim é completamente dispensável. Até mesmo o Blaine, afinal, qual vai ser a storyline dele? Só espero que os novos integrantes não desapontem ou não sejam caricaturas dos antigos. E por favor, nada de Unique no McKingley, ok? Claro que nós teremos os participantes do The Glee Project que, provavelmente deverão entrar logo de cara para o coral.
Vale ressaltar o quão bem funcionaram os flashbacks, me senti revendo o piloto, de como foi apaixonante aquele momentos. Apenas um episódio para encerrar todos os arcos deixaram tudo num ritmo frenético, e as situações poderiam ter sido melhor trabalhadas se houvesse mais tempo, mas pelo que eu estava esperando, foi uma excelente despedida.
As despedidas foram tão belas… o abraço entre Sue e Quinn, a conversa de Santana e sua mãe (ninguém mais, ninguém menos que a Gloria Stefan).
E, é claro, um momento que entrará para a história de Glee: Burt dançando Single Ladies foi épico!
Quem não está feliz com a velha Sue de volta? Ansioso para a quarta temporada para ver quem será o pai do bebê! E que a Roz ganhe mais destaque no próximo ano.
Bem, então é isso. Queria agradecer a todos aqueles que nos acompanharam durante todo esse tempo, e um agradecimento especial à Lu que esteve comigo neste período. Nos vemos por aí. Goodbye!
Luana:
Confesso que depois dos dois excelentes episódios da semana passada eu estava com bastante medo de me decepcionar com esta season finale. E não é que me enganei novamente? Foram 43 minutos ótimos, passaram voando, e me fizeram definitivamente voltar a ter vontade de continuar acompanhando Glee na próxima temporada. A começar pelos lindos momentos de recordações dos primórdios do New Directions, como Sit Down, You’re Rockin’ the Boat (Guys and Dolls) sendo cantada pelos fundadores do grupo: Rachel, Kurt, Artie, Tina e Mercedes.
Will, uma das vozes mais esquecidas da temporada, veio cantando lindamente Forever Young (Rod Stewart) numa cena que me encheu os olhos de lágrimas por me fazer lembrar do episódio piloto, quando ele cantou tão emotivamente Leaving on a Jet Plane (Peter, Paul and Mary). Logo em seguida o episódio já nos colocou pra rir muito com Burt e seu presente de graduação para Kurt. Lembrando o quarto episódio da série, quando ele encontra o filho no porão dançando com Tina e Brittany, Burt deu um show dançando Single Ladies (Beyoncé). Quer presente melhor?
I’ll Remember (Madonna) foi um adeus digno de Kurt e seus solos, e mesmo não me empolgando tanto admito que foi bem bonito. Acho que na verdade não consegui curtir tanto essa canção por não ter entendido direito essa questão de Blaine não ser senior. Ano passado, no episódio das Nationals, os garotos não planejavam aplicar para NYADA e tentar uma nova vida juntos em Nova Iorque?
“You’re going to get on that train, and you’re going to go to New York, and you’re going to be a star. Without me.”
Mas aí os graduandos me fizeram deixar isso de lado, prestando uma bela homenagem aos que vão continuar integrando o New Directions no próximo ano com You Get What You Give (New Radicals), que pra mim foi uma das duas melhores canções do episódio.
A outra canção que merece muitos aplausos esta semana é In My Life (The Beatles), que ganhou uma versão adorável interpretada pelos não seniors do grupo. Voltei pra assistir várias vezes, cantei junto, achei a peça realmente bem feita. Achei um pouco esquisito Finn e Puck cantando no meio da cerimônia de graduação, tocando bateria e recebendo o diploma, tudo ao mesmo tempo. Mas tudo bem, mesmo assim foi legal ouvir a versão de Glory Days (Bruce Springsteen), acho que combinou super bem com o momento.
Pra encerrar bem o episódio, depois de um desfecho que eu realmente não esperava, uma bela despedida pra protagonista dos últimos três anos. Rachel indo embora de vez e cantando Roots Before Branches (Room for Two) com Finn me fez derramar algumas lagriminhas. Quero agradecer a todos que nos acompanharam durante esta temporada! Nos vemos por aqui, no Apaixonados por Séries!
